PROCESSO CONFUSO

Já está decidido: o ex-governador Albano Franco (PSDB) será mesmo candidato a deputado federal. Essa, até o momento, é a única posição que os tucanos tomaram. Falta ainda vencer algumas opiniões contra e a favor de uma composição com o governador João Alves Filho (PFL). Os deputados estaduais Jorge Araújo e Ulices Andrade resistem para valer a uma aliança com o PFL e defendem a aliança branca com o Partido dos Trabalhadores, mesmo que isso represente um risco para a reeleição da bancada, em razão da impossibilidade de uma chapão estadual. O deputado Fabiano Oliveira mantém a disposição de seguir o ex-governador Albano Franco para onde ele conduzir o partido e – segundo revelação do próprio Albano – é o parlamentar que demonstra preocupação com os números. Há informação de que na reunião de sexta-feira passada, aconteceram algumas bicoradas e a reunião terminou sem andar um único milímetro do ponto em que ainda se encontra.

O Partido dos Trabalhadores fez ontem um bom programa de TV. Mostrou realizações do prefeito Marcelo Deda e o colocou falando nos olhos do telespectador, dando o tom que será utilizado durante a campanha e no horário gratuito de televisão. Vai insistir na questão da mesmice e apelas para a renovação. Durante os 20 minutos de programa, apareceram apenas o pré-candidato a governador, Marcelo Deda, e o pré-candidato ao Senado, José Eduardo Dutra. A presença única dos dois mostrou que a chapa majoritária está pronta, faltando apenas que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) indique o vice, cuja direção sugere o deputado estadual Belivaldo Chagas. A coligação de oposição não vai mais esperar que o ex-governador Albano Franco tome uma decisão. Caso o PSDB se volte para o PT, José Eduardo está pronto a recuar da disputa pelo Senado. A mesma coisa acontecerá com Valadares, se houver necessidade de encaixar o PMDB na chapa majoritária. Só cederá a indicação do vice nesta circunstância.

A discussão gerada dentro do PSDB pode retardar alguma posição, mas dentro do PFL é dado como centro o reencontro do ex-governador Albano Franco e do governador João Alves Filho para uma disputa eleitoral. A diferença será que os dois não estarão na mesma chapa, mas dentro de uma coligação ampla e na formação de um chapão para deputados federal e estadual. Ao PSDB será reservada a indicação do candidato a vice-governador sem vetos, mas até o momento não saiu a fumaça branca da sede do PSDB. Depois da reunião de sexta-feira, Albano resolveu viajar a São Paulo para esfriar a cabeça e, segundo informou um dos seus aliados, teve alguns encontros políticos. A direção nacional do partido não vai permitir uma aliança de qualquer cor com o PT, mesmo que não pretenda intervir. Como o tempo está se estreitando, alguma posição deve ser anunciada dentro dos próximos 15 dias, para que se coloque um ponto final nas dúvidas e se inicie o trabalho das formações de chapas majoritária e proporcional.

O empresário Ricardo Franco (PSDB) não ficou satisfeito com as discussões internas que dividem o partido sobre PT e PFL. Acha que se o PSDB está sob o comando do seu pai, Albano Franco, a decisão deve ser tomada dentro do que ele definir. É fácil lembrar que o ex-governador foi para o sacrifício em 2002 para proteger seus aliados, agora deve ser entendida a sua posição. Ricardo Franco avisa que será candidato a deputado estadual caso o partido não procure a unidade em torno de Albano. E não está brincando. Ricardo já está começando a fazer incursões pelo interior para testar o seu nome e tem sentido a receptividade, em um campo que era bem coordenado por sua mãe, Leonor Franco. Lógico que sua candidatura pode ser um obstáculo sério para quem está tentando a reeleição ou busca uma vaga na Assembléia Legislativa.

A ameaça de Ricardo em disputar o mandato não agradou a alguns candidatos, que reclamaram dela, mas isso não altera o seu objetivo. Dentro do PFL, entretanto, o próprio governador João Alves Filho admite que o entendimento está próximo. João empunhou a bandeira branca…

 

 

PROPOSTA

A proposta que o PSDB teria apresentado para uma coligação com o PFL exigia o vice, o Tribunal de Contas e a Secretaria de Saúde (agora e depois).

Mas não pára aí: também quer que o PFL reduza o numero de candidatos a deputado federal. Os pefelistas estão achando muito.

 

CANDIDATO

O empresário Ricardo Franco (PSDB) avisa que será candidato a deputado estadual caso membros do partido não sigam orientação do ex-governador Albano Franco (PSDB).

Ricardo defende que o partido feche questão em torno de uma proposta única, seja com PT ou PFL, dentro de uma decisão de Albano.

 

DISTANTE

Ricardo Franco também considerou que um entendimento com o PFL está a anos luz, lembrando que o partido pode sair sem fechar com ninguém.

Diz que não trata da questão de composição com o PFL, “mas isso não quer dizer que ela deixe de acontecer. É possível, mas não está tão próximo”.

 

DISCUSSÃO

Um membro influente do PSDB tinha antecipado o que dissera ontem Ricardo Franco, em relação ao partido sair sem fazer coligações.

Segundo a informação do membro partidário, durante essa semana as discussões se darão em torno do PSDB ter uma postura independente, agregando os partidos pequenos.

 

DORMIDO

O ex-governador Albano Franco teria fechado os olhos enquanto jantava conversava com deputado Jackson Barreto, senador Valadares e deputado Bosco Costa, Brasília.

Jackson Bateu à mesa e declarou: “quando Albano dorme é porque não está interessado no assunto”. No momento Jackson falava de composição entre PSDB-PTB-PSB e PL.

