Além da meta de inflação, o governo precisa pensar em uma estratégia de crescimento de longo prazo. A avaliação é do economista e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais de São Paulo (Ibmec-SP), Marcelo Moura, que ressalta a necessidade de se resolver cinco pontos relevantes para que se possa pensar em crescimento sustentado de longo prazo.
O primeiro ponto é a consolidação do que já se conseguiu, como o controle de meta de inflação, que nos últimos anos tem registrado sucesso cada vez maior.
Em segundo lugar, o sistema democrático. Agora é preciso avançar na punição. A terceira questão é a fiscal. É necessário um equilíbrio entre as contas públicas. Hoje, a carga tributária é alta e injusta. É preciso que haja uma revisão sobre os serviços que o estado tem que prestar – reforma fiscal, tributária e previdenciária.
O quarto ponto é a infra-estrutura. Se o país quiser crescer na média dos emergentes, será necessário investir com urgência e pesado em infra-estrutura.
O quinto ponto é uma questão de longo prazo, mas que garantirá crescimento nos próximo 10 anos: Investimento em Educação.
A melhora da eficiência dos gastos com os programas sociais aliado a uma redução da carga tributária poderiam promover o crescimento sustentável do País, abrindo espaço para o aumento do investimento público e privado.
O país não tem empregado de forma eficiente os recursos com os programas sociais, gerando desperdício, o que impacta negativamente no crescimento.
Programas como o Bolsa Família têm apresentado excelentes resultados do ponto de vista de redução da desigualdade social, promovendo uma redução da pobreza entre quatro e vinte vezes maiores do que a elevação do valor real do salário mínimo.
Apesar de ainda estarmos longe do ideal, hoje já vemos algum progresso na posição social dos brasileiros, isto em função da continuidade da política econômica dos últimos quinze anos. Um relatório divulgado pelo Centro Internacional de Pobreza, instituição de pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), afirma que 27% dos pobres das áreas urbanas do Brasil conseguiram sair da situação de pobreza em 10 anos.