Cresce o Abuso Sexual de Crianças na Internet com o Uso de IA

Imagem: Pixabay

O abuso sexual de crianças na internet é uma preocupação crescente e alarmante em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Estima-se que mais de 300 milhões de crianças foram vítimas de abuso sexual online no último ano, segundo o Instituto Global para Segurança Infantil Childlight, da Universidade de Edimburgo. Este dado equivale a uma a cada oito crianças online, ou 12,6% do total, revelando uma crise de proporções globais que se agrava com o avanço da inteligência artificial (IA).

Nos últimos 12 meses, o relatório da Childlight revelou que 12,6% das crianças foram vítimas de captura, compartilhamento e exposição não consensual de imagens sexuais, enquanto 12,5% foram alvo de conversas sexuais indesejadas, incluindo chantagem sexual. Estes crimes, que incluem o uso de IA para criar deepfakes sexuais, estão em ascensão, como mostrado em um relatório do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC), que revelou um aumento nos casos de exploração sexual infantil envolvendo IA generativa.

As pesquisas reforçam que os Estados Unidos enfrentam uma grande vulnerabilidade, com um em cada nove homens admitindo ter cometido algum tipo de crime sexual contra menores na internet. A direção da Childlight descreve a situação como uma “pandemia de saúde global”, destacando uma escalada exponencial em todos os países, o que exige uma resposta global.

Brasil
No Brasil, a SaferNet (*) Brasil registrou cerca de 100 mil casos de pornografia infantil online em 2021, a maioria ocorrendo em plataformas de redes sociais, aplicativos de mensagens e sites de compartilhamento de conteúdo, onde o anonimato e a criptografia dificultam a detecção e o combate a esses crimes.

A região Nordeste enfrenta um aumento nas denúncias de abuso sexual online devido ao aumento do acesso à internet sem orientação adequada, tornando as crianças mais vulneráveis. Alguns estados nordestinos têm implementado programas para combater o abuso, incluindo campanhas de conscientização e a criação de delegacias especializadas, porém a complexidade do problema requer uma abordagem multifacetada.

A inteligência artificial, especialmente a IA generativa, tem aumentado o risco de abuso sexual de crianças na internet. Ferramentas de IA são usadas para criar deepfakes (**)sexuais e facilitar a sextorção. O aumento da sofisticação dessas tecnologias torna a detecção e a prevenção ainda mais desafiadoras.

Profissionais da área enfatizam a necessidade de ações coordenadas para enfrentar eficazmente o abuso sexual na internet. Isso inclui aumentar a educação e conscientização sobre os riscos online, implementar programas escolares e campanhas públicas para informar sobre identificação e prevenção de situações de risco, e usar tecnologia avançada para monitorar atividades suspeitas. Além disso, é crucial oferecer suporte adequado às vítimas, incluindo assistência psicológica, legal e social, e fortalecer as leis e punições para os perpetradores, com aplicação rigorosa das leis específicas para crimes cibernéticos.

O abuso sexual na internet é uma questão séria que afeta milhões de crianças em todo o mundo, incluindo o Brasil e, especificamente, a região Nordeste. A sociedade, as autoridades e as empresas de tecnologia precisam trabalhar juntas para criar um ambiente online mais seguro e proteger nossas crianças e adolescentes dos perigos do abuso sexual na internet, especialmente à medida que as tecnologias de IA avançam.

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Privacidade
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizará uma audiência pública na segunda e terça-feira, dias 10 e 11, para debater o uso de ferramentas de interceptação de comunicações em dispositivos pessoais por órgãos públicos. O evento ocorrerá em formato híbrido e será transmitido pela TV e Rádio Justiça. A PGR argumenta a necessidade de regulamentação para proteger a intimidade e as comunicações pessoais, diante das lacunas legais. O STF irá analisar possíveis violações de preceitos fundamentais no uso dessas ferramentas e discutir medidas para enfrentar essa questão.

Privacidade 2
Essas ferramentas podem incluir softwares de escuta telefônica, programas de rastreamento de mensagens e dados, dentre outros métodos de vigilância eletrônica que, geralmente, são empregadas por agências de segurança e investigação para coletar evidências em casos criminais ou de segurança nacional. No entanto, seu uso levanta questões sobre privacidade, liberdade individual e potenciais abusos por parte do Estado, o que torna necessário um debate sobre regulamentações e limites para sua aplicação.

Combatendo à Desinformação
Na última semana, plataformas de redes sociais como YouTube, Google, Meta, TikTok, Microsoft e Kwai uniram-se ao STF no Programa de Combate à Desinformação. O acordo, firmado na sede do STF, busca fomentar ações educativas e de conscientização para enfrentar a disseminação de notícias falsas e o ódio online. Seu propósito central é mitigar os efeitos prejudiciais da desinformação, sempre em consonância com os princípios constitucionais. A participação das empresas parceiras nas iniciativas é voluntária, visando engajar toda a sociedade na luta contra a desinformação. Vale destacar que o Programa já conta com mais de 100 instituições colaboradoras.

Salve o Sul
O Festival Salve o Sul começou na última sexta, 07, com o objetivo de arrecadar recursos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Organizado por artistas e apoiado pela Abrape e Globo, o evento inclui apresentações de Luísa Sonza, Pedro Sampaio e Lulu Santos. Os shows dos “Amigos” abriu o festival, com 100% do valor dos ingressos destinado às vítimas, divididos entre a compra de bens e entidades assistenciais.

Além da mobilização de artistas, o festival conta com apoio da mídia e de marcas como Sicredi e Kwai, que também estão fazendo doações significativas. A Globo transmitiu os shows pelos canais Multishow, Bis e Globoplay, além de exibir trechos na TV aberta com um QR Code para doações. A iniciativa visa arrecadar fundos e sensibilizar o público sobre a importância da solidariedade e da reconstrução do estado.

Dia do Amor

O Boticário lançou uma campanha para o Dia dos Namorados, em parceria com a GUT São Paulo, que reflete sobre recomeços amorosos. Inspirada na mecânica do disco vinil, a marca estabelece uma analogia entre o amor e a música, destacando que o recomeço pode acontecer de várias formas. A campanha, intitulada “Dia do Amor”, visa celebrar o amor como um dos sentimentos mais constantes na vida das pessoas, reforçando a hashtag #PlayNoAmor nas redes sociais, em uma iniciativa que encoraja a ressignificação e a busca por novas experiências amorosas.

Assiste o vídeo da campanha aqui.

E um pouco mais da campanha aqui

(*)A SaferNet é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que reúne cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em direito com a missão de defender e promover os direitos humanos na Internet.
(**) Deepfake usa Inteligência Artificial para trocar o rosto de pessoas em vídeos, sincronizar movimentos labiais, expressões e demais detalhes, em alguns casos com resultados impressionantes e bem convincentes.
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