Leitores fazem coluna especial

 O governo da mudança

 

   Artigo do professor e mestre em Meio Ambiente, Eurico Leite Lisboa: Que mudança? Como se processa uma mudança? Econômica? Política? Social? Tecnológica? Ora, por definição toda mudança implica em transformação cultural, cujo período de formação se dá ao longo de muitos e muitos anos e dentro dessa mesma cultura se encontra todos os fundamentos ideológicos praticados no cotidiano pelo seu povo, envolvendo suas tradições, seus mitos, suas vocações e práticas regionais. Não se trata equivocadamente de mudança física ou superficial, como fator corretivo do efeito, como pode transparecer, mas sobretudo mudanças de atitudes e comportamentos para a correção das causas fundamentais que minam as raízes de toda uma sociedade, podendo até a apodrecê-la.

 

  O grande guru da administração o Psicólogo Kurt Lewin, em seus estudos sobre mudanças nas organizações, afirma: “O difícil não é as pessoas aceitarem o novo e sim abandonarem o antigo”. Para se produzir uma mudança é preciso operar em três passos: Descongelar o modelo atual, Abandonar o velho comportamento e Recongelar o novo padrão de comportamento”, isto é, temos que desaprender o que está ultrapassado e reaprender o que é moderno e adequado. Toda mudança demanda um tempo relativamente grande, de médio a longo prazo, para se completar. O tempo de mudança é relativo, pois  uma pessoa pode levar meses ou até alguns anos para evidenciar alguma mudança, enquanto a mudança de uma cultura de um povo inteiro, arraigada aos pensamentos, sentimentos e comportamentos fundamentados nos modelos mentais do passado, pode levar muitos e muitos anos”.

 

   Nessa reflexão, imagino por quê os opositores do Governador Marcelo Déda insiste em cobrar mudanças de um governo que sequer completou dois anos de trabalho ? Esses mesmos opositores que passaram muitos anos no poder fazendo sempre as mesmas coisas e obtendo sempre os resultados que sempre obtiveram, isto é, muito pouco pelo que eles gastara quando no poder. Observem senhores, a escalada histórica do nosso Governador. Vou relembrá-los: Déda em muito pouco tempo saiu da condição de promessa para realidade. Esbanjou  categoria política e capacidade empreendedora, realizando muito como parlamentar estadual em Sergipe e como parlamentar federal em Brasília e como Executivo na Cidade de Aracaju, deixando para trás outros governantes que nem lembramos deles em termos de realizações.

 

 O povo reconheceu e acreditou no potencial desse rapaz  desde o primeiro pleito, quando obteve um número expressivo de votos, ganhando no primeiro turno em 2000. O povo de Aracaju retribuiu ao seu trabalho, reelegendo-o no pleito seguinte também no primeiro turno em 2004 e muito mais ainda, suas realizações chegaram aos olhos e aos ouvidos do nosso povo do interior que há muitos anos vinha sofrendo a angustia da estagnação econômica e social submetidos a falsas  promessas eleitoreiras. O povo do interior, a exemplo do povo de Aracaju, também acreditou no projeto político de Déda e se formou uma poderosa corrente sinérgica para a sua eleição ainda no primeiro turno, em 2006, desbancando o último dos Moicanos políticos da velha geração. Será que isso é por acaso?.

 

