Cartas do Apolônio
Independência já!
Na Semana da Pátria, Apolônio relembra o Grito do Ipiranga.
Lisboa, 01 de setembro de 2006
Caros amigos de Sergipe:
Está chegando o dia de comemorar a independência do Brasil. E é inspirado neste clima cívico, que lanço uma pergunta no ar: Por que o futuro governador sergipano não segue o exemplo de Pedro II e decreta logo a independência da terrinha? Se os gaúchos, mesmo com a triste fama de Pelotas, queriam ser uma nação independente, por que os descendentes do Cacique Serigy não haveriam de pleitear esse legítimo direito?
Sim, meus amigos, Sergipe tem tudo para ser uma nação de fato. É pujante, ousado e auto-
suficiente, não precisa de mais nada. Tem petróleo pra dar e vender, embora, evidentemente, ninguém a não ser o Emílio Santiago ande mais dando o ouro negro por aí.
Mas o fato é que o subsolo sergipano daria para que a futura PEIDE-SE – Petróleo & Derivados de Sergipe, abastecesse o mercado interno e ainda vendesse o excedente à co-irmã Petrobras. Sergipe tem açúcar, tem salgema e tem coco da baía. A independência sergipana ia ser mesmo uma beleza.
O MIJ-SE – Ministério da Justiça de Sergipe -, por exemplo, poderia ser brilhantemente comandado pelo amigo Carlinhos Britto, que pelo que sei, goza de boa saúde em matéria de trato urinário, condição sine qua non para se assumir um Ministério que realmente faça jus a este belo nome.
Já a CAG-SE – Coordenadoria de Articulação Governamental -, poderia ser entregue a qualquer pessoa, uma vez que não teria mesmo nenhuma função, a não ser complementar o trabalho do MIJ-SE.
O Joel Silveira poderia ser o embaixador de Sergipe lá no Brasil, afinal tem bom trânsito entre as autoridades brasileiras, apesar da sua carteira de motorista estar vencida há muitos anos.
Caso o sempre sinfônico José Carlos Teixeira continuasse na pasta da Cultura, agora como ministro, seu primeiro ato, naturalmente, seria acabar com essa história absolutamente provinciana de “país do forró”. Nada disso!
O slogan seria imediatamente trocado por “República das Cameratas”, “Nação das Operetas”, ou qualquer coisa assim mais classuda, que apagasse de vez essa idéia maluca de se dançar ritmos tão chulos ao som de instrumentos tão rudimentares.
O secretário da Receita Federal haveria de ser o querido João Muamba, para acabar de vez com a burocracia e a sanha arrecadadora que onera a todos e entrava o crescimento.
A pasta da Saúde poderia ser assumida pelo doutor Almir Santana, o Dráuzio Varela sergipano, que certamente adotaria o Camisildo como transporte oficial do Gabinete do Ministro.
Para o Ministério da Educação, pugno pelo nome do querido amigo Jouberto Uchoa, que além de transformar seu pequeno colégio do passado numa das maiores colônias de baianos do Brasil, é um exímio cantor de boleros, qualidade que – convenhamos – dá um charme a mais a qualquer ministro, afinal por que é que os senhores acham que o Lula chamou o Gilberto Gil? Para ouvir “Não Chores Mais” depois das reuniões ministeriais, evidentemente.
Bem, enquanto o grito de independência sergipana não vem, fico por aqui com minha espada na mão. É que marquei uma parada com a Sulamita, minha secretária bilíngüe e boazuda. E as forças já estão armadas.
Até semana que vem.
Um abraço do
Apolônio Lisboa.