Quesito candidatura

A maioria dos deputados e lideranças políticas que participou, ontem, de demorada reunião na sede do PSDB marcou um “xis” no quesito “candidatura própria”. A possibilidade que antes parecia remota está se tornando realidade e pegando para valer dentro do ninho tucano. O pessoal começa a se animar, vê chances de disputar com condições de ganhar e está querendo colocar o bloco na rua. Candidato já tem: Ricardo Franco. A cada dia ele fixa a idéia e já acha que está na hora de buscar todos os elementos do partido para uma definição mais ampla. Ricardo fecha questão no apoio absoluto do PSDB em torno do seu nome. Não faz sentido uma candidatura com divergências. Ontem, quem esteve na reunião concordou com a unidade partidária, para que consiga algum sucesso na disputa em outubro próximo.

 

No encontro tucano, Ricardo Franco pôs sobre a mesa que não impõe seu nome e quer ouvir as bases na capital e interior: “não quero sair do bolso do colete de ninguém”, decidiu. O objetivo é ouvir à exaustão os membros do partido – prefeitos, deputados, vereadores, lideranças políticas – para que todos se somem em busca desse objetivo.

 

Aparentemente o surgimento do nome de Ricardo Franco soou como uma forma de criar fato novo e de perturbar a calmaria política em que se vivia. Enganou-se quem pensou assim. O jovem empresário, que até se mostrava arredio à política, veio disposto para o enfrentamento eleitoral. Disse ontem que construiu poucas coisas na vida: “uma delas é a palavra”. Por trás dessa afirmação estava a convicção de que se o nome for definitivamente lançado e a palavra anunciada, ele não recuará de sua candidatura.

 

Ricardo revelou que trabalha em torno de idéias e já está elaborando um programa de governo que deve expor ao partido, para depois levar à sociedade. Nele sugere um salto em relação à gestão: “esse será o foco de um projeto de mudanças”. Anunciou também que é contra a reeleição de prefeitos, governadores e presidente e deu como exemplo a sua experiência como empresário: “quatro anos é suficiente para fazer um grande trabalho em qualquer empresa”. Ao mesmo tempo anunciou que não disputará a reeleição em 2010 em caso de eleito e admitiu que é fundamental a renovação: “vamos ajudar a mudar!” Conclamou. Avisou que isso não é retórica, nem discurso de candidato que sequer foi definido pelo partido: “vou para a prática, sem olhar para o passado, sem procurar saber da vida de ninguém. É assim que posso servir ao partido”. Quanto a uma coligação com o PFL, Ricardo Franco disse que não tem problema, mas é preciso que haja interesse das duas legendas e que seja essa a vontade do seu partido.

 

A candidatura do ex-governador Albano Franco (PSDB) está decidida, mas ainda não se sabe a que. Um dos participantes da reunião informou que cúpula acha que se Ricardo for o candidato a governador, o pai (Albano) tem que disputar uma vaga na Câmara Federal, para abrir lugar na chapa majoritária a algum partido que faça composição com o tucanato. Entretanto, um grupo influente quer que Albano Franco seja mesmo candidato ao Senado Federal, oferecendo a vice para quem for se chegando em bloco. Neste momento, mesmo com a questão da verticalização, os tucanos estão procurando se fortalecer para a disputa: “não se trata de uma aventura eleitoral, será uma candidatura que tem objetivos definidos e disposição para tentar chegar ao governo”, disse a mesma fonte, que tem expectativa de que o seu partido seja mais uma opção para o eleitorado.

 

Domingo passado, entretanto, uma forte fonte do PSDB considerou que o governador João Alves Filho saiu de cena por alguns dias, para conversar sobre uma composição com os tucanos, mesmo que encontre barreiras que podem complicar uma aliança. A oposição esfriou mais em relação ao PSDB, principalmente porque há resistência que pode tumultuar um bloco que tem mantido a unidade. Dentro do quadro atual, Sergipe tem cinco nomes para disputar o governo: João Alves Filho, Marcelo Déda, Almeida Lima, Elber Filho e Ricardo Franco, opções para todos os gostos…

 

 

REUNIÃO

A cúpula do PMDB reuniu-se, ontem, para discutir questões políticas e a maioria definiu por candidatura própria.

O empresário Ricardo Franco participou da reunião e manteve o seu nome à disposição do partido para disputar o governo do estado.

 

COLIGAÇÃO

Uma coligação com outra legenda não foi descartada, inclusive com o PFL, mas o pessoal acha que não se deve ficar esperando pelo humor dos pefelistas.

Durante o encontro de ontem não se falou em composição com o PT, em razão da posição nacional do partido.

 

CONTATO

O prefeito Marcelo Déda (PT) disse ontem que a última vez que conversou com Albano Franco (PSDB) foi por telefone, para desejar-se feliz ano novo, dia 31 de dezembro.

Déda informou que a situação, em termos de contato político, está na mesma situação relatada para os jornalistas, no dia da confraternização.

 

ALIADOS

Com relação ao contato com aliados, Marcelo Déda disse que o último encontro foi em casa do deputado Jackson Barreto, que ofereceu um jantar ao ministro do STF, Carlos Britto.

Segundo Déda, não era o momento adequado para tratar sobre política, porque se tratava de um ambiente avesso a esse tipo de conversa.

 

ALMEIDA

O senador José Almeida Lima (PMDB) disse ontem que está aguardando fatos que ainda vão surpreender muito mais do que o povo imagina.

Deu exemplos: “Lula ser cassado ou acabar a reeleição e o mandato passar para cinco anos. Não estou apostando em nada, apenas acho que ainda têm fatos que podem surpreender”.

 

PETROBRÁS

O deputado Silvio Torres (PSDB) quer saber da Petrobrás sobre os contratos de patrocínio cultural e esportivo da empresa.