 A oposição reprimida, mas atuante, inicia já nos primeiros momentos de governo uma campanha ferrenha de cobranças das mudanças preconizadas por Déda para o Estado de Sergipe, como se ele  lá estivesse há doze anos de mandato. Mas, o Governador e sua equipe não se abalaram com os ataques frontais, que continuam até hoje, pois sabem que um projeto de mudanças não se realiza com um ou dois anos de governo, por melhor equipe ou recursos que possuam. Infelizmente, o Estado de Sergipe que Déda assumiu foi um Estado  em situação pré-falimentar, chegando quase à beira do colapso em quase todos os setores. Na Saúde o abandono dos Hospitais, especialmente aqueles do interior do Estado; Na Educação o abandono das Escolas; Na Infra-Estrutura o abandono das estradas causadoras de muitos acidentes fatais; Na Tecnologia o sucateamento dos parques tecnológicos e dos centros de pesquisa; Na Agricultura o sofrimento era evidente no semblante dos agricultores pobres, que nem sementes tinham para plantar. E assim, enquanto os cães ladram a caravana passa que só Déda sabe como.Mas, enfrentando de cabeça erguida esse enorme desafio, Déda vai avançando com os seus propósitos firmes de reconstruir um novo Sergipe da esperança, marchando com os pés no chão para o desenvolvimento sustentável, que reverbere todo esse esforço coletivo para as gerações futuras da nossa terra”.

 

 

   E assim, paulatinamente, as coisas estão se ajustando, os programas começaram a tomar corpo, em diversos setores, tais como saúde, agricultura, educação, moradia, infra-estrutura etc Agora todos estamos sentindo a diferença entre um Projeto para o Desenvolvimento Sustentável de Sergipe e o já conhecido projeto mantenedor do Paternalismo Político, cuja prática já estava com seus dias contados. Bastou o tempo amadurecer conforme todos acreditávamos, para o projeto do nosso Governador estar em ação na busca da construção do novo futuro do nosso Estado fazendo com que os tagarelas da oposição finalmente emudecessem diante de uma realidade que aos poucos passou a evidenciar de forma ordenada e gradual o caminho da transformação do nosso Estado. Obrigado Governador, a estrada Ilha das Flores Neópolis, foi uma promessa  de campanha de Vossa Excelência, que sem dúvida alguma será um marco político sem precedentes na região, sendo mais uma obra que muitos outros Governadores prometeram ao longo dos anos e jamais realizaram. Pelo que estamos sabendo a obra já está em processo licitatório conclusivo e acreditamos piamente que a obra estará concluída até o final de 2009. Essa estrada será de fundamental importância para o baixo São Francisco, em todos o sentidos,  pois fará a conexão da população ribeirinha de Brejo Grande, Ilha das Flores, Neópolis até Propriá, facilitando enormemente o desenvolvimento  econômico, social, político, ambiental e cultural daquela região. Aracaju, 24 de abril de 2008, Eurico Leite Lisboa, autor deste artigo é  Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFS, Professor de Administração e Turismo da FaSe e Gestor Público. E-mail: eurico@fase-se.edu.br

 

A onda da social democracia I

Artigo de um militante do movimento social, que prefere não se identificar, pelo menos neste primeiro momento: A Social-Democracia (ou Socialdemocracia) é uma ideologia que surgiu em fins do século XIX e início do século XX por partidários do marxismo conhecidos como os mencheviques, na ocasião tinha a maioria da população a seu favor, onde acreditavam que a transição para uma sociedade socialista poderia ocorrer sem revoluções, mas por meio de uma evolução democrática. Na ocasião defendiam também que o estado é um instrumento conciliador das classes contrariando o ideal marxista, onde diz que o Estado é o produto e a manifestação do antagonismo inconciliável das classes ou pra ser mas preciso o [Estado é um órgão de dominação de classe, um órgão de submissão de uma classe por outra; é a criação de uma ?ordem” que legaliza e consolida essa submissão, amortecendo a colisão das classes]. Com essa perspectiva intrínseca dos ideais da  social democracia, nasce o Partido dos Trabalhadores nos anos 80,oriundos do Movimento operário, sobretudo do ABC Paulista, onde aproveitando o momento em que o Brasil vivia sobre protestos e grandes mobilizações em torno do fim da Ditadura e das campanhas pela direitas já, o PT se propaga por todo o Brasil. Passados vinte anos o Partido dos Trabalhadores chega ao Poder Central, tendo na coligação uma frente ampla, uma coalização de partidos das mas diversas correntes de pensamento, daí se inicio um novo marco na historia Brasil, agora as elites não mas dominam o país”.

