Alguns programas radiofônicos apresentados no horário matinal estão infestados de manifestantes partidários travestidos de ouvintes. O fato é que o espaço que poderia estar sendo disponibilizado para discussão dos reais problemas que afligem a sociedade, acaba sendo disputado por esses cabos-eleitorais disfarçados de formadores de opinião, que transbordam incoerência, porque passam as manhãs produzindo avaliações distintas para situações idênticas. Ou seja, alguns deles são capazes de condenar ou defender a pessoa que cometeu um determinado crime, utilizando como parâmetro, apenas a sigla partidária onde o praticante do crime esteja filiado.
O sistema é composto por dois times, montados supostamente com o apoio logístico das administrações municipal e estadual. São grupos de quatro ou cinco aliados, que transformados em ouvintes privilegiados, pois por conta do grande número de elogios que fazem aos apresentadores conseguem com muito mais facilidade participar do programa, atuando num sistema de revezamento. Alguns deles tentam em vão mudar o nome, mas esquecem que a sua voz já está por demais conhecida.
O esquema funciona da seguinte forma: Se a denúncia for de um descaso num posto de saúde da rede municipal, aí o ferro come solto durante a manhã inteira. Porém se a denúncia for de um descaso no hospital João Alves, ela é simplesmente ignorada com a maior naturalidade do mundo, como se nada de anormal estivesse acontecendo. Se a denúncia for de prática de corrupção, eles primeiro avaliam se ela está ocorrendo no âmbito municipal, estadual ou federal, para somente a partir daí emitirem uma opinião que pode ser condenando a ação ou amenizando o fato. Se a denúncia for de um buraco nas ruas de Aracaju, eles chegam a solicitar a decretação de estado de calamidade pública. Porém se for sobre as crateras existentes nas rodovias estaduais eles desconhecem a existência do DER e condenam o governo federal pelo descaso.
Por outro lado, se a denúncia for de falta de segurança pública o outro time faz o maior estardalhaço. Porém se a denúncia for da falta de medicamento nos postos de saúde ou das crateras que chegam a inviabilizar o tráfego de veículos em alguns logradouros do município de Aracaju, a voz dessa turma simplesmente desaparece.
No entanto, é injusto classificar a todos como gabirus de rádio, dentre eles, existem alguns que não se prestam a tais serviços e quando participam o faz com seriedade e discutindo de forma equilibrada e coerente, muitos dos que diariamente discutiam as questões de interesse da sociedade ou que prestavam assessoria de forma assumida e responsável, têm evitado participar constantemente em função do desgaste provocado pela possibilidade de ser confundido com os que são gratificados para atuarem como pistoleiros intelectuais.
O fato mais hilariante é o de alguns apresentadores que se esguelam afirmando que são imparciais na condução do programa, mas chegam a rebater as críticas quando a mesma é dirigida ao agrupamento que lhe é simpático e quando tenta estabelecer um limite de tempo para um determinado ouvinte, cortando a participação do mesmo e fazendo repreensões no ar, sendo que logo em seguida deixa que um outro ouvinte possa estender-se no tempo sem sequer ser incomodado. Viva a democracia!
Denúncia antecipada
Alguns políticos que apóiam a reeleição do governador João Alves Filho (PFL) estão comunicando a alguns jornalistas que uma verdadeira “bomba” vai estourar na próxima segunda-feira envolvendo o candidato ao governo estadual pelo PT, Marcelo Deda. Até ai nada demais. O que chama a atenção da notícia é que eles informam que a mesma será divulgada em um informativo semanal de grande circulação. Pelo jeito que falam parece que existe uma parceria da coligação pefelista com o informativo. É lógico que ninguém acredita.
