Osteoporose: uma doença da terceira idade

Trata-se de uma doença óssea caracterizada por baixa regeneração e/ou rápida degeneração óssea, gerando ossos pouco densos e frágeis, sendo duas vezes mais comum em mulheres do que em homens, surgindo mais frequentemente após os 50 anos, e é uma doença que progride lentamente e raramente apresenta sintomas antes que aconteçam fraturas espontâneas ou por trauma físico, portanto se não forem feitos exames diagnósticos preventivos a osteoporose pode passar despercebida, até que tenha gravidade maior.

A osteoporose pode atingir:

Coluna vertebral – Pessoas idosas podem fraturar as vértebras da coluna com frequência, a chamada corcunda de viúva é uma deformação comum e pode até levar à diminuição de tamanho do doente.
Punho – Por ser um ponto de apoio, é uma área na qual as fraturas acontecem normalmente, o que se observa é que são ossos muito sensíveis e que têm pouca estrutura para sustentar o peso do corpo quando cai.

Quadril / Anca – As fraturas de pelve são difíceis de cicatrizar e podem levar à invalidez, alguns estudos mostram que em torno de 50% dos que fraturam o quadril não conseguem mais andar sozinhos.
Fêmur – Também muito comum entre os que desenvolvem a doença, sendo frequente tanto em homens quanto em mulheres, principalmente depois dos 65 anos, além do que a recuperação costuma ser lenta.

Fisiologia

O aparecimento da osteoporose está ligado principalmente a redução dos níveis de estrógeno do organismo. O estrógeno – hormônio feminino, também presente nos homens, mas em menor quantidade ,ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea. As mulheres são as mais atingidas pela doença, uma vez que, na menopausa, quando os níveis de estrógeno caem bruscamente,em decorrencia disso os ossos passam a incorporar menos cálcio (fundamental na formação do osso), tornando-se mais frágeis,observamos que para cada quatro mulheres, apenas um homem desenvolve esta patologia.

Embora pareçam estruturas inativas, os ossos se modificam ao longo da vida, ou seja o organismo está constantemente fazendo e desfazendo ossos, esse processo depende de vários fatores como genética, boa nutrição, manutenção de bons níveis de hormônios e prática regular de exercício; devemos porém referir que os hábitos e costumes exercem grande influência, reduzir a ingesta de todos os produtos que contenham muita xantina é essencial. Devemos frisar que as células ósseas (osteócito) são as responsáveis pela formação do colágeno, que dá sustentação ao osso, sendo que os canais que interligam os osteócitos é que permitem que o cálcio, essencial para a formação óssea, saia do sangue e ajude a formar o osso.

Apesar do cálcio ser um elemento essencial para a função de inúmeros processos biológicos e por essa razão ser ingerido em doses fisiológicas e ainda contribuir para a formação do tecido ósseo, o íon cálcio não exerce qualquer ação direta sobre a síntese do colágeno ósseo, que por sua vez é que sempre deve ser ativado utilizando todos os recursos disponíveis por se tratar da estrutura de sustentação óssea.

Portanto, ingerir cálcio em doses elevadas na presença de osso osteoporótico representa apenas uma estratégia de marketing porque para se fixar no osso necessita de uma matriz primária adequada que é formada pelo colágeno ósseo,por isso é muito bom salientar de que o efeito do cálcio em pacientes com osteoporose é semelhante ao de qualquer placebo ( ou seja não tem nenhum efeito ).

A densidade mineral de cálcio é reduzida de 50,1% em pessoa normal para 1,3% quando portadora de osteoporose, geralmente o quadro de osteoporose pode significar uma condição irreversível. O canal medular central do osso, a diáfise óssea, torna-se mais larga e com a progressão da osteoporose, os ossos ficam esburacados e quebradiços. O colágeno e os depósitos minerais são desfeitos muito rapidamente e a formação do osso torna-se mais lenta. Com o teor menor de colágeno ósseo surgem espaços vazios que enfraquecem o osso, consequentemente a deterioração do colágeno ósseo causa redução da resistência tênsil e elevação do risco de fratura. Quanto maior for a perda de colágeno ósseo, mesmo diante de exercícios bem orientados as pessoas ficam mais susceptíveis as fraturas, muito comuns e diagnosticadas durante pequenos impactos.

Sinais e sintomas

A perda óssea nas vértebras gera uma cifose cada vez mais acentuada resultando em um encurvamento do corpo para frente.