 

A onda da social democracia II

Continua o militante:Contudo, passaram o primeiro mandato, estamos no segundo mandato de LULA, e aqui em Sergipe o primeiro do Governador Marcelo Déda, e já podemos tirar nossas conclusões, a cada  dia que  passa, o PT assume sua postura de social democrata, ( se aproxima do PSDB) seja na implementações de suas políticas tentando conciliar os trabalhadores com o patronato, agradando a Deus e o Diabo, ou seja na difusão de políticas sociais que atenuam a fome e a miséria, mas as classes continuam a ser exploradas. É precisa ir para além disso, a ordem é alterar a política econômica , e fazer  uma ampla reforma política no país, não podemos deixar o país cheio de flagelados sem fazermos profundas mudanças nas estruturas de dominação, permitindo que elas permanecem inalteradas. Mas….. o PT é social democrata!!!! Companheiros, se eu fosse militante do PT e sobretudo da corrente Majoritária, defenderia abertamente o desejo de alianças com o PSDB, já que também são Social Democratas e em tese os dois partidos tem  algum em comum é, tanto que o Presidente do Banco Central é o Meireles, um dos mentores do PSDB, vale lembrar que essa relação de amor já começa aparecer com mas clareza nos estados de Minas Gerais e em Aracaju. Pois bem, e as correntes mais a esquerda do PT ? Essas nos dão a entender que estão perdendo espaços e o partido está ficando pequeno para eles,  acredito que para não ficaram ofuscadas pelas Estrelas de partido é necessário que essas correntes comecem a discutir uma saída para essa dualidade interna, ou se unirem para fazer o partido pegar um caminho mas a esquerda e assumir uma postura revolucionária”.

 

Nova fase na disputa eleitoral em Aracaju I

 Do leitor Danilo Vilela: “Em seu artigo publicado no dia 23 de abril de 2008, o Sr. Cláudio Nunes nos mostra, e mais uma vez, por que é um jornalista tão respeitado na área política no Estado, mantendo sua coluna diária no Portal da Infonet.  O desenho que ele apresenta do atual quadro político na disputa eleitoral na capital, se não é o mais completo, é o mais correto e verossímil. Compartilho, então, com o Sr. Cláudio Nunes, outras impressões, trazendo à baila outras avaliações, bem como questionamentos para o debate. As eleições municipais entram numa nova fase – A oposição está realmente à deriva. Seu barco ainda se encontra ancorado à Esfinge que até certo momento conturbava e incomodava a todos: João Alves será ou não candidato? Mas só até certo momento. Afinal, decifrado ou não, esse enigma influenciará pouco à disputa política que se avizinha. E dificilmente devorará alguém.Isso abre um espaço que outrora já se podia considerar ocupado pelo DEM. O ex-PFL, assim, parece estar sem saída e obrigado a cometer o mesmo equívoco que contribuiu à derrota de Zé Eduardo na sua candidatura ao Senado em 2006 – tivesse ele já colocado meses antes seu nome à disposição do PT para compor a chapa da ampla coligação “Muda Sergipe!”, é bem possível que hoje o povo sergipano estivesse contando, entre os parlamentares de sua bancada, com um representante atuante e historicamente comprometido com o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado. Decidiu-se entrar em campo somente no segundo tempo, e deu no que deu.        Na política, não existe prorrogação. Ou se aproveita a oportunidade logo de primeira, ou se perde espaço e se deixa de ganhar pontos.  O que acontece hoje é justamente isto: há um vácuo, um hiato político-eleitoral que separa não somente as forças da situação às forças da oposição, mas principalmente o próprio conjunto da oposição”.

