Recife (PE): Mercado de São José

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Detalhes em ferro

Os mercados setoriais são os locais das cidades onde turistas e populares convergem com destinação, olhares e sentimentos diferentes, mas emanados através de um denominador comum: suprir necessidades de consumo e desejos. O turista, pelo desejo de consumir conhecimento a mais de um determinado local, suas vicissitudes regionais, gostos, cheiros e cores. A população, por querer suprir a compra de um objeto, para vender algo ou até mesmo desfrutar de um pouco mais do cotidiano. E assim, os mercados vão se transformando em centros de cultura diária, rico em hábitos locais, modos regionais, cada vez mais atraindo turistas ávidos por conhecerem a “cor local”.

Setor de pescados

São nos mercados onde o popular e o moderno se encontram. É neles em que o burburinho ecoa bem local, numa uníssona convergência de energia, e deles turistas absorvem mais as tradições e informações do cotidiano de um povo. Também é nesses centros onde se encontram vários hábitos regionais dos diversos municípios em um único local, por ser para ele que convergem as produções da Zona da Mata, do Agreste, do Litoral, das regiões Sul e Norte de cada estado, cada uma como seu modo próprio. Prova disso dessa representatividade popular são os mercados de São Paulo, de Curitiba, de Aracaju, de Belém, de Belo Horizonte, Porto Alegre, entre outras cidades; dos mercados dos bairros de Casa Amarela, da Boa Vista, da Madalena e do São José, no Recife.

Tradição

O Mercado São José, localizado no bairro homônimo a ele no centro antigo do Recife, capital de Pernambuco, não foge à regra e cada vez mais atrai turistas. O centro comercial é a fonte viva que transborda pernambucanidades. Desde o vendedor de pitomba, jambo e seriguela, aos vendedores de ervas medicinais e artigos religiosos. Desde os ambulantes com seus carrinhos de frutas e bebidas, aos artigos do sertão, o Mercado São José ostenta o título de centro cultural popular do Recife antigo. Do sonoro “Tu visse” do vendedor que ecoa sem nenhum comedimento, ao grito da feirante que vende caranguejo, o mercado setorial é passagem obrigatória por aqueles que querem usufruir das pernambucanidades sem moderação.

Inaugurado em 1875, é o mais antigo mercado público do Brasil pré-fabricado em ferro no país, com a mesma estrutura neoclássica dos mercados europeus do século XIX. O autor do projeto, Louis Léger Vauthier, inspirou-se no mercado público de Grenelle, em Paris, e é tombado como patrimônio histórico pelo Iphan.

Ao longo de mais de 142 anos de história, o Mercado de São José sofreu várias reformas. A primeira delas, em 1906, levou dez meses. Em 1941, foram substituídas as venezianas de madeira e vidro por combogós de cimento, mais duráveis. Em novembro de 1989, um incêndio destruiu parte do mercado, danificando-lhe a estrutura. A obra para reconstrução durou um ano e, em 12 de março de 1994, ele foi reinaugurado com grande festa. Em 1998, o mercado foi novamente restaurado.

Ele ocupa uma área coberta de 3.541 metros quadrados. O prédio é formado por dois pavilhões, com 377 compartimentos de diversos produtos; 27 pedras de peixe; 34 barracas internas – para vender comidas e caldo de cana – e outras 70 espalhadas pela calçada do pátio. Atualmente, são 545 boxes no total. Artesanato em barro, corda e palha fazem do mercado polo de atração turística. É, também, ponto tradicional do comércio de pescado. Semanalmente são vendidos cerca de 1,3 toneladas de peixe e 400 kg de crustáceos.

Ponto turístico – Em uma das alas, os instrumentos percussivos do maracatu, com os traçados das artes xilografadas, os tradicionais bonequinhos genéricos do Mestre Vitalino são encontrados sem cerimônias numa única banca. Os chapéus com bandeira pernambucana viram concorridos souvenires que encantam os estrangeiros por suas cores. A Leão do Norte, expressão que designa o Estado de Pernambuco, tem um artesanato próprio não encontrado em outras partes do Nordeste, a exemplo dos bonecos passistas de frevos e dos brincantes dos maracatus e réplicas dos bonecos gigantes de Olinda.

