O Google

Capa do livro
Semana passada estive viajando a trabalho, para uma das reuniões do grupo da Nota Fiscal Eletrônica (que é um projeto fantástico, prometo falar dele em outra ocasião). A reunião terminou na sexta-feira ao meio-dia, mas como minha passagem de volta estava marcada para sábado, resolvi arriscar e fui para o aeroporto. Cheguei por volta das 14:00, mas só tinha vôo saindo de BH às 17:30, com chegada prevista para Aracaju às 23:30. Seria uma espera muito chata se não tivesse encontrado o livro ao lado.

Nem precisa dizer que não vi a hora passar. O livro é realmente muito bom. Mostra toda a trajetória dos fundadores do Google: Larry Page e Sergey Brin. Desde o tempo que eram estudantes de doutorado em Stanford até a compra do YouTube pelo Google. Incluindo uma dúvida que todos nós temos: continuamos investindo em estudo (pós, mestrado, doutorado, etc) ou partimos para o mercado. Eles largaram o doutorado e nem precisa dizer que se deram bem… Mesmo com a mãe de Larry pedindo por várias vezes para ele terminar sua tese! Mãe é igual em todos os lugares, não é mesmo?

O livro conta de como nasceu a proposta de um site de buscas que pudesse trazer resultados mais inteligentes. Naquela época, a proposta de sites como o Yahoo! era a seguinte: se o usuário digita “Java”, o mecanismo de buscas trará todos os sites que tenham essa palavra dentro do seu conteúdo. Este não é um mecanismo muito inteligente, por não levar em consideração a relevância do site, ou seja, o site java.sun.com poderia ficar em qualquer posição da relação retornada. O mais lógico era que ele ficasse entre os primeiros links. Essa era a idéia base de Larry Page… Tentar montar um ranking para os sites.

O problema era como criar esse ranking. A dupla usou o seguinte raciocínio: trabalhos acadêmicos tem citações de outros trabalhos e, dessa forma, quanto mais um determinado trabalho for citado por outros, mais relevante ele será. Esse mesmo raciocínio poderia ser usado para links entre sites. Os sites que eram mais “citados” por outros, ou seja, aqueles que tinham mais links apontados para eles, seriam mais importantes do que outros que tinham menos links. Esta brilhante idéia foi batizada como PageRank. Eu sempre imaginei que o nome era referência a “ranking das páginas”, mas o livro diz que foi uma brincadeira com o sobrenome de Larry Page. 

É importante observar que no começo eles não tinham idéia de como fazer o modelo de negócios do Google, ou seja, eles não sabiam como ganhar dinheiro com um site de buscas. Quem diria…

A pelo menos dois anos atrás conversando com uma colega de trabalho, ela me disse que não sabia como o Google ganhava dinheiro, sendo um site meramente de buscas. Eu falei que a receita vinha dos links patrocinados, mas ela disse que era impossível ganhar tando dinheiro daquela forma. O que fica claro, é que o Google ganha pela escala de usuários. Na conta mostrada pelo livro, basta que um usuário, a cada quinze, clique em um dos vários links patrocinados para que o Google tenha o faturamento atual. O mais engraçado de tudo, é que têm usuários que nem sabem o que são os links patrocinados. Eles não os vêm como propaganda. Ponto a favor do Google.

Uma passagem que me chamou bastante a atenção, foi quando o autor narra que Page queria fazer o download de toda a Internet para a sua máquina (era em 1996, portanto era menos impossível do que hoje), em uma semana! É evidente que todos acharam impossível fazer, e a frase dele foi “É preciso ter um desprezo saudável pelo impossível. É preciso tentar coisas que a maioria das pessoas não tentaria”. É uma lição e tanto de como acreditar que podemos conseguir grandes realizações e, conseqüentemente, um banho de água fria para os pessimistas de plantão.

Quer saber se Page conseguiu fazer download da Internet inteira? Leia o livro…

Bem. Fico por aqui. Estarei com vocês todas as terças-feiras. Qualquer comentário podem escrever para andresmenendez@infonet.com.br

 

em tempo: o livro está esgotado nas principais lojas de e-commerce

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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