A fogueira ardia no meio do terreiro da casa rural. As bandeirolas coloridas seguiam reta ou se entrelaçavam cobrindo toda á área com diversas cores: vermelho, azul, amarelo, verde, branco. Um homem, em pé, de chapéu de palha, fazia gemer a sua sanfona. Crianças, rapazes e moças se divertiam soltando fogos, desde os inocentes traques de massa até os perigosos busca-pés. Vez em quando, alguém soltava um foguete.
O estouro de bombas. “Cuidado com as flechas, quando caírem!” os cuidados de uma mãe. Alguém mexia nas brasas da fogueira.O fogo consumia tudo. Outros alimentavam o fogo jogando paus e madeira dentro, acocorada uma mulher assava milho, em um pedaço de tição, retirado da fogaréu.
Afastado de todos, um casal de jovens estava sentado debaixo de uma mangueira, em um lugar meio escuro. Para o rapaz e a moça não existiam mais festa, nem fogos,nem bebidas nem comidas. Um olhava para outro, diferentes, olhos brilhantes,
E poucas palavras eram balbuciadas. Amorzinho, de hoje não passa, você é minha vida…Uma festa mais mágica e anunciadora estava sendo preparada. Iluminados, seguiam o ritual da iniciação do amor.