A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas, o que é bastante complicado para se estabelecer um diagnóstico clinico. Portanto, se não forem feitos exames sanguíneos e de massa óssea ( raio X e densitometria ),a doença só será percebida quando surgirem as primeiras fraturas, acompanhadas de dores agudas. A osteoporose pode, também, provocar deformidades e reduzir a estatura do paciente..

Diagnóstico

Avaliação da qualidade óssea – A partir de 1991 devido o Consenso realizado por todas as Sociedades Americanas que tratam da osteoporose, elas passaram a informar que é fundamental a análise da qualidade óssea que expressa o estado de deterioração do colágeno ósseo,ou seja quanto melhor for a qualidade óssea menor a chance de ter fratura.

A mudança na definição ocorreu porque as pesquisas verificaram que 100% das pacientes com Síndrome de Turner ( Sindrme Genética de hipogonadismo ) e que possuíam osteoporose, não fraturam,além do que os pesquisadores constataram que ao prescrever Fluoreto de Sódio para suas pacientes, os ossos ficavam mais densos e fraturavam com maior facilidade.

A partir dessas constatações os pesquisadores começaram a estudar mais profundamente o tecido ósseo e verificaram que o risco de desenvolver osteoporose e fratura está diretamente relacionado com as deteriorações do colágeno ósseo.

A partir de 2000, uma nova tecnologia com inteligência artificial dos projetos da robótica da Nasa permitiu determinar o local mais apropriado do organismo humano que permite estudar minuciosamente o tecido ósseo, essa região é a das metáfises das falanges dos dedos II-V, por que observou-se que nela era possível avaliar oito parâmetros, e não apenas um, como quando o exame era realizado apenas na coluna lombar, como vem sendo orientado há mais de 25 anos, além disso nesta pesquisa, avaliar apenas a densidade óssea seria uma análise do tecido ósseo muito restrita.

Densitometria- É muito importante saber que a maioria das fraturas que ocorrem na coluna se situam na região torácica e não na região lombar como tem sido descrito pela maioria dos reumatologistas e ortopedistas, por causa disso muitos pesquisadores Americanos e Europeus já tinham constatado esse fato. Após revisão dos trabalhos publicados nos últimos 15 anos, o Serviço Preventivo da Força Tarefa Americana a partir de 2009 passou a orientar a densitometria da coluna lombar apenas para as pacientes acima de 65 anos e que não possuíam antecedente de fratura na família. Esse estudo também determinou que esse exame pode apresentar baixa reprodutibilidade (59,0%) em seus resultados quando são realizados anualmente, por essa razão, recomendam que o exame não deve ser repetido na coluna lombar com intervalo menor do que 18 meses.

A densitometria óssea estabeleceu-se como o método mais moderno, aprimorado e inócuo para se medir a densidade mineral óssea e comparado com padrões para idade e sexo; por isso é a condição indispensável para o diagnóstico e tratamento da osteoporose e de outras possíveis doenças que possam atingir os ossos. Os aparelhos hoje utilizados conseguem aliar precisão e rapidez na execução dos exames, a exposição a radiação é baixa, tanto para o paciente como para o próprio técnico.

Epidemiologia

A prevalência varia entre 4,8 e 49,2% da população dependendo do país, sendo mais comum em países com maior população de idosos, com maior número de fumantes, de alcoolistas e de sedentários.

Sem apresentar sintomas, a osteoporose causa mais de 8,9 milhões de fraturas por ano em todo o mundo, resultando em fratura osteoporótica a cada 3 segundos, de acordo com a Federação Internacional da Osteoporose (IOF). Calcula-se que a doença afeta 200 milhões de mulheres mundialmente. Por todo planeta, 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos.

“Persiste ainda uma ideia errônea de que a osteoporose é uma doença feminina e soma-se ao fato de que, em geral, os homens são mais negligentes com a saúde. É um público esquecido também pelos médicos. Existem condições que aumentam a chance de osteoporose e fraturas, tais como: o alcoolismo crônico, tabagismo, uso de glicocorticoides e pacientes com hipogonadismo (ex: paciente em deprivação hormonal por causa de câncer de próstata) e que deveriam estar no horizonte de raciocínio dos médicos que os acompanham.

Os poucos estudos realizados em homens no Brasil mostram que a prevalência de osteoporose na população masculina com mais de 65 anos é em torno de 15%, enquanto que a prevalência de fraturas fica entre 12 e 20%,além disso em estudo realizado num laboratório de São Paulo, foi observado que, entre 2016 e 2017, os homens correspondiam infelizmente a apenas 8% dos exames de densitometria realizados.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros são afetados pela doença, que pode ser evitada com hábitos saudáveis como exercícios físicos, boa ingestão de cálcio pela dieta alimentar e a exposição diária ao sol, por, pelo menos, 15 minutos ao dia.

