A UFS vai bem e não é por acaso

Marcos Cardoso*

A Universidade Federal de Sergipe acaba de conquistar o sétimo campi, a ser construído em Estância, e isso não é obra do acaso. A principal instituição de ensino superior dos sergipanos natos ou que escolheram viver aqui, única universidade pública do estado, redobra ano após ano, gestão após gestão, sua capacidade de crescer na resistência como propulsora da educação e do progresso local.

Em reunião nesta segunda-feira com reitores de universidades e institutos federais, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou R$ 5,5 bilhões em recursos do Ministério da Educação para a construção de 10 novos campi de universidades e de oito novos hospitais universitários federais. Com esse anúncio surpresa, Estância, município do sul sergipano vocacionado para a atividade industrial, ganhará finalmente um campus da UFS. O reitor Valter Joviniano de Santana Filho testemunhou o momento histórico.

No ano passado, a UFS protocolou junto ao MEC a proposta de criação de dois novos campi, um em Estância e outro em Propriá. “A UFS irá manter o diálogo para buscar também o campus de Propriá, entendendo a importância desse outro polo. Mas temos que celebrar essa primeira conquista porque todo investimento na educação é bem-vindo e ter mais um campus em uma região industrial proporcionará, com a chegada da universidade, a potencialização dessa região”, afirmou o reitor da UFS.

O investimento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) permitirá também que obras sejam iniciadas ou retomadas. Os hospitais universitários existentes receberão verbas adicionais e as universidades federais serão beneficiadas com novos recursos orçamentários, o que poderá retirar essas instituições do sufoco financeiro que põe à prova sua capacidade de sobrevivência há pelo menos sete anos.

O novo campus não é obra do acaso porque o desempenho da UFS merece reconhecimento. Evidente que há um trabalho de articulação política que não pode ser desprezado, mas conta a favor, por exemplo, que essa universidade tenha obtido nota 5, a nota máxima, no recente processo de recredenciamento pelo MEC, que avalia cinco eixos: Planejamento e avaliação institucional, Desenvolvimento institucional, Políticas acadêmicas, Políticas de gestão e Infraestrutura.

E não por acaso publicações credenciadas do Brasil e de renomados centros acadêmicos do mundo têm colocado a UFS em lugar de destaque no ranking das melhores universidades do país. Em 2022, por exemplo, a Times Higher Education, revista britânica, destacou a UFS como a terceira melhor universidade do país, ao lado da UFMG e da UFRGS, e a mais bem ranqueada do Nordeste.

Veja como a UFS aparece em diferentes rankings nos últimos cinco anos:

RANKING ANO POSIÇÃO
Latin America University Rankings (Times Higher Education) 2020 62º lugar na América Latina
World University Rankings (Times Higher Education) 2021 8ª do Brasil e 1ª do Nordeste
Impact Rankings 2022 (Times Higher Education) 2022 Entre as 25 do Brasil, melhor desempenho do NE na categoria “Impacto da Colaboração Internacional” (ODS/ONU)
World University Rankings (Times Higher Education) 2022 Terceira melhor universidade do país, primeira do Nordeste
World University Rankings (Times Higher Education) 2023 Sexta do Brasil, primeira do Nordeste
Center for World University Rankings 2023 40ª posição nacional, 6ª melhor do Nordeste
QS World University Rankings: América Latina e Caribe 2023 Entre as 40 melhores universidades do Brasil, sendo a 116ª da América Latina
Ranking Universitário da Folha 2023 30ª melhor do país, 21ª entre as federais e 28ª melhor entre as públicas
World University Rankings (Times Higher Education) 2024 Segunda do Nordeste, 25ª do país

A Universidade Federal de Sergipe teve papel fundamental no trabalho de detecção e prevenção da Covid, principalmente no período mais agudo da pandemia, entre 2020 e 2022, realizando testagens em massa, produzindo toneladas de álcool gel e equipamentos utilizados por profissionais e pacientes. Não por acaso os cientistas da UFS têm se destacado tanto.

Em outubro de 2023, sete pesquisadores da UFS apareceram entre os 2% mais influentes do mundo, segundo o ranking da Universidade de Stanford (EUA), considerado o mais prestigiado internacionalmente. Em fevereiro deste ano, outra publicação, o AD Scientific Index 2024, identificou 29 cientistas da UFS dentre os 10 mil mais influentes da América Latina.

“Não é acidental. Ninguém fica quatro anos se mantendo numa posição elogiosa se não vem sendo feito um trabalho sério, de muitos anos, que repercute agora nesse resultado digno de nota”, comemorou o professor Lucindo Quintans, farmacêutico e pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, um dos cientistas que aparecem nas duas publicações, se referindo à posição que a UFS tem ocupado nos rankings universitários.

Para finalizar, a UFS foi classificada neste ano pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial entre as maiores depositantes de pedidos de patentes do Brasil. A lista é referente às solicitações de propriedade intelectual no ano de 2023, englobando universidades, empresas, pessoas físicas e institutos de todo o Brasil.

Na modalidade Patente de Invenção, a UFS ocupa o 2º lugar no Nordeste e 9º do Brasil, com 37 depósitos realizados. Na modalidade Programa de Computador, ocupa a 4ª colocação geral, sendo a 1ª entre as universidades, com 52 depósitos.

Na Universidade Federal de Sergipe, nada acontece por acaso.

*É jornalista.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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