 

 

Nova fase na disputa eleitoral em Aracaju II

Continua Danilo Vilela:  De um lado, temos partidos como o DEM de João Alves e José Carlos Machado e o PP de Venâncio Fonseca, que, após a derrota política, eleitoral e social durante as eleições presidenciais e estaduais de 2006, seguem desde o início do ano passado empreendendo um combate “sem quartel” ao projeto declaradamente de caráter mudancista representado pelo governo de coalizão que hoje dirige o Estado, desejando retomar o seu controle. De outro lado, o que representa(rá) a outra oposição, que também ainda não apareceu à escolha do eleitorado? Com certeza, trata-se de uma incógnita, mas podemos imprimir algumas conjecturas.  Poderá ela, por exemplo, representar a reafirmação de um projeto de construção do poder deixado de lado pelo PT (que, além de ter se orientado pelo caminho rumo ao abandono do socialismo, corrosão de seus históricos laços com movimentos sociais, bem como até do abandono daquilo que uma vez chegou a receber, vitoriosamente, a estampa de “modo petista de governar”, introduzida por experiências como as do Orçamento Participativo) ou se caracterizará novamente como uma oposição natimorta, dependente tão e só da quantidade do espaço disponível no horário eleitoral para mudar a vontade do eleitorado?  O povo aracajuano está órfão política e eleitoralmente –   Essa oposição, que precisa surgir, que precisa nascer, tem hoje fortes nomes a serem apresentados à disputa, como o é o nome de Goisinho, ex-vereador pelo PT, de cuja fundação chegou a participar, e que, durante seu mandato, ganhou ampla visibilidade por ter se colocado, corajosa e ousadamente, à frente na luta contra os abusos dos grandes empresários que exploram a prestação do transporte metropolitano na Grande Aracaju. Mais do que isso, essa oposição-alternativa deve incorporar para si o discurso de que é ela quem representará a verdadeira mudança necessária à grande maioria do povo aracajuano, hoje política e eleitoralmente órfão em razão do processo de esgotamento do PT e do encolhimento da influência e da força outrora atribuídas aos setores da própria esquerda (socialista) do PT, a qual tem nos nomes de Ana Lúcia e de Iran Barbosa suas principais figuras públicas. Como não poderia deixar de ser, está órfão também em razão da existência do “caciquismo” enraizado na cultura brasileira, e em particular no Nordeste, pelo qual o confronto entre programas se dilui para ser substituído pela disputa entre pessoas e “lideranças”.

 

 

Nova fase na disputa eleitoral em Aracaju III

Prossegue Danilo:Pretendendo manter-me neste momento somente no terreno das suposições, uma candidatura como a de Goisinho seria a única hoje capaz de preencher o vácuo político-eleitoral existente na disputa para as eleições municipais. Poder-se-ia, inclusive, conquistar o apoio, ainda que tácito, daqueles setores da esquerda do PT que, pela timidez e vacilações na falta de decisão política, perderam o bonde da disputa interna no Partido ao considerar que bastava-lhes criticar a manobra de Edvaldo, Deda & Cia para “reter” o PSDB entre os partidos apoiadores da coligação encabeçada pelo PCdoB, e tudo estaria bem. Tratar-se-ia, ainda, de uma candidatura com fortes condições de estender amplamente sua projeção política e eleitoral durante a campanha caso haja um profundo engajamento e organização da militância do PSOL e do PSTU e caso tenham eles o traquejo de lidar para o maior alcance possível dos alvos de seu discurso, sem tropeçar nos sectarismos de ser oposição porque se é e se precisa ser necessariamente de oposição.  Uma candidatura de esquerda, como seria a de Goisinho, hoje presidente do Diretório Municipal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), jamais poderia depender somente do horário eleitoral para divulgar suas propostas e suas idéias. Seria preciso haver desprendimento militante, seriedade e disciplina na organização de uma campanha de massas e de rua, que é onde se encontrariam as condições para se operar com mais desenvoltura. É na rua, afinal, onde as coisas acontecem. Onde a prática se realiza. Onde os estudantes e a juventude vão à escola, às universidades, faculdades. Onde os trabalhadores vão às fábricas, ao comércio, aos órgãos públicos, para trabalhar e é por onde passam para voltar às suas casas. Em 2006, ninguém chegava a acreditar que o PT fosse recuperar a sua cadeira na Câmara Federal. Já se tinha até como derrotada a candidatura de Iran Barbosa, que ainda teve de suportar os dissabores de freqüentemente a cúpula do Partido querer isolá-lo, inclusive cerceando o seu direito ao espaço no horário eleitoral, uma disputa que chegou a se tornar pública e notória – tudo para beneficiar a candidatura de Nilson Lima. Iran Barbosa acabou sendo eleito, numa campanha de massas que fora vitoriosa em todos os sentidos e que acabou por credenciar-lhe, atualmente, a ser o único representante do PT de Sergipe no Congresso Nacional”.