Sempre orientamos que pacientes tenham cuidados com as quedas domésticas, sendo o banheiro o lugar onde mais acontecem acidentes, notadamente os pisos molhados, escorregadios e objetos soltos que estejam no chão apresentam alto risco de acidente doméstico e é preciso muita atenção.

Uma perda de massa óssea de 10% na vértebra pode dobrar o risco de fraturas vertebrais e, de forma semelhante, uma perda de massa óssea no quadril de 10% pode resultar em um risco 2,5 vezes maior de fratura do quadril.

No geral, 61% das fraturas osteoporóticas ocorrem em mulheres, estimasse que em 2050, a incidência mundial de fratura de quadril em homens deverá aumentar em 310% e 240% em mulheres, em comparação com as taxas da década de 1990.

Em mulheres com mais de 45 anos de idade, a osteoporose é responsável por mais internações do que outras doenças, incluindo diabetes, infarto do miocárdio e câncer de mama. A osteoporose pode ocasionar quadros graves como, por exemplo, uma fratura de fêmur, que deixa o paciente acamado por até 8 semanas, pode gerar complicações como perda da musculatura dos membros e até pneumonia.

A evidência sugere que muitas mulheres que têm uma fratura não são adequadamente diagnosticadas e tratadas por provável osteoporose.

Fatores de risco
Quem se encontra em maior risco de desenvolver a doença são:

Mulheres após a menopausa;
Homens após os 65 anos;
Fumantes;
Consumidores de álcool ou/e café em excesso;
Diabéticos;
Sedentários;
Doenças endócrinas (especialmente na tireoide, paratireoide ou ovários);
Desordens nutricionais (não basta cálcio, vitamina D, proteínas, magnésio e fósforo também são essenciais pra ossos saudáveis)
Doenças gastro-intestinais que prejudiquem a absorção de nutrientes;
Histórico familiar de osteoporose e osteopenia;
Certos medicamentos;
Peso abaixo do ideal;
Descendentes de brancos e asiáticos.
[6]

Prevenção
Fazer exercícios físicos regularmente: os exercícios resistidos são os mais recomendados;
Dieta com alimentos ricos em cálcio:
100g de gergelim: 1160 mg de cálcio
100g de semente de chia: 1476 mg de cálcio
100g de tofu: 128 mg de cálcio
100g de salsa: 203 mg de cálcio
100g de grão de bico: 150 mg de cálcio
100g de alga hijiki: 1400 mg de cálcio
Verduras como brócolis, repolho e couve;
Frutas, como banana prata, amendoas e gergelim[7]

Bisfosfonatos

Os Bifosfonatos continuam sendo o tratamento de escolha para osteoporose pós-menopausa,além disso também são usados no tratamento da osteoporose no sexo masculino e na osteoporose induzida por glucocorticoides e em metástases ósseas.

A literatura informa que os tratamentos de administração diário, semanal, mensal ou anual agem aumentando a massa óssea reduzindo o risco de fraturas,no entanto, mais recentemente a Síndrome de Bronjs (necrose de mandíbula) tem sido referida por várias pesquisas europeias como a mais grave complicação do uso dos bisfosfonatos, incluindo os mais potentes (ácido zolendrônico, palmidronato de sódio, risedronatos, ibandronato), sendo que a ocorrência dessa síndrome não guarda relação com o tempo de uso. O aumento da incidência de necrose de mandíbula esta associado ao uso venoso ou seja ao ácido zolendrônico.Devemos salientar de que a relação existente ao uso de bifosfonatos em baixas doses e a necrose de medula continua sem provas na literatura científica. Devido aos riscos da terapia estrogênica e da ausência de provas, os bifosfonatos orais continuam como primeira escolha para o tratamento de osteoporose pós-menopausa.

Os graves desdobramentos da necrose total de mandíbula interferem de maneira significativa na qualidade de vida, e até o momento não há descrição de tratamentos totalmente eficazes para essa complicação. Portanto a indicação do bifosfonato venoso deve ser amplamente fundamenta na relação risco benefício individual.

Em breve, com a aplicação da nova tecnologia que avalia a microarquitetura óssea, será talvez possível entender as razões pelas quais os bifosfonatos (por exemplo, alendronato, risedronato, ibandronato, ácido zoledrônico) deterioram a qualidade óssea

Reposição hormonal

A reposição hormonal é importante tanto durante a prevenção quanto durante o tratamento.,com certeza respeitando Suas contraindicações,o estrógeno reduz o risco de fraturas em mulheres com osteoporose.