É nas barraquinhas de comidas locais onde o pernambucano mostra mais uma vez às origens de um Brasil colonial na diversidade dos ingredientes da culinária indígena, escrava e europeia, a exemplo da dobradinha, do sarapatel, da galinha à cabidela ou galinha ao molho pardo. Há também os pratos derivados da culinária sertaneja, como a buchada.

A dica é emergir na cultura local numa uníssona corrente de energia com o Mercado São José. Logo verá que o centro popular é só um pedacinho de um bairro que tem muito a mostrar, turisticamente falando.

Dicas de viagem

  • O mercado é aberto de segunda a sexta, das 8h às 17h, e aos sábados e domingos, das 8h às 12h.

  • Ao redor do Mercado ficam lojas populares e camelôs para quem quer comprar produtos com preços baixos. O mercado fica na praça Don Vital, s/nº, São José, em frente a preciosa basílica de Nossa Senhora da Penha, convento São Felix, entre outros prédios de igual valor histórico, artístico e cultural.

  • Não deixe de percorrer a região do entorno do mercado. Há um rico acervo histórico de igrejas, casarões, monumentos e praças que contam parte da história de um Brasil colonial, em que a provincial pernambucana foi uma das mais emergentes;

  • A cidade de Recife é famosa por seus rios e pontes e impossível não ter o contato com eles. Sem as pontes o bairro do Recife seria uma ilha. Por conta disso, verifique a possibilidade de fazer um tour guiado pelo rio Capibaribe, partindo do Cais de Santa Rita.

  • Cuide dos pertences e não deixe objetos de valor à vista. Como todos os centros comerciais centrais das cidades grandes, exige-se cuidados à parte e não ande em locais pouco movimentado.

Gastroterapia

A agulhinha é um dos peixes mais típicos da costa litorânea pernambucana. Por ser bastante encontrada, na maioria dos bares e restaurantes o peixinho é encontrando frito ou empanado, filé ou inteiro. Veja que há a agulhinha negra e agulhinha branca. Vale a pena degustar como entrada do prato principal ou até mesmo com um drink ou uma cervejinha gelada. A lagosta também está nos cardápios de cerca de 99% dos restaurantes da cidade e uma boa pedida é gratinada. Nos restaurantes do Mercado do São José, a dica é começar o dia com a típica e famosa carne de sol com macaxeira para um café da manhã bem farto e nordestino, em um dos bares locais.

#Na Bagagem

Um dos artistas sergipanos mais brilhantes dos últimos tempos – Jenner Augusto – iniciou a cultura muralista em Sergipe. Poucos sergipanos e turistas conhecem uma de suas principais obras públicas: o mural no prédio Walter Franco, datado de 1957, no centro de Aracaju. Vale a pena conhecer os detalhes da obra;

Uma pesquisa encomendada recentemente pelo Ministério do Turismo confirma que o brasileiro não conheceu o Brasil. 44% dos brasileiros nunca viajou a turismo pelo País. Os preços das passagens e hotéis, as intermináveis conexões e a falta de conhecimento são os principais fatores;

A pesquisa ainda indica que nos últimos anos o principal meio de transporte para viagens é o carro (39,5%), o ônibus (38,2%) e o avião (20,6%);

O artista plástico Véio está com exposição “Véio: De Surpresa no Mundo”, em cartaz na Galeria Estação até 25 de maio, na avenida Atlântica, nº 1702, loja 8, Rio de Janeiro. O telefone para contato é (21) 25486163;

A BNT Mercosul 2017 acontece no período de 25 e 26 no Centro de Convenções de Itajaí (SC). A bolsa de turismo e negócios, considerada uma das maiores do gênero do pais, contará com uma caravana de agentes de Sergipe;

Já estão abertas as inscrições para o 11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu. O evento – considerado um dos principais técnico-científicos do setor no Brasil – será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho em Foz do Iguaçu (PR) durante o Festival das Cataratas;

Para aqueles que desejam submeter seus trabalhos científicos nas categorias "Artigo Científico" e "Resumo Expandido", o procedimento deve ser realizado até o dia 1º de maio, às 23h59, pelo site www.festivaldascataratas.com. Neste endereço também estão disponíveis as normas de apresentação.

Fotos: Silvio Oliveira

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Contato: silviooliveira@infonet.com.br

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