PFL foi grande perdedor

Fim do processo político eleitoral, repouso para os ouvidos e mentes de milhares de brasileiros e brasileiras, obrigados neste período, a ouvir a massificação dos slogans de campanha dos candidatos e enfrentar os engarrafamentos nos cruzamentos das grandes cidades, causados por cabos eleitorais que distribuíam material de campanha. Aliado a esse repouso merecido de ouvidos e mentes, a campanha eleitoral deste ano deixou muitas lições. 

 

Uma delas é que a democracia, conquistada pelo derramamento de sangue, prisões e torturas de muitos jovens nos anos 60, 70 e 80, saiu vitoriosa, apesar da tentativa de golpe eleitoral expressada por segmentos da mídia, de políticos conservadores e de setores da elite brasileira. Mas, felizmente, prevaleceu a vontade da maioria, que decidiu tomando por base as conquistas (embora ainda poucas) nas áreas econômicas e socias promovidas pelo atual governo. Ganhou a política de resultados! (Só abrindo um parêntese: o engraçado é que quem mais combateu o sindicalismo de resultado foi o PT e agora assegura a eleição do presidente Lula e aliados exatamente professando uma fé negada no sindicalismo!! Isso comprova como a política é dinâmica.)

 

Outro ensinamento deixado neste processo eleitoral é que a sociedade não aceita mais a campanha difamatória e de inviabilidade de um projeto de governo, seja ele qual for. O eleitorado também deixou expresso o desejo de mudanças no rumo da política nacional. Esse recado vale para os dois lados: governo e oposição. Quem não o colocar em prática poderá sofrer conseqüências drásticas no transcurso dos próximos anos.

 

E a mais importante das lições deixadas neste processo eleitoral foi a ideologização do processo. O eleitor deixou explicito, em especial neste segundo turno, não estar de acordo com a política neoliberal conservadora posta em prática no governo FHC (leia-se PSDB/PFL). E ai é onde entra o xis da questão. O PFL, principal porta voz desta política conservadora no país que é também onde se abriga a maioria dos velhos coronéis da política brasileira, foi o grande derrotado nestas eleições. Conseguiu eleger apenas um governador: o do Distrito Federal. Os demais caíram como se num efeito dominó. Nem mesmo o “reciclado clã” dos Sarney, no Maranhão, escapou da degola democrata do voto.

 

Sem dormir

 

Você sabia que o governador eleito, Marcelo Déda, acordou às 3 horas da madrugada do dia 01 de outubro (primeiro turno da eleição) com um potente som tocando sua música de campanha no prédio onde reside. Ao ouvir a música não vacilou; ligou imediatamente ao superintendente da PF, e cobrou uma ação contra o “eleitor golpista”. 

 

Agentes da PF foram ao prédio e descobriram que se tratava de um eleitor apaixonado de Déda, seu vizinho, que com um potente som residencial tocava sua música de campanha em alto volume. Déda pensava se tratar de eleitor adversário que tentava irritar os vizinhos e provocar a impugnação de sua candidatura.

 

 jaraujo@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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