Loucuras de punhais envenenados.

Após o recente feriado por “Consciência Negra”, o noticiário fala da recente prisão de oficiais de grande escalão do nosso Exército Brasileiro.

Em verdade, os quatro ou cinco oficiais arrestados com grande alarido, não mais constituem exemplares quadros do nosso “glorioso Exercito”; as aspas sendo explicitadas porque houve tempo nesse país, seletivamente desmemoriado, que as citações eram assim, sempre exaltadas e entre-aspeadas, para explicitar imensos lauréis, e quanto fosse assim bem pensados e imaginados nos aléns afastados dos quartéis, afinal as aspas geravam amplos e sucessivos revérberos, por ecos repetitivos em cascatas, altissonantes sempre e bem sonantes explicitados, a suscitar dilatada simpatia e empatia, e afastando tosca e qualquer eventual discordância, por  antipatia, ou quase apostasia à farda verde-oliva, afinal só ali, e ali somente, é que vicejava, de fato, a ordem, o respeito e a galhardia de nosso povo varonil.

Foi com esse coadjuvante discurso que ouvi, desde criança, marchando como estudante, desde o Curso Primário, ali sendo alfabetizado, e antes sendo ninado com a tosca canção infantil: “Marcha, soldado, cabeça de papel, se não marchar direito vai preso no quartel”.

Possivelmente, tudo isso fora resquício de um tempo revolucionário anterior, os anos dos interventores tenentistas, cheios de idas e vindas guerreiras, porque em sendo eu um posterior “baby-boomer”, ou fruto da geração pós-explosão nuclear, raça que inútil está a se extinguir sem ter melhorado o mundo, é bom lembrar!, sou sem o ter assim convivido ou experimentado, um resistente dos anos Pós-Estado-Novo de Getúlio Vargas, o bom ditador sorridente, com o seu charuto fogoso no dente, e com o Exercito, todo e sempre, ao seu lado convivente, e o derrubando também, quando assim o quis, depondo-o ou levando-o ao suicídio, num tempo cuja memória bem me lembra desse feriado sempre sofrido a todo vinte-e-quatro-de-agosto, nunca tanto pranteado.

E haja pranto, porque nesse suicídio de Vargas, ninguém o quis mais tisnar-lhe a memória, doravante!.

Getúlio Vargas com o seu balaço agravante no peito assestou todos os seus inimigos denunciando-lhes com ferro em brasa no queixo, na testa ou nos fundos escandido, o estofo vazio que os preenchia e a cada um, denunciando-lhes o seu pior enfeixo, por pequenez e covardia, afinal nunca tantos fugiram tanto da fúria havida por comoção popular, esta sim acontecida e nunca esquecida.

Dir-se-ia que em outro tempo não esquecido, só Marco Antônio audaz tribuno, ante de curvar-se frente aos olores de Cleópatra, conseguira com tal panegírico fazer fugir os assassinos de Cesar.

A tudo isso, todavia, passara ao largo o nosso “Glorioso Exército”, ele tantas vezes sendo exaltado e alistado para as contendas politicas que se seguiram e seguiriam, afinal no Pós-Vargas pacificado, o seu espólio foi bem recolhido na dita República-Populista, até que tudo desabou num “rabo-de-foguete”, por canção, e em canto falsete por ricochete, com a Banda soprando no mesmo Dobrado Aplaudida na Rua, pela moça feia na janela, para a melhor alegria e algaravia da canalha e até da matilha e da petralha, porque em cada dia, jaz a luz e a agonia, dos sofrimentos sempre eternos com as casernas sempre nutrindo as mesmas contradanças em outras vis esperanças.

E como “esperar não é saber”, há os que sonham com Napoleões de Hospício ou seus detratores, tudo depois sendo aclamado ou apupado, porque in terra-nostra brasílica, os sofrimentos são eternos, neste verdadeiro vale-de-lágrimas de que nos falavam antigas preces, hoje não mais recitadas, nem por aqueles que mourejam nas punições exacerbadas contra o tenebroso ato golpista de “oito-de-janeiro”, o “golpe-do-batom-labial”, nunca tão desigual, por sangrento e cruento e assaz condenado, em terra pátria!

Em pátria nossa, todavia, como sempre tudo pode crescer, menos capricho e falta de vergonha, eis que surge uma nova bisonha; o “Golpe do Punhal Verde-Amarelo-Envenenado”, nunca inspirado nem por Claudio, o adultero tio de Hamlet, que após conspurcar o leito de Gertrudes, ousou envenenar a espada de Laertes, para ferir o jovem Hamlet, bom combatente, com um simples risco por arranhão.

Como o desejo final é riscar fundo, arranhar e fulminar o Ex-Presidente Bolsonaro, eis agora essa novidade, a meu ver, farsesca, do super-punhal-envenenado que fulminaria qual foguete israelense sem igual, que realizaria um cirúrgico ataque tão preciso, que alvejaria tanto o Des-Condenado Presidente Lula da Silva, o Vice-Presidente Alckmin, recém barítono da “Internacional Socialista”, e o todo-poderoso encouraçado, Alexandre de Morais, com quanto estivessem alvos espacialmente afastados e quistos sobremodo enaltecidos, muito amados e idolatrados por qualquer galera  assim reunida ou preunida.

Enquanto a Polícia Federal nada deslinda de tal premunida conjuração, vejo em tal exercício ficcional, mais uma torpe tentativa de mascarar o velho costume de denegrir as nossas Forças Armadas, afinal se existem aqueles que as exaltam como “Gloriosas”, há aqueles que lhes assacam todo tipo de escarro, isso desde o “Malfadado Regime Autoritário Militar”, dito “Sangrenta Ditadura”, que a tantos serviu e cevou, e que só lhes sobraram assaques covardes renovados, desde os idos de 1968, quando da tribuna do Congresso Nacional um Deputado instou até mesmo os longínquos combatentes Emboabas, a “fecharem o balaio”, as mulheres sendo invitadas a negar o amor a seus maridos e namorados militares, negando-lhes até um valsejo qualquer nos seus bailes comemorativos.

Vejo assim, porque não vão muito distante os comentários maliciosos e venenosos dos atos libidinosos cometidos nos quarteis, ao tempo das repressões ocorridas no “famigerado regime militar”, a suscitar pior clamor do que o Corvo de Alan Poe, sem verso ou rima: “nunca mais!”

Por que “nunca mais”, se a imaginação humana sempre pode piorar, agora pintando de sinistros sicários, atrabiliários militares de alto-escalão, só porque de pijama estão, indefesos e sem perdão?

Vejo assim e penso assim. Que me cheguem as provas e as circunstâncias!

Enquanto estas não chegam, dêem-me o direito à dúvida quanto a essa loucura de tantos punhais envenenados!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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