FORA DE FOCO

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deve ter gostado do terror que transtornou  São Paulo – e todo o país – com as ações criminosas do PCC, que em apenas três dias transformaram a capital paulista em um pesadelo para todos os seus habitantes. As conseqüências dos ataques da organização criminosa, que usou a tática de guerrilha, agindo estrategicamente em pontos importantes de São Paulo, ofereceu um retrato real da fragilidade do setor policial na maior capital da América Latina. Mostrou também que havia uma culpa generalizada de todos as instituições oficiais – desde o Executivo, passando pelo legislativo, entrando no judiciário e chegando a toda sociedade – sobre a necessidade de se fazer uma política rigorosa de segurança pública. Foram preciso dezenas de mortos, ônibus incendiados, agências bancárias atingidas por bombas e tiros, delegacias atacadas e até o assassinato de um bombeiro (soldado da paz), para que se começasse a discutir um sistema de tratamento diferente para a proteção da população de todas as cidades.

Outro fato que deixou a sociedade surpresa: a organização, seriedade, profissionalismo, hierarquia e competência dos grupos criminosos que atuam dentro e fora dos presídios, e que têm o controle de todo o país. No crime organizado – que tem até regimento – não  existe punição alternativa como repreensão, suspensão, expulsão ou cassação. Lá bandido não perde mandato. A pena é a eliminação sumária, com uma rajada de metralhadora. Essa rigidez foi vista nas ações bem ordenadas, milimetricamente calculadas e que têm os resultados que o PCC deseja. Para enfrentar uma organização dessa natureza, os órgãos de segurança pública precisam de muita disciplina, boa estratégia, armamento de alta precisão e grande potência, além de salários dignos para que seus membros não se deixem corromper. De qualquer forma, os ataques de São Paulo fincaram na mente das autoridades constituídas a discussão ampla, com decisões rápidas e concretas, para impedir que o crime deixe de exibir tamanha força, como o Brasil e o mundo assistiram no final e início da semana passada.

Vamos retornar ao início da matéria, com relação ao presidente Lula da Silva. Claro que ele não gostou de tudo o que assistiu, mas se sentiu eleitoralmente aliviado. É que durante toda a semana ninguém falou em corrupção no governo e a CPI do Fim do Mundo (a dos Bingos), perdeu o fôlego. A discussão do momento, que deve demorar por um bom tempo, é a questão da segurança. Mesmo que o Governo Lula nunca tenha feito nada por ela, o tema não é exclusivo de um presidente da República, mas de toda a sociedade, embora as ações e recursos devem sair através de decisões do Congresso e do Planalto. Em seus discursos sem nexos, o presidente Lula acha que basta investir na Educação que a criminalidade se resolve. Dedução idiota essa, nesse momento, porque a questão da Educação igual para todos, tem o objetivo de preparar os jovens de hoje para um futuro que Lula sequer vai existir e, certamente, será apenas uma triste lembrança. A questão do combate à criminalidade é já, porque ela é fruto do desemprego, da exclusão social, do racismo e da má distribuição de renda.

Não se trata apenas da Educação. Afinal, não são poucos os marginais de colarinho branco, de gravata, boa retórica, gabinete luxuoso e origem rica. Os 40 indiciados pelo Procurador da República, como integrantes de uma quadrilha organizada, eram letrados e integravam a elite política e administrativa do país. Na realidade o maior problema é que os poderes estão podres, recheados de sanguessugas – olha lá outro caso grave que põe parte volumosa do Congresso sob suspeita – que ficam com a parte mais expressiva do bolo, geralmente de forma pouco honesta. É certo que se pense numa política séria de segurança, mas que ela seja usada para os bandidos do PCC e também para todos esses que praticam os mesmos crimes usando apenas a caneta, a influência, o cargo ou mandato. Que a lei seja realmente para todos.

 

 

DENUNCIA

O governador João Alves Filho uma denuncia grave: O Governo Federal suspendeu todos os investimentos para Sergipe, incluindo emendas orçamentárias já aprovadas.

A notícia, considerada grave pelo governador, foi dada a uma rede de emissoras de rádio de Sergipe, Alagoas e Bahia. O bloqueio fica compromete a conclusão de diversas obras.

 

HOSPITAL

João Alves disse que o bloqueio não preservou nem a duplicação do Hospital João Alves Filho, onde estão sendo construídos o anexo dos Hospitais da Criança e do Câncer.

O bloqueio econômico não preservou nem a duplicação do hospital João Alves Filho, onde A medida é inconstitucional e fere em todos os aspectos o Pacto Federativo da União.

 

DECISÃO

A Direção Nacional do PMDB reúne-se na próxima semana para decidir se o encontro do dia 13 definiu que o partido não tem candidato ou se haverá outra convenção em junho.

Em razão dessa movimentação na Direção Nacional, o deputado federal Jorge Alberto vai continuar com muita cautela para discutir alianças.

 

OBJETIVO

Jorge disse que em comum acordo com o presidente regional Benedito Figueiredo, o PMDB vai buscar o melhor caminho para manter os seus quadros.

O partido tem um deputado federal e dois estaduais: “é natural quem quer manter os espaços e é preciso analisar a melhor composição para isso”, disse Jorge.

 

CONVERSAS

Jorge Alberto já conversou com o governador João Alves Filho (PFL), está conversando com Marcelo Deda (PT) e com o ex-governador Albano Franco (PSDB).

Fala-se na possibilidade de Jorge ser o vice de Deda, mas também há possibilidade de uma coligação ampla com outros partidos: “vamos fazer o que for melhor para o partido”.

 

ALMEIDA

Já o senador Almeida Lima (PMDB) está no movimento para o lançamento de candidatura própria a presidente e apóia o nome do colega Pedro Simon como pré-candidato.

