O crescimento que estamos vivendo veio para ficar? O governo garante que sim, mas muitos economistas rebatem o discurso do governo e temem uma guinada populista. O governo garante que estamos vivendo o início de um desenvolvimento sustentado e que não deixará de tomar, mesmo que amargas, as medidas necessárias para manter o crescimento do país. Como mostra desta afirmação, não houve interferência junto ao Comitê de Política Monetária – Copom -, quando este aumentou a Taxa Selic para 16,25% e 16,75%. O governo também decidiu aumentar o superávit primário e permitiu nova tolerância para a inflação para o próximo ano. Medidas como estas vão garantir que o país transite para o ano que vem, controle a pressão inflacionária e derrube o risco país. Por outro lado, considerando ser necessário para o desenvolvimento do país, o envolvimento e participação da iniciativa privada, o governo lançou o programa “Investir já”, desonerando impostos com o objetivo de incentivar novos investimentos. Para o mercado, há uma mudança de orientação no governo, que até agora estava focado nas políticas fiscal e monetária bem conduzidas e organizadas e agora tentam convergir para a política de desenvolvimento. De acordo, ainda, com as perspectivas traçadas por diversos analistas, o esforço do governo terá que ser constante no controle da inflação, pois as pressões dos preços administrados, de algumas commodities e que muitos setores industriais estão com a capacidade instalada próxima do limite farão com que alguns preços subam, mas o aumento dos juros aliado ao esforço fiscal pode evitar que esses aumentos se propaguem. Segundo Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, para que o crescimento continue no ritmo atual será preciso o aumento dos investimentos privados. Para isto, é importante a aprovação pelo Congresso Nacional do Parceiras Público-Privadas – PPP. Para Eduardo Gianetti da Fonseca, professor do IBMEC, a política econômica do governo deu resultados no curto prazo, mas não é suficiente para criar condições de crescimento sustentado. Para ele existe o risco de uma guinada populista, que se daria com a perda da influência da equipe econômica do governo. Pelo que estamos vendo, os resultados positivos que o país vem conseguindo se dá em virtude do PT Governo agir diametralmente oposto ao PT Oposição. O risco, portanto, é, segundo os analistas, ver o PT Oposição assumir o governo. Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
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