 

ACEITOU

Marcelo Déda (PT) topou a proposta do deputado Jackson Barreto (PTB), para que seja feita uma coligação proporcional entre PSDB, PSB, PTB e PL para as eleições de outubro.

O ex-governador Albano Franco (PSDB) não aceitou a proposta ao declarar que o partido não permite a nível nacional.

 

LIBERAL

A tendência natural do Partido Liberal é se manter no bloco de oposição, mas ainda não está completamente definida a posição do partido.

Há um problema que o prefeito Marcelo Déda (PT) precisa resolver com uma certa pressa: o chapão para estadual, que os candidatos petistas não aceitam.

 

JOÃO FONTES

O deputado federal João Fontes (PDT) participa hoje de uma reunião em Brasília com os presidentes regionais do partido, deputados, senadores e a executiva nacional.

Hoje o PDT toma uma decisão sobre candidaturas próprias e João Fontes pode sair do encontro como pré-candidato a governador do Estado.

 

DESFIGURAR

João Fontes declarou que não fará qualquer coligação só para reeleger-se: “não vou me desfigurar”, avisa.

Diz que quer tentar a reeleição, mas se não for possível dentro de uma aliança que deseja, disputará o governo.

 

SOBRE VICE

O pré-candidato a governador Marcelo Deda (PT) reconhece que “em tese o PSB tem sido colaborativo”.

Acrescentou que o senador Valadares (PSB) não abre mão do vice, a não ser que haja um fato novo e tenha que abrir para conquistar mais uma legenda.

 

SENADOR

José Eduardo Dutra (PT) será mesmo o candidato ao Senado na chapa do bloco de oposição e está começando a conversar com lideranças do interior.

Foi uma decisão tomada depois de esperar muito, mesmo sabendo que as candidaturas majoritárias não podem demorar a aparecer.

 

COM LULA

O ex-prefeito Marcelo Deda esteve com o presidente Lula e conversou sobre o quadro político de Sergipe. Inclusive mostrou-lhe algumas pesquisas.

Avisou que estava afunilando um entendimento com o PSDB, mas não faria nada sem antes comunicá-lo. Lula dispensou a comunicação posterior e disse que estava de acordo.

 

TELEVISÃO

Conversa de bastidores nos meios televisivos: A TV cidade passaria a ser afiliada da Rede-TV, para transmissão aberta de sua programação.

Outra mudança: a TV-Atalaia estaria nos primeiros contatos com a Record para retransmitir a sua programação.

 

 

Notas

 

TRÂNSITO

A Câmara analisa o Projeto de Lei do deputado Heleno Silva (PL), que repassa 5% da arrecadação com multas de trânsito para ações de assistência social. A proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro, que prevê que a receita das multas deverá ser aplicada, exclusivamente em obras do trânsito.

“As multas representas considerável incremento às receitas públicas”, diz. Ele reconhece que faltam ações na área de trânsito, mas argumenta que o setor dispõe de recursos suficientes para cumprir suas funções.
 

CONVÊNIOS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem da vedação imposta pela legislação para que o governo federal firme convênios com Estados e municípios próximo ao período eleitoral. Pela lei, a União está proibida de fazer transferências de recursos para Estados e municípios após 30 de junho.
”O fato de fazer convênio com o prefeito, com o governador não significa absolutamente que você está fazendo um favor”, afirmou Lula, durante a liberação de recursos para saneamento básico, no Palácio do Planalto.

REFORMA

Sai hoje a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a validade da reforma eleitoral para as próximas eleições de outubro. O texto foi sancionado pelo presidente Lula dia 10 passado. É possível que o TSE aplique a anualidade, como determina a constituição e a reforma não será aplicada este ano.

O ministro do TSE, Marcos Aurélio Mello já disse que “está na Constituição Federal, em bom vernáculo, que qualquer modificação normativa do processo eleitoral tem que ser feita com antecedência mínima de um ano”.

 

É fogo

 

O governador João Alves Filho (PFL) deve aceitar qualquer nome que o PSDB indicar para ser o vice em sua chapa, com o fechamento de uma composição.

 

Se dependesse dos pefelistas, o nome certo era o do deputado estadual Fabiano Oliveira (PSDB) em razão do seu percentual de votos na capital.

 

O deputado estadual Fabiano Oliveira já anunciou que o seu desejo é disputar a sua permanência na Assembléia Legislativa e tem trabalhado para isso.

 

Fabiano diz que tem a dimensão exata da largura dos seus passos: “sou consigo chegar aonde os meus pés alcançam”, diz o parlamentar.

 

Dos deputados estaduais, Ulices Andrade (PSDB) é o que mais resiste a uma composição com o PFL. O segundo é Jorge Araújo.

 

Ulices Andrade, por exemplo, tem realizado reuniões com membros do PT para tentar consolidar uma aliança branca.

 

O Diretório Regional do PMDB em Sergipe está preferindo ficar sem coligação nacional para trabalhar livremente no estado.

 

O deputado Jorge Alberto apoia o presidente Lula e tenta ser o vice do pré-candidato Marcelo Déda. Mesmo assim, o partido tem conversado com todos os partidos.

 

O vereador suplente Vovô Monteiro está trabalhando para o vereador Fábio Henrique (PDT), que disputa uma vaga de deputado estadual, com boas chances de eleger-se.

 

A eleição de Fábio Henrique a deputado estadual torna Vovô Monteiro titular da cadeira a partir de fevereiro do próximo ano.

 

Armado Batalha acredita que a coligação PV-PSL-PTN-PHS e mais dois partidos poderão eleger de dois a três deputados estaduais e até fazer um federal.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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