Segundo Alvin Toffler, autor do livro “Choque do Futuro”, assistimos hoje ao impacto da terceira onda de maré na história (a primeira foi lançada pela revolução agrícola, a segunda pela revolução industria). A Terceira Onda está criando uma nova civilização em nosso meio, com seus próprios empregos, estilos de vida, ética de trabalho, atitudes sexuais, conceitos de vida, suas próprias estruturas econômicas e convicções políticas.
Todas essas transformações têm muito a ver com o desenvolvimento dos sistemas de comunicações e de informações que estamos vivenciando e, diferentemente de ontem, elas estão ocorrendo numa velocidade nunca d’antes imaginadas.
Como exemplo, eu cito o meu último emprego, antes de aposentar-me em 1990. Quando o iniciei em 1971, todos os serviços da área financeira eram manualmente executados. Em seguida, a empresa ingressou na era da informática. Foi adquirindo equipamento de última geração, foi constituído um centro de processamento de dados e nós, das demais áreas, passamos a ser dependentes de analistas e programadores para transferir para o computador as tarefas que executávamos. Depois, através de terminais, podíamos acessar diretamente o computador central e finalmente com os microcomputadores, os projetos passaram a ser desenvolvidos pelos próprios usuários. Tudo isto em apenas 19 anos.
Outro ponto a destacar é a influência que a televisão exerce em todos nós. O ser humano, depois do seu surgimento, passou a ter um comportamento mais uniforme e muito dependente daquilo que esse meio de comunicação traz para o interior de nossa casa. O mundo transformou-se numa aldeia global.
Vejam só o exemplo da calça “jeans”. Hoje todos a usam, independente da situação econômica, idade, cor e sexo. Esta universalização somente foi possível após a transmissão de mensagens, através de imagem, para todos os cantos do universo. Esta massificação de imagens tem, sem dúvida alguma, grande responsabilidade pela mudança de comportamento e de atitudes do ser humano.
É provável até que muitos afirmem que a única coisa que a televisão faz é refletir o nosso cotidiano. Será? Ou será que é o nosso cotidiano que é reflexo da TV?
E a violência?
E uma constante na telinha. São filmes, reportagens, novelas, desenhos e até propaganda de produtos e serviços. Tanta é a violência que a televisão nos mostra, que a nós, com personalidade já formada, ela não mais transtorna nem comove. O que dizer, então, das crianças e dos jovens com a personalidade em formação, convivendo com cenas e mais cenas de violência. Serão eles mais violentos do que fomos e somos?
É… São mudanças muitas e tão velozes que nos dá medo de inferir o que será o amanhã e quanto custará para o hoje chegar ao amanhã.