Exemplo: Estradiol.

Modulador seletivo dos receptores de estrogênio (SERM)
SERM são uma classe de medicamentos que agem seletivamente nos receptores de estrogênio corporais. Normalmente, a densidade mineral óssea é precisamente regulada por um equilíbrio entre a atividade de osteoblastos e osteoclastos nos ossos trabeculares. Estrogênios exercem uma função essencial na regulação do processo de formação/reabsorção óssea por conta da ativação de osteoblastos. Alguns SERMs, como o raloxifeno, agem no osso reduzindo a reabsorção óssea pelos osteoclastos .

Exemplo: Raloxifeno

Administração de cálcio
Para quem já tem a doença, o cálcio pode ser dado em dosagens de 1 mil a 1,5 mil miligramas por dia, com recomendação médica,deve ser sempre ser acompanhado por suplementos de vitamina D.

No entanto, é importante ter o conhecimento de que, no tecido ósseo o elemento cálcio exerce importante papel, porém, depende para a sua fixação do estado da matriz proteica (colágeno) que deve apresentar os estados definidos como; adequado ou limítrofe. Sem a presença de uma adequada ou limítrofe estrutura de sustentação óssea, formada por 95% por colágeno ósseo, o cálcio não se fixará de forma adequada e não poderá exercer a sua ação originando a matriz secundária.

É importante verificar o estado que se encontra a matriz proteica, pois no caso da osteoporose instalada (matriz mesenquimal deteriorada), diante do estado final de deterioração do colágeno ósseo, o íon cálcio desempenha uma ação ineficiente, porque estando a matriz proteica deteriorada não haverá, na tripla hélice do colágeno, ligações bioquímicas livres para o íon cálcio se fixar.

Atividade física
Atividade física corretamente orientada (por um Professor de Educação Física), também é usada como parte importante no tratamento e controle da osteoporose, podendo reduzir ou até, estabilizar a perda de massa óssea do indivíduo.Além disso é muito importante tomar sol para ajudar na reposição de vitamina D.

Consumo de leite e derivados
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, é recomendável o consumo de três copos de leite (ou porções de derivados) por dia para prevenir a osteoporose, devido ao cálcio presente nesses alimentos.[ Recomenda a ingestão de 1g de cálcio ao dia, citando o consumo de laticínios, frutas e verduras para se atingir essa quantidade,porém sabemos com certeza de que apenas laticínios não são o suficiente, consumir vitamina D e magnésio são ainda mais importantes.

Há inúmeros estudos científicos que alertam para a baixa capacidade de absorção do cálcio de leites animais pelo organismo humano:infelizmente nem leite nem uma dieta rica em cálcio reduzem o risco de fraturas por osteoporose . Estes estudos apontam que é fundamental a presença de magnésio e vitamina D para que o cálcio seja absorvido., além do que eles afirmam que a equação máxima entre cálcio e magnésio deve ser de 2:1 ou 3:1. , devemos também afirmar que, ¨nem tanto nem tão pouco ¨, ou seja o excesso de cálcio, resultado, por exemplo do uso de suplementos de cálcio, associado ao baixo consumo de magnésio, leva o cálcio a se depositar nas artérias, causando um processo de calcificação, ou calcificar na mucosa gastro-intestinal, entre outras consequências.

Prognóstico
Os pacientes com osteoporose têm grandes riscos de terem fraturas adicionais,no entanto o tratamento para a osteoporose orientado pelo Endocrinologista pode reduzir consideravelmente o risco de fraturas no futuro.

As fraturas no quadril podem levar a uma dificuldade na movimentação e um risco aumentado de trombose venosa profunda ou embolismo pulmonar. As fraturas das vértebras podem levar a dor crônica severa de origem neurogênica, que pode ser difícil de ser controlada, assim como uma deformidade. A taxa de mortalidade em um ano que segue a fratura de quadril é de aproximadamente 20%,salientamos todavia de que as fraturas múltiplas de vértebras apesar de raras podem levar a uma cifose severa (corcunda) que a pressão resultante nos órgãos internos pode incapacitar a pessoa de respirar adequadamente.

Embora os pacientes com osteoporose tenham uma alta taxa de mortalidade devido às complicações da fratura, a maioria dos pacientes morre “com” a doença ao invés de morrer “da” doença.

Uma Boa e Saudável Semana.Com muita Saúde,Deus e muita PAZ!!!

Fique em casa,use a mascara e viva ¨casado¨com o alcool gel.

Namastê..…

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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