Em novembro de 2001, tratamos na Questão do Mês desse tema. Naquela oportunidade procuramos saber se no meio em que o participante vivia (família, clube, escola e trabalho) existia a conscientização de que preservar a natureza é necessário; se ele achava que deve mudar o seu comportamento, no que se refere à preservação do meio ambiente; se houvesse uma conscientização maior, menor seria a destruição da natureza; se no nosso pais, os órgãos governamentais demonstram eficácia na luta pela preservação do meio ambiente e se ele conhecia alguma entidade não governamental(ONG), que atua na defesa do meio ambiente.
Por ser a “Preservação da Natureza” um assunto importante para a sobrevivência do ser humano no Planeta Terra, faremos da Análise do Resultado daquela Pesquisa a Carta desta Semana.
O resultado da pesquisa mostra um universo que, infelizmente, não representa a maioria da população brasileira, pois 74% dos participantes afirmam que no meio em vivem (família, escola, trabalho e clube), existe a conscientização de que preservar a natureza é necessário.
Se isto ocorresse com a maioria de nossa população, nós não veríamos tanta floresta destruída nem as águas de nossos rios, lagos, mares e o ar tão poluídos.
Importante também foi verificar que 85% dos participantes acham que devem mudar o seu comportamento, no que se refere à preservação do meio ambiente. Neste caso, eu acredito, que se 85% dos brasileiros tivessem esta conscientização, nós estaríamos vivendo o hoje com a absoluta certeza de que o amanhã em nosso planeta existiria. Sobre este tópico, assim se expressaram dois participantes: “Na minha opinião, a chave da questão está basicamente na mudança de nossos valores culturais. Somos membros de uma cultura utilitarista, imediatista, fragmentada e extremamente dissociada do mundo natural. Não aceitamos fazer parte da natureza como mais uma espécie da cadeia evolutiva. Acreditamos orgulhosamente que estamos no “topo” e que o mundo que aí está não passa de recursos para atender as nossas necessidades”. – “Sei que não devemos só esperar pelo governo, temos que fazer a nossa parte, temos que tomar iniciativa e não esperar pelo próximo”.
A quase totalidade dos participantes (93%) acredita que se houvesse uma conscientização maior, menor seria a destruição da natureza. Sobre isto, eis como se expressaram dois participantes: “Na minha opinião é necessário maior conscientização das pessoas no que se refere ao meio ambiente. Se não fizermos o nosso dever de casa, logo vamos sofrer as conseqüências previsíveis”. – “… Os cidadãos não aprendem a se conscientizar da importância de preservar nossas riquezas – naturais e culturais. Então, esta conscientização deveria ser o primeiro passo na vida familiar e colegial de nossas crianças. Só assim, com uma educação correta e repetitiva, poderíamos doutriná-las a conservar melhor o ambiente em que vivemos”.
Isto quer dizer, que o governo, nas escolas públicas, e as escolas particulares poderiam, com um custo mínimo, garantir a formação de uma geração comprometida com a preservação do meio ambiente. Era só institucionalizar a preservação do meio ambiente como matéria do currículo escolar.
A necessidade das escolas, públicas e particulares, darem uma maior atenção à preservação do meio ambiente é comprovada pela quantidade de lixo jogado nos pátios dessas escolas, pelos alunos.
Da mesma forma, a quase totalidade dos participantes (93%) opinou que os órgãos governamentais não demonstram eficácia alguma na luta pela preservação da natureza. Esta, também, deve ser a opinião da maioria dos brasileiros. Sobre este tópico, eis como se manifestou um dos participantes: “Os órgãos governamentais demonstram pouco interesse em preservar o meio ambiente, muito menos amenizar a pobreza, fator importantíssimo para nós começarmos a nos conscientizar em não nos separarmos em classes sociais, mas nos unirmos por uma só causa, afinal todos moramos na mesma casa (A Terra)”.
É bem verdade que a dimensão do nosso país exige mais recursos para os órgãos envolvidos, mas a carência de recursos para educação, saúde, segurança e criação de empregos leva o governo a não dar prioridade maior para um item que, na opinião da maioria, não está acima dos segmentos acima citados.
Considerando ser a Amazônia o pulmão do Universo, justo seria que os países do mundo, principalmente os mais ricos, pagassem pela preservação da Floresta Amazônica. Isto, no entanto, somente será possível quando a globalização deixar de ser apenas uma fórmula dos países ricos serem mais ricos.
Dois terços dos participantes conhecem algumas entidades não governamentais (ONG) que atuam na defesa do meio ambiente e apenas a metade dos participantes demonstraram interesse, ou mesmo possibilidade, de participar das atividades dessas ONG’s.
Hoje, o resultado seria diferente?
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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