Não decolou
Entre alguns petistas uma preocupação: apesar de ter um nome limpo e um trabalho realizado em Aracaju, a candidatura de Nilson lima para deputado federal não decolou. A coligação deve eleger três deputados federais e estão na disputa Jackson Barreto, Heleno Silva, Jorge Alberto, Valadares Filho, Iran Barbosa, entre outros. Do PT, Iran Barbosa vem mostrando desenvoltura, principalmente no interior onde tem, além do apoio do Síntese e da CUT, do MST.
Grave denúncia I
O site Ne Notícias, coordenador pelo jornalista Gilmar Carvalho, vem denunciando há alguns dias algo grave. Com o título “Jovem empresário da construção civil não consegue propina de R$ 2 milhões e inventa impugnação de candidatos”, a matéria coloca que “depois de ter viajado várias vezes ao Sudeste do País e ter articulado o que seria uma das negociatas mais vergonhosas da administração pública sergipana, o jovem empresário passou a atribuir a Ne Notícias a responsabilidade por não ter conseguido receber uma propina de R$ 2 milhões”.
Grave denúncia II
“Acostumado a exibir sucessos na área de consultoria no Nordeste do País, o rapaz ficou indignado com as sucessivas denúncias de Ne Notícias e, diante do fracasso das negociações, pois os governistas não aceitaram participar do esquema de corrupção, ele, agora, inventa impugnação de candidatos que não se curvam ao seu estilo e que podem
preparar sua via crúcis a partir de janeiro de 2007. Faltam apenas alguns documentos para que Ne Notícias dê nome ao jovem empresário”, continua a matéria.
Fora da ordem
O ex-governador Albano Franco chegou ontem de Brasília depois de uma conversa com a cúpula nacional do PSDB. Ele sabe que não pode punir os deputados Ulices Andrade, Jorge Araújo e Luiz Mitidieri que não votam em Deda. É o mesmo caso do deputado Garibaldi Mendonça, do PMDB, que apóia João Alves. Quem alimenta essa história pela imprensa tem outras intenções.
Recursos campanhas I
Ao tomar conhecimento de o PT está enfrentando dificuldades para cumprir um contrato de R$ 8,2 milhões feito com o marqueteiro João Santana, Um jurista com reconhecida atuação na área eleitoral, pretende se debruçar diante de
uma questão indecifrável. Ele entende que o partido pode estipular um valor simbólico para gastos com a campanha até porque o valor apresentado é um valor estimativo, sendo que o partido pode ou não conseguir arrecadar os
recursos pretendidos. Porém ele entende que os contratos assinados não podem ultrapassar os valores já arrecadados porque dessa forma, caso o partido não consiga arrecadar um montante suficiente para cobrir as despesas, como seria então zerada a contabilidade desse partido ao final da campanha?
Recursos campanhas II
Para o jurista – que pediu omissão da sua identidade – se o TRE permitir que os partidos assinem contratos que extrapolem o valor dos recursos arrecadados, estará oficializando a possibilidade de arrecadação de fundos para a campanha eleitoral após o término da mesma, ou então estará permitindo o calote que somente poderá ser solucionado com a utilização do famoso caixa-2. Ele entende que outra coisa que não está muito bem explicada e que vai dar muita dor de cabeça é o tal do reembolso pelo partido dos gastos com o deslocamento dos chefes de executivo que estão disputando a reeleição em pleno exercício da função. Faz sentido!
Tudo pela saúde
Servidores do Hospital João Alves Filho prometem uma manifestação na tarde de hoje em frente a sede da Secretaria de Estado da Saúde. Na pauta várias reivindicações e promessas que não foram cumpridas pelo governo estadual.
Suplentes
No material de campanha de José Eduardo Dutra já tem o nome dos suplentes, Benedito Figueiredo e Luiz Eduardo Costa. Não é praxe usar na campanha eleitoral para o Senado as fotos dos suplentes.
Frase do Dia
“Em vez de nos agredirem como nos agridem, por que é que não fazem simplesmente uma pergunta: Como é possível que Cuba em trinta anos tenha feito o que a América Latina não fez em 500 anos?”.Fidel Castro.