Instituto Luciano Barreto Júnior
Luciano Barreto é desses empresários redimidos pelo trabalho social que apresenta. Enquanto instituições e empresas se valem de institutos e fundações para burlar o imposto de renda, ele faz questão de colocar o que seria a parte financeira do seu filho, Luciano Barreto Júnior, nos projetos desenvolvidos, hoje, por um dos maiores institutos de inclusão do país.
Ademais, Luciano Barreto não precisaria mais se envolver com sindicatos viciados, aborrecimentos com políticos e uma série de atribuições que um homem com sua trajetória tem que passar. A sua história vitoriosa, a lisura de seus gestos e sempre a forma, às vezes até incompreensível e ríspida, de tomar decisões é própria de um homem que, com o seu trabalho, edificou um patrimônio, cujo mérito é dele mesmo.
Após a morte de seu filho Luciano Barreto Júnior, a vida mudou para Luciano Barreto. Acostumado a mais de 12 horas de trabalho, morando quase dentro de um avião, a sua vida foi uma antes e depois do trágico acontecimento. Não cabe aqui dimensionar razões de sofrimentos pare ele e sua mulher, Maria Celi, Presidente do Instituto Luciano Barreto Júnior. Diante de todo esse mistério que a vida apresenta entre vida e morte, tristeza e alegria, claro e escuro, o Instituto formou 912 jovens e adolescentes, dentro do projeto “Conectando com a Vida”.
Um trabalho digno de todos os aplausos, merecedor de todo o apoio, onde se vê claramente no rosto de cada pessoa assistida, um ar de regozijo, contentamento e, acima de tudo, agradecimento.
Luciano Barreto, construtor de prédios e grandes obras, autor de diversas discussões em torno de questões públicas, visando à franqueza nas licitações, sempre foi um homem voltado à sua terra Aracaju. Construindo um complexo de decoração e design, onde sua esposa, Maria Celi, administra o bom gosto e refinamento, fazendo-o cada vez mais procurado e admirado. Mas ele não é somente esta coragem de investir aqui, em sua terra. Luciano Barreto, este incessante desbravador de mundos, não tem passado o seu tempo apenas em acumular riquezas e patrimônio, tem, com seu trabalho social, transformado realidades esquecidas em proposituras reais.
Luciano Barreto acredita que os ideais do seu filho estão sendo cumpridos. “Aqui estamos realizando os sonhos, os ideais que ele tanto defendeu”– disse ele emocionado na solenidade de formatura dos alunos do Instituto, referindo-se ao filho. Mas o que fazer agora sem ele, um jovem ainda, como os que se formaram, que estaria completando apenas 32 anos e o que o destino levou? Talvez Luciano seja como Maria Celi, desde então, um pouco de todas as ilhas. A solidão. A dor que nunca passa. A ferida que não cessa por uma perda dessas.
Somente espíritos compreensíveis de sua passagem na terra entendem que o outro é sempre mais importante que nós mesmos. A utopia de construir uma sociedade mais igualitária, mais justa, mais humana leva Luciano e toda a família – Ana Cecília, Alda Cecília e Maria Celi – a descobrirem todas as possibilidades que uma empresa pode oferecer a uma sociedade carente de oportunidades.
O desemprego juvenil é uma outra forma de guerra, uma outra forma de ser invadido pela história e de sofrer as mutações que trazem consigo outras angústias, outros medos, outras interrogações. Mas também novos apelos e novas causas. Com a inclusão digital, o Instituto Luciano Barreto Júnior avança rumo a uma participação maior desta juventude no mercado de trabalho.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, entre as áreas mais assistidas pelas empresas que auxiliam o Estado a cumprir seu papel, destaca-se a de educação. “Olhando os desafios dos Objetivos do Milênio, observamos que educação é a chave para o sucesso”, afirma Fernando Rossetti, 43, diretor-executivo do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), que reúne 77 afiliados de grande porte.
O censo Gife-2004 mostra que 87% dos associados investem em projetos educacionais; 54%, em cultura e artes; 48%, em desenvolvimento comunitário; e 43%, em assistência social, entre outros.
Mas esse apoio não significa a solução de mazelas. Na ponta do processo, os beneficiados queixam-se do “oportunismo” de ONGs (Organizações Não-Governamentais) que captam dinheiro no mercado e chegam às comunidades com “projetos fechados”. O diferencial do Instituto Luciano Barreto Júnior é exatamente este: os recursos são todos da empresa Celi, sem convênios, contratos, nem doações. Este é o canal encontrado por Luciano Barreto, curador de tecnologia do Instituto, para definir uma linha de atuação clara, independente.
As ações feitas, em pouco tempo de atividade, pelo Instituto Luciano Barreto Júnior dão uma dimensão exata do quanto é importante que empresas invistam no social, permitindo à população níveis de inclusão em diversos segmentos.
O homem Luciano Barreto é apenas um ponto fosforescente nesta história toda. A obra é maior que ele próprio e maior que suas empresas. O que ele planta hoje deixa a gente com a sensação de o sonho não acabou e é possível ainda acreditar em ações sérias – clarões num mundo de trevas.