Almeida não está em sintonia com o Diretório Estadual e neste momento mantém um grupo reduzido de aliados no estado. Entretanto, tem boa atuação no Senado.

 

DIFICULDADE

O ex-governador Albano Franco (PSDB) encontra a resistência de deputados estaduais para fechar a aliança com o governador João Alves Filho (PFL).

O presidente regional do PSDB, Bosco Costa, defende que o partido procure composições proporcionais com outras legendas e deixe o majoritário livre.

 

BASTIDORES

Durante todo o dia de ontem circulou o comentário que a aliança entre João Alves Filho e Albano Franco estava fechado. Falta apenas o anuncio.

Um pré-candidato à Assembléia calcula que dentro de um chapão entre os partidos que apóiam o governo, o PSDB pode eleger até seis deputados estaduais.

 

DECIDIDO

Pelo menos uma coisa parece decidida: não haverá aliança branca com o PT, porque a Direção Nacional do PMDB não vai permitir.

O ex-governador Albano Franco já comunicou isso oficialmente a membros do bloco da oposição e ao próprio prefeito Marcelo Deda.

 

POSIÇÃO

O presidente nacional do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), já decidiu fechar a coligação com o PT e aceitar Ciro Gomes para ser o vice-presidente.

Os diretórios de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina não aceitam de imediato a aliança formal com o PT.

 

NÃO FALA

Em Sergipe o PSB é um dos aliados mais próximos do PT e deve integrar o chapão proporcional para estadual e federal. Não se sabe quanto à coligação nacional.

Ontem, Plenário tentou falar insistentemente com o senador Valadares. O telefone chamava, mas o senador não atendia. Diz que o colunista está a serviço de João Alves.

 

CAIXA-2

O ex-presidente do PT, José Genoino diz que foi na preparação e realização da campanha eleitoral de 2004 que o PT cometeu “seu principal erro”, o caixa dois.

“Esta falha foi estimulada pela idéia de que a vitória no pleito seria necessária para permitir que o governo Lula avançasse nos dois últimos anos do mandato”, disse.

 

ERRATA

Por displicência, a coluna publicou ontem que o “ex-governador João Alves Filho, mais os deputados Ulices Andrade e Bosco Costa (PSDB) recusaram proposta do deputado Jackson Barreto (PTB) para coligação proporcional”.

Quem o fez foi o ex-governador Albano Franco que, ao lado dos seus dois aliados, achou difícil a coligação PTB, PL, PSB e PSDB na questão federal.

 

 

Notas

 

DENUNCIA

A tendência petista Democracia Socialista envia e-mail à coluna e avisa que é contra e denunciará com vigor “qualquer aliança, mesmo informal, com os representantes da classe dominante encastelados no PFL e PSDB. Aliança informal com o PSDB é descumprir, na prática, a verticalização defendida pelo PT”.

“O PSDB é inimigo de Lula e do PT, portanto, não pode ser nosso aliado em Sergipe. Eleger representantes do PSDB para o Congresso é colocar em Brasília opositores ao governo Lula já no dia seguinte a sua posse”.

 

REDUÇÃO

A Câmara analisa a PEC 519/06, do deputado Jaime Martins (PL-MG), que reduz para 450 o número de deputados federais. Sugere que 60% dos deputados serão escolhidos de forma proporcional à população; 20% à área territorial e 20% de forma inversamente proporcional à renda per capital do estado.

Para Martins, esse critério privilegia os estados menos populosos, que proporcionalmente apresentam um número maior de parlamentares por habitante. Além disso, que o número de cadeiras na Câmara precisa ser reduzido.

 

MACHADO

O deputado José Carlos Machado (PFL) teve reunião decisiva com o relator da MP-285, que trata da repactuação da dívida dos agricultores do Nordeste, deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), e com o deputado que apresentou o substitutivo vencedor, Nélio Dias (PP-RN), antes da aprovação em plenário.

Na reunião os parlamentares discutiram algumas melhorias na redação final: “Conseguimos que a medida passasse a beneficiar um milhão de agricultores e não 200 mil como propunha o texto original”, disse.

 

 

É fogo

 

Segundo previsão meteorológica, este final de semana será de muita chuva em Aracaju. O sol vai aparecer timidamente.

 

Vários veículos já circulam com adesivos de seus candidatos proporcionais e majoritários. É o primeiro sinal do clima de campanha.

 

Também já circula em Aracaju o adesivo: “Lula é a praga da Agricultura”. É possível notar que a sociedade já não suporta o presidente.

 

Há informação de que José Eduardo Dutra (PT) já está fazendo reuniões para traçar as estratégias eleitorais para disputar o Senado.

 

Vão usar “Rola”, filiado ao PSL, para disputar uma vaga no Câmara Federal. Não há mais clima para que esse cidadão tem o bom volume de votos.

 

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) reúne os pré-candidatos proporcionais amanhã, na sede da Associação de Engenheiros Agrônomos.

 

O deputado Ivan Paixão (PPS) fará a coligação que o partido desejar, desde que em Sergipe ele apóie a reeleição do governador João Alves Filho (PFL).

 

O governador João Alves Filho lamentou que o senador José Agripino não tenha sido escolhido para ser o vice de Geraldo Alckmin.

 

A Petrobrás pretende construir, a partir de 2008, duas unidades de gás natural liquefeito (GNL). Uma no Nordeste e outra no Sudeste.

 

Quase 70% das greves realizadas em 2005 foram motivadas por propostas de reajustes ou melhorias das condições de trabalho.

 

Estudo divulgado pela CN mostra que a valorização do real tem reduzido o ritmo de crescimento das exportações.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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