 

Nova fase na disputa eleitoral em Aracaju IV

Continua o leitor: “De fato, é preciso que haja uma alternativa de oposição, e só uma candidatura impulsionada por partidos de esquerda como o PSOL e o PSTU podem estar a serviço dessa tarefa. É claro: caberá principalmente a eles compreender onde situa o seu lugar histórico no atual momento. Eis, portanto, o tempo certo para se fazerem as escolhas certas. A completa descaracterização do PCdoB* – Além dos fatores já trazidos à discussão que explicam as aberturas que aparecem nesta nova fase que se inicia no processo das eleições municipais, julgo necessário indicar, com igual importância em relação aos outros, um fator que já se compunha antes mesmo de entrarmos neste novo período que se abre: a completa descaracterização do PCdoB. Edvaldo Nogueira tem sido o grande protagonista para a tecitura de um acordo com o PSDB, convidando parlamentares como Albano Franco para apoiar sua coligação. Fazer isso é, no mínimo, querer trazer à tona na política sergipana um de seus mais conhecidos “dinossauros”. Seria melhor deixá-los lá no Jurassic Park. Ou ainda, deixá-los como a oposição representada pelo DEM hoje se encontra: à deriva, que é onde deveria ser mesmo o seu lugar. Pode-se argumentar que uma aliança com o PSDB de Albano Franco é necessária pelo interesse subsistente de manter a direita tucana e ex-pefelista dividida. E que, conseqüentemente, uma aliança com o PSDB pouco interferiria no projeto político representado pela candidatura do comunista Edvaldo Nogueira.  Evidentemente, argumentos como esses não poderiam ser censurados por faltar-lhes fundamento. Existe, de fato, uma lógica neles. Uma lógica matemática. Ainda assim, uma lógica. Admitamos, então, que uma aliança com Albano Franco mantenha mesmo a direita dividida. Ao mesmo tempo, porém, em nada contribui para que as esquerdas se unifiquem ou, pelo menos, uma se aproxime da outra a partir de um compromisso político que estabeleça uma agenda programática mínima que possibilite um diálogo mútuo e com o objetivo de ampliar a participação do povo nas decisões políticas do Estado. Dito desta maneira, a “aliança palacial” entre Edvaldo e Albano pode até manter tucanos e ex-pefelistas divididos. Mas tampouco permite o avanço da esquerda e o fortalecimento do projeto político que ela deveria representar. Dito desta maneira, somente com um excelente domínio da retórico que se disporão ainda de condições para afirmar que a incorporação de setores da alta elite sergipana, como é o caso do PSDB de Albano Franco, às fileiras de uma candidatura tradicionalmente de esquerda, como é o caso de Edvaldo Nogueira, pouco interferirá na consecussão de um projeto democrático e popular e na construção de novas formas de governabilidade. Ou seja: a presença de Albano interfere não só no plano simbólico, mas também no plano concreto.O mais curioso de tudo isso é que, mais abaixo, lá em Belo Horizonte, a candidata a prefeita pelo PCdoB, deputada federal Jô Moraes, que também é líder do Partido na Câmara, tem disparado nas primeiras pesquisas de preferência dos eleitorado, notabilizando-se pela sua postura coerente de em vários momentos ter declarado seu desacordo com a dobradinha PT-PSDB, que o atual prefeito da capital Fernando Pimentel (PT) quer consolidar com Aécio Neves (PSDB), atual governador de Minas Gerais, com vistas às eleições de 2010”.

