História do Tempo Presente

Anailza Guimarães Costa
Graduanda em História/UFS. Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente – GET/UFS. Bolsista PIBIC/FAPITEC. anailza@getempo.org. Orientador: Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard (DHI/UFS).

A história é hoje concebida como a ciência dos homens no tempo, que se baseia na união e interação entre presente e passado. Porém, as coisas nem sempre foram vistas desta maneira. Até meados do século XX, a história era vista como um estudo do passado desligado do presente, onde as análises dos problemas da atualidade pertenciam a outros campos do saber, como o jornalismo e as ciências políticas. Foi a partir do pós- II Guerra Mundial que a necessidade de entender o presente tornou-se vital.

A formação da História do Tempo Presente esteve associada ao surgimento do Instituto de História do Tempo Presente (IHTP), na França, que foi criado entre 1978 e 1980, com o objetivo de aprofundar os estudos sobre o período compreendido entre a II Guerra Mundial e os dias atuais. Dessa maneira, o campo da História do Tempo Presente legitimou-se como um novo domínio da história, que tem como objeto de estudo os fatos e acontecimentos ocorridos nos séculos XX e XXI até dos dias que vivemos.

Assim, o historiador do tempo presente muitas vezes também é testemunha e passa a se identificar como sujeito dentro do tempo, o que o leva ainda mais, a ter certos cuidados com o ofício. Entretanto, esse historiador mostra que mesmo com a proximidade dos acontecimentos, eles carecem de análise e nós não podemos nos esquivar de fazer essa reflexão.

A História do Tempo Presente é confundida com a História Imediata, porém, há diferenças entre elas. A primeira, ao contrário da segunda, não vai trabalhar com as notícias “no calor dos acontecimentos” ou com “notícias de ontem”. Sendo assim, é caracterizada por uma proximidade temporal e material acentuada entre sujeito e objeto e se aproxima mais do jornalismo, já que a própria nasceu por causa da pressão jornalística e da demanda social.

O Historiador do Tempo Presente vê-se envolvido por uma forte demanda social, o que exige que ele analise e compreenda os fatos presentes, relacionando com o seu mundo, o seu tempo. Ao contrário de outros campos, esse historiador tem o privilégio de ter inúmeras fontes para se trabalhar e também têm a oportunidade de poder contar com depoimentos de pessoas ou testemunhos orais, o que acaba exigindo um alto rigor nas análises e na escolha dessas fontes, já que não sofremos com a falta de informação. Muito pelo contrário, o historiador do Tempo Presente acaba se vendo num emaranhado de fontes e informações, que cautelosamente ele precisa selecionar.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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