A presidente do Parlamento Amazônico (Parlamaz), deputada boliviana Ana Lúcia Reis, destacou a necessidade da integração e colaboração dos países amazônicos para garantir a sustentabilidade econômica, social e cultural dos povos da região.
Criado em 1988 no Peru, o Parlamaz passou por uma fase de desmobilização devido a problemas políticos dos países da região e retomou seus trabalhos a partir de 2001, na Bolívia. Segundo Ana Lúcia Reis, a reorganização do grupo foi retomada efetivamente para elaboração do seu plano estratégico.
A presidente do Parlamaz disse que os países amazônicos devem incrementar esse trabalho para impedir o desmatamento da floresta amazônica. Na opinião da representante boliviana, a região de selva não é apropriada para a criação de gado, plantação de soja, atividades que foram intensificadas em algumas áreas da Amazônia devido aos interesses econômicos desses setores.
No Brasil, meses depois de adotar uma série de medidas para ampliar a proteção da Amazônia e evitar o desmatamento na área – um dos maiores redutos de diversidade de plantas e animais do País – os reflexos ainda não podem ser sentidos.
A Amazônia sofreu um desmatamento de 1.096 km2 em maio deste ano, uma área próxima à da cidade do Rio de Janeiro. O dado mostra uma pequena queda em relação a abril, quando foi registrado um desmate de 1.123 km2. Ou seja, em dois meses, a região perdeu o equivalente a duas cidades do Rio de Janeiro.
Assim como no levantamento anterior, Mato Grosso foi o campeão de desmatamento na Amazônia Legal. Desta vez, no entanto, o Estado registrou quede de 19% na área desmatada: 794 quilômetros em abril contra 646 quilômetros quadrados em maio.
Já o Pará viu sua área desmatada saltar de 1,3 quilômetro quadrado em abril para 262 quilômetros quadrados em maio.
O Maranhão foi o quarto Estado que mais desmatou em maio, seguido de Amazonas, Acre e Tocantins.
O Brasil não conseguirá enfrentar a devastação da Amazônia sem a consolidação de uma política agropecuária que limite a expansão da produção sobre a floresta, de acordo com o climatologista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que as mudanças metodológicas de apresentação das informações sobre desmatamento, adotadas pelo Inpe a partir de julho, vão possibilitar o fim da queda de braço com os governadores que questionam os dados.
A nova metodologia qualifica as áreas onde há alerta de desmatamento em cinco categorias: floresta não alterada (onde o satélite indicava, mas não foi constatado desmatamento), corte rasa (onde houve retirada completa da cobertura original) e três intensidades de floresta degradada (leve, moderada e alta).
O ministro afirmou que é necessário criar mecanismos econômicos para combater o desmatamento, para que seja mais interessante não destruir a Amazônia. “Você não resolve uma questão econômica com polícia, se resolve uma questão econômica com incentivo e desincentivo (à produção)”. (Ambientebrasil)