Há quem pense diferente.

Em tempos distantes do Almagesto, Tratado matemático e astronômico do longínquo Claudius Ptolemaeu (90-168), convencionou-se chamar “Buraco Negro” a uma região remota do espaço-tempo na qual se imagina possuir uma descomunal massa, a ponto de tudo atrair na sua vizinhança, inclusive a radiação eletromagnética  que lhe é inescapável, enquanto misterioso sumidouro, a suscitar elucubrações e assombrações, um verdadeiro desafio à ficção e a explicação da sua realidade.

Dos Buracos-Negros, percebe-se sua existência, por seus efeitos observáveis; estrelas enormemente massivas bailando inexplicavelmente ao redor do vazio, ou no seu entorno, por exemplo.

Já os velhos conhecidos astros celestes, por simplória cosmologia e determinista cosmometria, e sem perquirir misteriosa cosmogonia ou vã filosofia, percorrem cônicas perfeitas (circulares, poucas vezes, parabólicas, mais das vezes, e até hiperbólicas, por eterno inacesso), trajetórias previsíveis e mapeáveis, desde que Johannes Kepler (1571-1630), nos idos de 1601, se apossara enquanto herdeiro das visadas toscas, obtidas a olho-nú por Tycho Brahe (1546-1601), em noites insones, namorando estrelas, planetas e cometas, tentando desvendar o universo, mensurando-o, o mesmo não se pode dizer do que se descobriu dali até nossos dias, a partir dos grandes telescópios astronômicos e das naves espaciais orbitando a pleno espaço; os pulsares, quasares, as supernovas, e sobretudo os medonhos “Buracos-negros”, que tudo engolem, até a luz, o campo magnético, sem vomitar, nem tossir.

Com muita tosse e abafamento, e longe das estrelas e seus desafios universais, estamos a viver numa espécie de buraco-negro, por misterioso, a suscitar poucos diagnósticos, discutíveis profilaxias e assepsias, e uma única prevenção em rara cura.

O mal de agora é o Corona-vírus, uma gripe vinda da China, de origem desconhecida, sem tratamento e sem vacina ainda. Trata-se de uma Gripe, moléstia anualmente acometida aos humanos.

No contexto do desconhecido a humanidade sempre sofre com a fragilidade da vida frente a moléstia e a imodéstia do ser que padece da incapacidade de penetrar o desconhecido e o mal nele inserido.

No tempo de Kepler, houve gente que o quisesse incinerar numa fogueira como bruxo, igual a sua mãe, afinal entendia-se então, que os surtos pestilenciosos bem comuns em média idade, se deviam a feitiçarias e sortilégios.

Já Tycho Brahe, seu mestre e protetor, padeceu de morte terrível, incapaz de urinar, um mal do qual ninguém morre mais, desde que uma sonda uretral seja bem aplicada provisoriamente ao paciente em crise, ou se proceda uma ressecção transuretral da próstata.

Se hoje a Medicina minora a dor e permite transplante de tudo ou quase tudo, o homem frente ao desconhecido comete os mesmos erros, quem sabe acreditando senão em bruxos, pelo menos em taumaturgos em poses benzedeiras, para solução do imponderável.

Agora, como surgiu uma Gripe perigosa sem tratamento, há um etíope na Organização Mundial da Saúde que fala todo dia na TV, recomendando o isolamento; cada qual no seu quadrado, na sua tenda, no seu catre recolhido, porque o bicho pega, é mais feio do que ele abissínio, e está correndo pela rua, como os “papa-figo” do meu tempo de criança, que vem junto com dona morte e sua foice, querendo, desta vez, roçar os velhos.

Se os “Buracos-Negros” espantam porque tudo engolem, servindo de inspiração aos que pensam ser uma singularidade espacial, espécie de sumidouro universal ou de um novo nascedouro, universal também, noutro canto, para encanto ou desencanto de quem assim queira ou deseje um outro mundo, pior, igual ou melhor, o buraco-negro do covid19 gera mais quebranto e desespero, que a chã filosofia possa imaginar.

A perquirir do que se depreende dos sábios infectologistas, mundo afora, estamos a viver num paradoxo.

Segundo os epidemiologistas listados nas minhas leituras visitadas, sem um antídoto para o mal e uma vacina amplamente aplicada mundo além, a doença só será bem neutralizada quando metade da população (50%), de branquinhos, negrinhos e amarelinhos, incluídos também os velhinhos, pegarem a doença e conseguirem domar coletivamente o vírus retirando-lhe o periculum e a letalidade.

Para estes sábios, quando isso acontecer os países estarão imunizados e a vida cotidiana poderá retornar ao que era dantes.

Dito assim, tal horizonte parece estar muito distante, pois o confinamento prescrito pela OMS ao proteger o maior número das pessoas deste contágio, mal necessário curativo, alongará o alcance desta meta, como se fora, digo eu, uma curva assintótica similar a um prolongado decaimento radioativo.

Decaimentos à parte, pelo que se sabe, parece que desde o início do surto, em torno de cerca de 10% a 15% dos indivíduos foram afetados severamente pelo Coronavírus, um sinal de que um longo caminho será percorrido, a curva prolongando-se no tempo sem alcançar a imunização desejada.

Se não estamos a viver num Buraco-negro onde tudo some e afunda, estamos num dilema terrível de um buraco cinza sem esperança: viver cada um no seu catre com medo do vírus mas praticando um hara-kiri econômico jamais visto, preceituado pelo todo poderoso e incontestável abexim Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor da OMS.

Esta fotografia do Le Figaro Magazine de 3 de abril mostra como é a política do cacete em Uganda para conter o Corona-Vírus. Aqui está quase igual.

Da Etiópia, sabe-se que antes do Tedros, a figura mais famosa foi a Rainha de Sabá, aquela que visitou Salomão, o Rei sábio dos Judeus, e ficou na História por lhe conceber um filho, nascimento e origem da imperial casa abexi, que vigia até o assassinato de Haile Selassie, o último imperador em 1975.

Agora vem da Etiópia esse conselho e recomendação: é preciso que todos fiquem em casa e que se dane a economia.

Em verdade ressurge com nova roupagem o velho conselho socialista: o Estado a todos pode ressarcir; sempre!

Que sejam remunerados os desempregados mediante vaucher e os empresários com dispensas de mora, franquias de tributos e juros subsidiados!

Nesse contexto, Governadores e Prefeitos estão surrando o povo na rua que ousa recorrer ao trabalho para sobreviver, ameaçando-o com criminal mangual e multas severas, utilizando o aparato policial, sempre de boa serventia para qualquer insensato arbítrio. Quase igual ao que se vê em Uganda, como se vê na foto acima colhida na internet.

Arbitrariedades à parte, entre o especialista da terra de Sabá, e seus áulicos mundo afora, há todavia alguém que tem a ousadia de pensar sozinho, altivo e combativo, fulminando ratazanas perniciosas e facciosas em infausta mídia.

É o Presidente Bolsonaro cujo remédio impede o morte do país por inanição e falta de ação; vai às ruas, contra tudo e todos, convoca o povo ao trabalho e à produção e é aplaudido pela multidão.

Há quem pense diferente.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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