“Hoje o bom daqui sou eu”.

E pra quem não entendeu
Hoje o bom daqui sou eu

 

Seria xote ou baião, ou xaxado sem requebrado, por canção inspiração em  Dominguinhos e Gonzagão, o que se lê e se vê por aqui, nos apicuns Serigys e nos vales comuns  Aperipês, por proximidade do São João e já por envias simples de porfias e de eleição?

Luiz Gonzaga e Dominguinhos no YouTube.

Com o milho de Junho brotando, e as eleições para Prefeitos e Vereadores se aproximando, os que escrevem sobre política, com rara exceção, procuram externar suas preferências como se estivessem a gerir uma rinha de galo, de canário, de falcão ou de peru, sei lá, um campeonato gluglu qualquer, estabelecendo uma escalação entre os eventuais contendores, por seus padrinhos e/ou mentores, nomes que já se assanham como “pré-candidatos”, esta denominação eufêmica, dos que postulantes já são, mas não podem dizê-lo ainda, porque a lei não os permite, numa proibição tola, sob pena de tudo despenar, e o vencido na arena morrer donatário do cargo, sem os votos no todo adquirir.

Assim em tantos “pré-candidatos” expostos como “bonzinhos” e “mauzinhos”, por “perigosos e danosos”, e até por companhias e hereditariedades denunciadas, a nossa crônica já vem fazendo a sua campanha sem surdina, botando vis apoios a uns e piores envies de desapoios a outros, como se ela, a crônica, dispusesse de um cabedal eleitoral imparcial, indiscutível e insofismável, como uma cédula dourada de meio Real.

O Real sendo usado por moeda sempre forte, mas caindo aos pedaços na feira comum das bodegas e nas biroscas dos mercados.

Não se diga porém, que são cabos eleitorais apenas!

Não! Eles  não merecem o menoscabo de um chefe político qualquer, mesmo porque fingem não ser, nem bancar, o que é missão, do coronel de curral ou simples cabo eleitoral, angariar apoios para um partido de sua preferência.

Não! Ali não existe aderência! Mesmo que haja a ferina violência de remeter uns ao patíbulo e a outros o despojo das batatas.

Batatal mesmo é o exagero do seu larvar juramento, teimando em juras de pés-juntos a sua vadia promessa, porque nada ali é feito e gestado em impoluta análise, quando lhes sobra por catálise, a necessidade do velho “dindin pra ganhar tem-tem”.

Tudo isso, porque tudo vale a pena, quando a alma se apequena…

E também porque, sem Avicena para apartar o corpo da alma, e desde Vespasiano o Romano Imperador;  “Pecunia non olet”, que bem quer dizer tanto ao fisco, quanto ao cisco: Dinheiro não fede.

Como falar mal daquilo que tudo fertiliza, sem jamais cheirar tão mal?

Porque em amplo cabedal, segundo o órgão da Justiça Eleitoral, que atua na construção e no exercício da democracia brasileira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define o “cabo eleitoral” como o indivíduo encarregado de obter votos para certo partido ou candidato, num ofício desabrido, a céu aberto e por encargo assumido, sem dissimulação, chegando mesmo a portar dístico garboso de sua missão, enquanto Delegado de Partido.

Não é o caso nesta via, do noticiário difundido de mote diário, por seu conteúdo notório de partilhar uma corrente nunca assumida mas real, mesmo em excedente dissimulação, em self-decantamento imparcial, a troco de que ninguém o sabe, mas sem certeza, todos desconfiamos, afinal ninguém escreve gratuito, só os tolos!, sem receber um troco, sobretudo quando enaltece alguns perante um curriculum vitae não tão meritório, enquanto a outros, quase em vomitório, o que lhes sobra é um deslinde defeituoso, de uma “inhonesta vitae”, tomada como desqualificador currículo, para assim restar melhor erigido.

Emolumentos e demolições à parte, no contexto eleitoral, tudo vale, afinal já disseram em boa verve que o “feio é perder” e ganhar sempre restará valorado, mesmo que seja com “gol de mão”, via “pênalti fraudado”, e até por tortas envias, no “Tapetão, por tranca-truas abstruas de juízes!”

Sem galimatias, mas com bastardas heresias, nesse campo da mídia, a desqualificação tranca-trua e o arrevessado exaltado só aparecem no noticiário, porque alguns sabidos logo nos avivam o passado de cada um, destrinçando o defeito a destacar, que todos o temos, e porque há sempre alguém que nos vê esverdeado como o azinhavre que suja o cobre, temendo perlustrá-lo, e até a nódoa ganga que mancha o ouro, dando-lhe um desdouro, por destaque.

Sem achaque, contra-ataque ou mal canto por sotaque, diria talvez que tudo passa de uma frustração, um afadigado cansaço quase insuspeito, por um suspiro inhaque vindo do fundo do peito, permeando um solfejo conspícuo, ao araque, por sua redução consentida a pó-de-traque, em piastra pior inusitada, afinal o bom candidato, ninguém o disse ainda, e ele quer dizê-lo sempre: “Sou eu, sou eu, sou eu!”

Como ninguém assim o vê, vale o lamento que bem melhor poderia ser externado no Baião de Dominguinhos e Luiz Gonzaga, cuja lembrança em proximidade dos folguedos juninos, bem vale declamar:

Para um bom tocador
Não existe fole ruim
Mas para um dançador ruim
Forró nenhum presta
Chega na festa
Mete cana na barriga
Bate, apanha, arruma uma intriga
Aí nada tem valor

Ih! A sanfona tá furada
Ih! A mulherada tá com nada
Ih! O zabumbeiro tá pebado
Ih! o triangueiro tá bichado
E pra quem não entendeu
Hoje o bom daqui sou eu

Se não é assim, eu, como leitor, lamento tanta frustração. Cada um é o que pode ser, ora essa!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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