Com juros cada vez mais baixos, o investidor brasileiro tem procurado alternativas. No mercado financeiro, sair da zona de conforto para ganhar mais tem se tornado comum, diria que quase obrigatório. Para os que buscam produtos mais sofisticados, os fundos multimercados tem sido boas alternativas, uma válvula de escape dos tradicionais investimentos como poupança, CDB, LCI e LCA.
Como explicado neste texto, fundos de investimentos permitem que os investidores acessem diversas estratégias contando com a expertise de um time de gestão profissional. Dentre eles, os multimercados têm sido boas alternativas para investidores em evolução de perfil, do conservador para o moderado. Compostos tanto por renda fixa, quanto por papeis de renda variável, podemos dizer que os fundos multimercados são um mix de ativos, apresentando um risco intermediário. Além disto, a correlação com a Bolsa não é, necessariamente, direta. Por serem bem dinâmicos na sua alocação, é possível rentabilizar bem, independente do cenário.
Normalmente, fundos multimercados, quando bem geridos e com volatilidade controlada, apresentam ótima relação risco retorno. A fim de exemplificação, o fundo chamado Kinea Chronos, nos últimos 36 meses, apresentou uma rentabilidade de aproximadamente 150% do CDI, neste período a renda fixa pagou 26%, enquanto o fundo rentabilizou 38%. Sua pior rentabilidade em um mês foi de -0,56% e a maior foi 2,83%. Em situações normais, para esta classe, quando o mercado cai, o impacto é suavizado, mas quando ele sobe é possível surfar a alta.
Aplicar em fundos multimercados requer um horizonte de tempo maior, 12, 24 ou 36 meses. Não é como a renda fixa que sempre desempenhará positivo, existem riscos, volatilidade. Em alguns meses a rentabilidade será positiva, em outros será negativa, por isto é preciso de tempo para os ganhos compensarem as perdas e na média bater o CDI.
Com a “morte da renda fixa” causada pelo cenário, que aparentemente veio para ficar, de juros baixos, começar com o multimercado é o primeiro passo. A evolução do perfil tem que ser gradual, o investidor precisa se conhecer, saber como ele encarará os ganhos e perdas. A sugestão é iniciar com 5% ou 10% da carteira e aumentar a exposição gradualmente. Após não sofrer tanto com as oscilações, o investidor está apto a avançar para ações.