 

 

Nova fase na disputa eleitoral em Aracaju V

Finaliza Danilo: “Para a direção política do PCdoB em Minas Gerais, “A tentativa de construir um “entendimento” entre o PSDB e o PT termina diluindo as diferenças programáticas entre os dois caminhos que estão em curso no país”, conforme nota do Comitê Estadual do PCdoB/MG. E continua: “Com esta manobra, de visão localista, confunde-se o eleitorado com a tese a boa convivência entre governantes é o bastante para que se faça um governo a serviço do povo, pouco importando qual a política que cada um segue”(grifo nosso).O Presidente do PCdoB em Belo Horizonte, cientista social Zito Vieira, reafirma essa posição, chegando a comentar que tal impasse “[…] já representa uma polêmica nacional” – coisa que, de fato, ninguém nega – e que uma discussão como essa, i.e., a das reais possibilidades de um acordo entre PT e PSDB naquele Estado, “[…] contraria a polarização que se dá há mais de uma década no país e que ainda divide os lados políticos”.”É impossível misturar PT e PSDB”, reafirma o dirigente comunista meses depois, numa entrevista ao portal Vermelho, com a explicação de que “O PSDB desempenha uma implacável oposição ao Governo Lula”, sendo inadmissível, portanto, “[…] unificar desiguais com diferenças programáticas”, com a observação de que o PCdoB em MG “[…] condena a maneira como essa aliança PT/PSDB está se dando de forma elitista e personalizada, acima dos partidos políticos”. Pausa para um comentário: se, mesmo considerando as diferenças locais, é impossível admitir “misturar PT com PSDB”, é possível, então, que admitamos uma mistura do PCdoB com o PSDB?  A avaliação do PCdoB em Minas Gerais conta com apoio até de Renato Rabelo, Presidente Nacional do Partido, para quem “[…] os comunistas não aceitam “prato-feito” em política”, por essa não consistir na “[…] saída democrática. Nosso partido sempre prezou a discussão com quem compõem a base”. Para ele, é preciso, decididamente, reprovar a forma como está sendo conduzida “pelos palácios” a sucessão municipal em Belo Horizonte.Provavelmente, Renato Rabelo, pelo mesmo vício da “visão localista” com que o PCdoB dirige suas críticas ao PT na capital mineira, não deve sustentar a mesma opinião sobre a disputa municipal em Aracaju, a primeira capital onde um comunista, Edvaldo Nogueira, tomou posse como prefeito. Com isso, o PCdoB, aqui em Sergipe, incoerentemente, vai abrindo mão de sua própria identidade, disciplinada pelo princípio político-organizativo do centralismo democrático, descaracterizando, com efeito, a política de um partido de esquerda tão respeitado pela ousadia e coragem de sua trajetória, para priorizar o oportunismo preso à política de alianças sem critérios e às particularidades que existem em qualquer disputa local”.(Danilo Vilela é estudante de Direito da UFS – *As informações entre aspas neste tópico, bem como trechos de entrevistas foram extraídos do portal Vermelho, do PCdoB. www.vermelho.org.br)

 

Agradecimento ao leitor

Este jornalista agradece a todos os leitores que têm tornado este blog um espaço de discussão sobre a política de Sergipe em todos os sentidos. Prestes a completar dois anos no ar, o blog continua avançando no sentido de discutir e analisar fatos da política de Sergipe. São opiniões de um jornalista, que erra e acerta como qualquer ser humano. O objetivo não é formar opinião, mas fazer com que o leitor tenha uma interação constante, criticando, analisando e, sobretudo, entendendo que nem tudo que é veiculado na imprensa reflete a verdade. A coluna de hoje é um exemplo desta discussão profunda, com textos de alta qualidade. Obrigado pela confiança de todos.

 

Frase do Dia

“Pensar apenas ou desejar somente nunca levou ninguém a lugar nenhum. É necessário também a ação”  William Shakespeare.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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