O corpo estendido na sala da casa, em cima do tapete, fora investigado pelos peritos e policiais. O médico legista adiantara que tudo indicava que se tratava de uma parada cardíaca. Morte súbita, provavelmente.
O detetive, calmo, posava uma grande tranqüilidade, afinal, pensava, aquele caso estava resolvido, não lhe daria tanto trabalho.O bilhete encontrado no bolso do cadáver dizia tudo: suicídio, ele tomara o chá contendo um veneno que provocara a parada do coração.Que veneno era esse não era problema dele. Era da perícia. Esse pessoal precisa trabalhar. Sorriu.
Para constar ouviu o sobrinho do morto, um rapaz choroso. Encarou-o, sério: “já sabemos como foi, fale o que sabe”, disse e fez um gesto com a caneta para anotar em uma caderneta. Aí, o rapaz balbuciou: “o bilhete ele escreveu direitinho, fui ditando; o trabalho maior foi para ele tomar o chá.”
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