Jogo embaralhado

A morte prematura do ex-governador Marcelo Déda (PT) embaralhou por completo o jogo da sucessão estadual. Sem a direção firme do saudoso petista, os líderes da coligação governista quase perderam o norte, enquanto a oposição se divida entre as pré-candidaturas ao governo do senador Eduardo Amorim (PSC) e do prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM). Para complicar o quadro, diferente de 2010, este ano só existe uma vaga para o Senado, o que dificulta as negociações em ambos os lados. Na situação, o governador Jackson Barreto (PMDB) terá que, entre outras tarefas, abaixar o facho do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), doidinho para fazer carreira solo, sob o argumento de que precisa montar palanque para o presidenciável Eduardo Campos (PSB). Serão arrumações difíceis para serem feitas, mas todos os participantes deste complicado jogo são experientes o bastante para, na hora certa, sentarem à mesa com um naipe de cartas de fazer inveja a qualquer exímio jogador de baralho.

Indefinido

O PT sergipano preferiu empurrar com a barrigada a indicação do candidato ao Senado. Na reunião que tiveram sábado, os petistas deixaram pra depois a discussão da provável candidatura ao Senado de Eliane Aquino, viúva do ex-governador Marcelo Déda. A idéia é esperar mais um pouco para que a própria Eliane avalie calmamente tal hipótese. O encontro serviu para reforçar o apoio do PT ao governador Jackson Barreto.

Lenga-lenga

A classe política sergipana se reúne amanhã em Brasília com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. O objetivo é tratar sobre a polêmica em torno da pretendida exploração de carnalita pela Vale. Desde que o prefeito de Capela, Ezequiel Leite (PR), negou a licença para exploração do solo que a mineradora ameaça suspender o investimento de R$ 4 bilhões. Na verdade, a Vale está aproveitando essa lenga-lenga criada pelo imaturo prefeito para empurrar o investimento com a barriga.

Tá decidido

O governador Jackson Barreto (PMDB) vai nomear a deputada estadual Susana Azevedo (PSC) como a mais nova conselheira do Tribunal de Contas do Estado. Na última sexta-feira, o presidente interino do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, suspendeu os efeitos da decisão do desembargador Cláudio Déda, que impedia a nomeação de Susana para o TCE. Pelo Facebook, Jackson informou que “meu papel agora é nomeá-la, pois decisão judicial se cumpre e pronto”. Tá certo!

De volta

Com a nomeação da deputada Susana Azevedo para o TCE, o suplente de deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) retorna para a Assembleia, desta vez como titular. O mandato de 11 meses certamente o ajudará na caminhada rumo à reeleição. Quem não deve estar gostando nada disso é o governador Jackson Barreto, que agora será criticado por Gilmar tanto no rádio quanto na tribuna do Legislativo.

Em Sergipe

A presidente Dilma Rousseff (PT) deve visitar Sergipe nos próximos 30 dias. Segundo o jornalista Eugênio Nascimento, a petista vem inaugurar casas populares, autorizar a confecção do projeto para o Canal de Xingó e discutir sobre a viabilização do campus da Universidade Federal de Sergipe no semiárido. Dilma aproveita ainda para inaugurar em Laranjeiras a nova unidade de produção da Fafen-SE, que terá o nome do ex-governador Marcelo Déda. Aguardemos, portanto!

Otimista

O ligeiro desaquecimento da economia e as elevadas taxas de juros não afetaram o otimismo do empresário Albano Franco sobre o ano que está começando: “A classe empresarial vai seguir investindo em novos projetos, pois está confiante nas medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff (PT) para conter a inflação e o défict público”, afirma. Segundo o ex-governador de Sergipe, os empresários são realistas, têm os pés no chão e só investem quando estão confiantes na economia.

Uso indevido

O jornal Folha de São Paulo publicou ontem a seguinte nota: Três senadores do PSB usaram verbas de seus gabinetes para viajar a São Paulo em outubro para um evento partidário. Antonio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA) participaram do encontro que discutiu as diretrizes da aliança entre a sigla e a Rede, no dia 28. Os três pediram reembolso pelas passagens de ida e volta, que custaram R$ 5.248,56. A cota do Senado se aplica a atividades “exclusivamente relacionadas ao exercício da função parlamentar”.

Nem aí!

E os irmãos Edvan e Eduardo Amorim deram calado por resposta ao oferecimento do ex-prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), para ser o candidato a senador do grupo. O comunista disse ao semanário Cinform que não vê problemas em se aliar aos Amorim e ser parceiro de chapa de Eduardo, pré-candidato ao governo. Precavidos, os dois irmãos fizeram de conta que a conversa não era com eles. Pois tá!

Do baú político

Em 1998, pouco mais de três anos após terem se enfrentado na disputa pelo governo de Sergipe, Jackson Barreto e Albano Franco deixaram os sergipanos atordoados ao anunciarem que se aliaram politicamente. Ninguém queria acreditar que Jackson, dono do discurso mais virulento contra a família Franco, iria sair por aí pedindo votos para a reeleição de Albano, e que este apoiaria Barreto na disputa por uma cadeira para o Senado. Costurada caprichosamente pelos irmãos de ambos – Antônio Carlos Franco e Jugurta Barreto – a aliança política objetivava garantir uma campanha barata com a certeza da vitória. Tendo ficado de fora do acordão, João Alves Filho resolveu dificultar as coisas, lançando-se candidato ao governo e colocando a esposa Maria do Carmo para concorrer ao Senado. O que parecia facílimo, ficou complicadíssimo, principalmente para Jackson que perdeu a eleição para Maria, enquanto Albano só venceu João no segundo turno. Dizem que até hoje Barreto se arrepende da aliança que o fez, pela primeira vez, ser derrotado em Aracaju, sem principal reduto eleitoral.

Resumo dos jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais