Homenagem a um Digno Esculápio

Vamos hoje nos ocupar  da figura do Dr. Manuel Simões de Melo, antigo proprietário do engenho Dira e varão de apreciáveis atributos cívicos e morais. Nasceu em Capela, a “Princesa dos Tabuleiros”, em 8 de maio de 1827, filho de João de Melo Rezende e Ana Maria de Jesus. Colou grau pela vetusta Faculdade de Medicina da Bahia em 18 de dezembro de 1852, defendendo a tese “Breves reflexões higiênicas sobre o casamento”. Volveu depois nosso enfocado à terra que lhe fora berço , onde exerceu o cargo de 4º Vice-presidente de Província e Deputado à então Assembléia Constituinte, como militante do Partido Conservador. No exercício dos cargos sempre se houve com critério e dignidade, traços característicos dos homens de sua têmpora. Casou-se em primeiras núpcias com Josefa Sobral de Melo, filha de Hilário de Melo Rezende e de Maria São José Sobral, de cujo consórcio não lhe advieram filhos. Enviuvando mais tarde, contraiu Dr. Simões matrimônio com sua cunhada Maria Sobral de Melo, sendo filhos desse casal o Dr. Aurélio de Melo Rezende, médico, casado com Laurinda de Magalhães Rezende (Dona Senhora); Dr. Virgílio de Melo Rezende, também esculápio e Josefina de Melo Romero, casada com o Dr. Joviniano Romero.

O Dr. Manuel Simões de Melo teve uma atuação destacada como médico em Capela e atuou também em Itabaiana, designado para combater graves epidemias que grassavam à época. Posteriormente se dedicou à vida no campo, dirigindo o engenho Dira, de propriedade da família. Merecem destaque as festividades que anualmente se celebravam em honra do Senhor do Bomfim, padroeiro do lugar, que contavam com a presença de lideranças políticas e religiosos, a exemplo do Monsenhor Olímpio Campos, entre outros sacerdotes. Na referida propriedade, ao lado da lendária Igreja construída pelos Jesuítas nos idos de 1703, existia um colégio destinado a proporcionar instrução às crianças pobres do vale do Vaza-Barris, dirigido pelo Cônego Luis Agostinho Perusi, de nacionalidade italiana. Vale ressaltar os serviços que essa casa de ensino prestou à causa da Instrução Pública, ao beneficiar dezenas de jovens da localidade e das regiões circunvizinhas.

Em 18 de julho de 1905, com 78 anos, Dr. Manuel Simões de Melo falecia inesperadamente, quando à noite se achava recolhido ao leito, sendo seus restos mortais inumados na Igreja do Dira, ao lado de outros parentes.

Pela sua atuação como médico, ruralista, político e humanista, retratamos em breves pinceladas, a figura de um cidadão de bem.

(Baseado em crônica do jornalista Antonio Conde Dias – 1963 – publicada na Revista Síntese, da Associação sergipana de Imprensa)

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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