O Carnaval e Saúde

O carnaval transforma as pessoas. É a festa onde as pessoas mais mudam o comportamento. Nos quatro dias de folia, o que vale é a diversão.
Na maior festa popular do Brasil, é fundamental também pensar nos cuidados com a saúde e algumas recomendações são de grande importância para que, na quarta-feira de cinzas e dias posteriores, as pessoas não tenham a saúde comprometida.

A Doença do Beijo
É muito frequente, no carnaval, o chamado “Beijo em Série” onde, na passagem dos blocos carnavalescos, as pessoas se beijam numa verdadeira “troca de saliva”. Existem jovens que até apostam para ver quem beija mais pessoas. Nesse momento, pode está se disseminando um vírus denominado vírus Epstein-Barr (EBV), causador de uma doença infecciosa denominada mononucleose, transmitido através da saliva. A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens e se caracteriza pelos sintomas de febre, dor de garganta e aumento dos linfonodos. O tratamento baseia-se em sintomáticos e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma se resolver espontaneamente em duas semanas.

A Candidíase Vaginal
Calor, biquínis úmidos e roupas pouco ventiladas. Essas são as causas que fazem aumentar no verão a incidência de candidíase vaginal, infecção causada por fungos do gênero 'Candida'. Os sintomas mais comuns são coceira, ardor ao urinar e corrimento grumoso (aparência de leite talhado).
Uma das orientações é que as mulheres devem evitar roupas íntimas sintéticas. Neste período, o aumento de casos de candidíase é favorecido pelo uso prolongado de roupas de banho úmidas. 
O ideal é trocar a peça após o banho de mar ou piscina. É preciso também evitar tecidos que aumentem a temperatura corporal e roupas apertadas. Dar preferência ao uso de saias ao invés de calças. Há, ainda, cuidados que ajudam a evitar a candidíase: não repetir as peças íntimas, secá-las ao sol e passar antes de guardar, não usar calcinhas úmidas. Para o tratamento é feito o uso de antifúngico oral ou creme vaginal por até uma semana.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis
O carnaval, como é uma festa que concentra um maior número de pessoas, aumenta a probabilidade de novos relacionamentos amorosos ou não.  Para alguns, o que parece vir à tona nos dias de folia é a sexualidade e a sensualidade reprimidas.  Além disso, um grande aliado às mudanças comportamentais entre em cena: o abuso das bebidas alcoólicas. As drogas ilícitas também favorecem as mudanças no comportamento sexual. As pessoas perdem a percepção do risco, às vezes deixam de ser seletivos nas escolhas e passam a manter relações sexuais sem o preservativo. O carnaval, portanto, pode aumentar a vulnerabilidade às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Hepatites Virais, principalmente, a Hepatite B.

Andar sempre com camisinha é a primeira decisão. Ter sempre atitude de prevenção, pensando em se proteger e evitar transmitir uma IST para o (a) parceiro (a) é fundamental. Embora a sífilis e hepatites tenham cura, podem, quando não tratadas, transformar-se em doenças crônicas, trazendo várias consequências para o organismo (lesões cardiovasculares, no caso da sífilis, e cirrose e câncer do fígado, no caso das hepatites Virais). A infecção pelo HIV tem tratamento, mas, até o momento, não tem cura e muitos medicamentos possuem efeitos colaterais.

Profilaxia Pós – Exposição Sexual

A PEP é a utilização da medicação antirretroviral após qualquer situação em que exista o risco de contato com o vírus HIV. A medicação age impedindo que o vírus se estabeleça no organismo – por isso a importância de se iniciar esta profilaxia o mais rápido possível após o contato: em até 72 horas, sendo o tratamento mais eficaz se iniciado nas duas primeiras horas após a exposição. O tratamento deve ser seguido por 28 dias. Mas para evitar essa situação de estresse, em tomar medicamentos por 28 dias e esperar 30 dias para fazer o teste, é bem melhor usar camisinha nas relações sexuais.

Portanto, brinquem o carnaval com alegria e diversão, mas sempre de olho nos cuidados com a saúde. O uso correto e consistente da camisinha pode evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis e os chamados “Filhos do Carnaval”.

Bom carnaval para todos!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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