Na trilha da histórica revolução gaúcha, os filhos da antiga Freguesia de Sant’Anna do Cemitério também querem a sua independência Lisboa, 29 de abril de 2005 Caros amigos de Sergipe: No último sábado aconteceu, no Iate Clube da Barbosópolis, um tal “1º Encontro dos Filhos de Aquidabã”, organizado por três dos seus filhos mais ilustres: o poeta Chico Buchinho, o jornalista Ludwig Oliveira e o professor Joaquim. Até aí tudo aparentemente normal. Mas apenas aparentemente, meus amigos, porque na realidade o que há por trás de tão prosaica reunião é uma verdadeira operação de guerra visando instaurar a todo custo a República do Aquidabã em pleno sertão nordestino. O evento, evidentemente, é mero pretexto para preparar o terreno visando a mobilização revoltosa. Indiscutivelmente, há um clima de levante no ar. Para disfarçar as reais intenções da efeméride foi desempalhado o cantor Jerry Adriani, que enterneceu a todos com os seus grandes sucessos do passado. Alvanildo, o bicho papão do brega, foi outro intelectual que também compareceu ao rega bofes. À propósito, é sabido que após a independência do novo país, será adotada a música ‘Sombras Nada Mais’ grande sucesso na voz de José Augusto Sergipano, como hino oficial da nova pátria. O gajo era aquidabanense. Mas por que diabos uma cidade de apenas 18 mil habitantes iria querer virar um país independente? Quais são os motivos para tal levante? Muitos, meus amigos, muitos. Aquidabã, se os senhores não sabem, é o maior exportador de abacaxis do Estado. É fortíssimo na criação de gado. Além disso, o prefeito Euriquinho Araújo sempre alimentou o sonho de ser presidente da República, principalmente depois que descobriu que o nome ‘Aquidabã’ era uma homenagem à Guerra do Paraguai. Chico Buchinho, também, no fundo sempre sonhou em ser um ministro da Cultura (sua passagem pela Funcaju não foi à toa); Joaquim, louco pra ser ministro da Educação e Ludwig, da comunicação social. Resultado: juntou a fome com a vontade de comer. Outros filhos ilustres já estão até sendo sondados para o primeiro escalão como Bosco Mendonça para o ministério dos transportes e Lealdo Feitosa para o do Turismo, mas ainda não deram certeza. O que está acertado mesmo é o show de Roberto Carlos em praça pública no dia da independência, naturalmente trazido por Pinga, outro filho afamado da nova pátria emergente. A propósito, a pinga será um item forte na balança comercial do nascente país dos Ananás. Por ser um produto bastante apreciado pelos revoltosos, consta que o Governo Federal abrirá uma linha de crédito exclusiva para a construção de alambiques estatais visando a exportação do produto para o Mercosul e Europa. Trata-se do ‘Programa Ping’Aqui’ que pretende tornar Aquidabã auto-suficiente na matéria, destronando, para todo o sempre, verdadeiros ícones do setor como a cachaça Germana e a Caninha 51. Lula achou uma boa idéia e prometeu apoiar o país vizinho. Só um problema ainda não foi resolvido: a ideologia política da futura nação. Até semana que vem. Um abraço do Apolônio Lisboa
O Ludwig é do PFL, quer o apoio de João, Buchinho é petista e tem Lula em alta conta e Joaquim não está nem aí para política partidária, é um livre pensador. Pelo visto a futura república do Aquidabã vai ser uma comunidade anarquista, onde todos possam exercer livremente a sua autonomia e seguir cada um os seus próprios princípios éticos e morais. Sei não, mas acho que isso vai acabar em suruba.
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