Em 2004 – José Eduardo Dutra era presidente – a  Petrobrás destinou cerca de R$ 8,7 milhões ao Instituto de Políticas Públicas Florestan Fernandes.

 

PETISTAS

Silvio Torres justifica em seu requerimento que o instituto possui um grande número de militantes, parlamentares e dirigentes do PT.

Entre eles o senador Aloísio Mercadante (PT-SP), o líder do Governo na Câmara, deputado Arlindo Chignalia, e até mesmo da mulher de Delúbio Soares, Mônica Valente.

 

REUNIÃO

Tendências petistas que não aceitam uma composição com o ex-governador Albano Franco, para disputar qualquer mandato, vai se reunir na próxima semana.

Iniciam um movimento dentro do partido sobre isso. O pessoal acha que uma aliança com Albano desgasta ainda mais o Partido dos Trabalhadores.

 

APOIO

As tendências apóiam Marcelo Déda (PT) a governador, mas o querem ao lado de partidos progressistas: “é bom não esquecer o que aconteceu com as alianças não seletiva feita pelo PT a nível nacional”.

Disse um membro importante do partido, que defende uma legenda sem “vender a mãe para chegar ao poder no estado”.

 

MUDANÇA

Segundo uma fonte do estado, o governador João Alves Filho (PFL) vai fazer mudanças no secretariado, não apenas para preenche cargos daqueles que vão se desincompatibilizar para disputar um mandato.

Dos secretários técnicos, o único que está seguro no cargo é o da Fazenda, Gilmar Mendes.

 

MERCADO

O desempenho recém-totalizado do estado de Sergipe no Mercado de Títulos soma, até novembro de 2005, a receita de R$  37,3 milhões.

Além desse dado, as reservas de capitalização continuam em expansão e crescem 14,8% em novembro com R$ 10,4 bilhões com faturamento acumulado, de janeiro a novembro, de R$ 6,2 bilhões.

 

QUESTÃO

Sergipe está entre os 10 estados cujos parlamentares não devolveram o depósito da primeira parcela pela convocação extraordinária.

Todos os demais estados têm representantes que destinaram o dinheiro a entidades filantrópicas, entretanto o fizeram em com todo o alarde de campanha.

 

ESTRADAS

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, anunciou, ontem, em Salvador, todo o cronograma de recuperação das estradas federais na Bahia, a começar pela BR-324.

Atende a pedido do candidato ao governo baiano, Jacques Wagner, que esteve ao seu lado. Não há previsão de recursos para recuperar as rodovias federais em Sergipe.

 

 

Notas

 

ELEIÇÕES-1

O ministro Caputo Bastos (TSE) informou ontem que a Corte deverá manter nas eleições gerais do ano que vem as regras eleitorais que vigoraram nos pleitos de 2002 e 2004. Caputo Bastos, que é relator das instruções das eleições 2006, disse que o TSE pretende apenas consolidar as normas existentes.

Os dirigentes dos partidos não apresentaram sugestão para alterar normas baixadas pelo TSE. O ministro deu prazo até o dia 15 de janeiro para que as legendas encaminhem suas propostas por escrito.

 

ELEIÇÕES-2

Ao responder a uma indagação da representante do PV, Vera Mota, sobre a questão da verticalização, o ministro Caputo Bastos disse que o TSE vai cumprir o calendário aprovado no dia 6 último. “Se houver mudança nas regras, vamos examinar e ver se é o caso de adotar essa modificação”.

Ele lembrou que a matéria referente a verticalização está também na pauta do plenário, e deverá ser examinada numa das primeiras sessões administrativas marcadas para fevereiro, quando a Corte retomará seus trabalhos de julgamento.

 

CÂMARA

A Câmara Federal incluiu, de última hora, na pauta de votações, o substitutivo ao projeto do deputado Nicias Ribeiro (PSDB-PA), que pretende aumentar a representação de seis estados e elevar os atuais 513 para 521 o número de deputados. Aprovado, criará um impacto de R$ 10 milhões por ano.

Mesmo a nove meses das eleições, o Projeto de Lei Complementar (PLC 180/97) pode, em tese, ter efeito para as eleições deste ano, já que a pauta da convocação se refere ainda ao exercício de 2005. Fonte: Congresso em Foco.

 

 

É fogo

 

A orla de Atalaia está superlotada. De turistas e de sergipanos que vêm de cidades do interior. A orla é uma festa.

 

Com o verão os shoppings ficam vazios nos domingos e as lojas têm pouco movimento. O pessoal curte uma praia.

 

O governo continua funcionando por setores. A maioria dos secretários continua viajando e a vida só deve se normalizar na próxima segunda-feira.

 

Até o momento nenhum parlamentar de Sergipe consta da relação do que estão repassando o salário extra de dezembro para instituições de caridade.

 

Um deles disse que os deputados e senadores que estão fazendo isso são de forma absolutamente eleitoreira.

 

O presidente da Câmara vai colocar em pauta projeto que reduz para 45 dias o recesso parlamentar. Dá para descansar o suficiente.

 

A impressão popular é que os parlamentares vivem em constantes férias, já que não se vê presença constante na Câmara e Senado.

 

A bordo de um navio que faz um cruzeiro pela América do Sul está o secretário Carlos Batalha e um grupo de amigos.

 

O senador Almeida Lima espera que o PMDB não se transforme em partido de aluguel para servir ao governador João Alves Filho.

 

O deputado federal Jorge Alberto (PMDB) diz que não vai polemizar com o senador José Almeida Lima.

 

O governo pode reduzir a meta de atendimento de famílias pobres pelo Bolsa-Família neste ano, o último do mandato do presidente Lula.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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