Sem esperança de escultura.

A julgar pelo resultado do primeiro turno da eleição de 2018, o Estado de Sergipe teria elegido Fernando Haddad do PT, com 571.334 votos, perfazendo 50,09% do eleitorado, enquanto o Capitão Jair Messias Bolsonaro do PSL ficar-lhe-ia atrás, seguindo a fila com 310.310 votos, com 27,21% dos sufrágios validados.

Neste 1º Turno, convém lembrar, foram treze os candidatos, tendo o eleitorado sergipano rejeitado Ciro Gomes do PDT com 13,02% (148.526 votos), Geraldo Alckmin do PSDB com 4,03% (45.978 votos), Marina Silva da REDE com 1,39 (15.829), seguidos por Cabo Daciolo do PATRIOTA, 1,23%, (14.069), João Amoedo do Novo, ), 0,81% (9.129), Henrique Meirelles do MDB, 0,77%, (8.784) e outros que não vale a pena listar.

Listei oito dos treze candidatos, porque esperar-se-ia que em Sergipe só houvesse destaque do eleitorado para os partidos: PT, PDT, PSDB, REDE e MDB.

Estes partidos não só tinham alguma história local, como lideranças com voto e até representação parlamentar.

Fora destes, nem mesmo havia destaque para o PSL, o partido laranja do Bolsonaro, ou para outra sigla como a do NOVO, que se apresentava mais confiável com o candidato Amoedo.

Sergipe, todavia, sem medo de restar pior, por infeliz sempre nas suas escolhas, referendou no 2º Turno, Fernando Haddad do PT, com 759.061 votos, perfazendo 67,54% do eleitorado, ficando Bolsonaro com míseros 364.860 apoiadores, uma minoria esquálida de 32,46% dos eleitores sergipenses.

De modo, que soa estranhável e oportunista, um nonsense sem vergonha, e sacana mesmo, esta euforia com que muitos se arvoram em confessar servil apreço à visita do Mito ao nosso Estado, que a rigor nem mereceria, um seu olhar longínquo, afinal os nossos Congressistas, Deputados e Senadores, vêm se posicionando, estupidamente, contra o seu projeto reformista.

O boneco não trocou nem a cor da casaca para aplaudir Bolsonaro.

Não é fedorento este hálito sobressaindo agora dos políticos sergipanos, querendo posar de democratas e bem educados, quando as pesquisas revelam uma preferência inusitada e sorridente ao Presidente, justamente quando era inclemente a crítica que todos daqui lhe faziam de fascista, homofóbico, estuprador, preconceituoso em demasia, e genocida, crime nunca ocorrido em terra pátria, em vis denúncias alardeadas de rachadinhas?

Engripada, para mim, tem sido esta excessiva louvação da nossa educação, enaltecendo os nossos governantes, por se colocarem à frente, ou no meio da recepção, mesmo em resistência birrenta e renhida relutância, só para melhor sorrir e bom amaço apertar, na foto e no filme, por honra e firma cidadãs, nestes comuns amplexos efusivos, reflexos dignos dos tamanduás anfitriões, e entregar, quem o sabe, em sorrisos e lágrimas de crocodilo, estas costumeiras chaves que abrem corações enternecidos, nem que seja forjadas em ouro de tolos, usadas em ganga pior, com cobre, azinhavrado.

Poder-se-á dizer que nenhuma chave da casa lhe foi oferecida, afinal sobrara bastante engodo para o engano de tolos…

O azinhavre, porém, resistiu, ao meu alvitre, azedando até o vinho simbólico, de um eventual brinde de gasosa.

Porque os que ali brindavam, nada prometiam e pouco comemoravam; enganavam; apenas!

Enganam a mim e a muitos que desanimam com o Brasil e seus filhos, pátria que esmigalha e tritura a nós todos sem esperança de melhor povir, restando somente os que se aproveitam de tudo, até do Mito, e sem vomito, naquela hora.

E assim eu de longe, sem sair de casa, com minha bandeira solitária os contemplei na TV, sem esperança.

Para Sergipe, o que poderá vir agora, com o Governador batendo coxa com o Presidente?

Chama-se isso modernidade, educação, convivência republicana, ou promíscua mistura de lodos que deveriam se repelir sem se embaralhar?

Não foi assim, com odes oligofrênicas que a imprensa paroquial louvou a grande união por Sergipe?

Se houve choro, alguns só se lastimaram pelo cacique Serigy, ter sido chamado naquele feito e naquela hora, esquecido no mesmo miserê de Surubi e Aperipê, e de Cristóvão de Barros, bem mais ao gosto, em valor e comando, ao Capitão Presidente…

Isto, porém, é velho complexo servil de insuficiência e mediocridade daqueles que monoglotas preferiam continuar ainda brucutus, roendo-se uns aos outros em persistente canibalismo, sem mesmo conseguir gritar seus rotos ais, em tupi, guarani, carijó ou caeté, ou em quaisquer dialetos mais, bem sumidos, por melhor esquecidos!

Inesquecível é o que se vê e ouve ainda nos filmetes divulgados via WhatsApp, e que não estão censurados e proibidos, ainda, a merecer repasses de comprovação, firmando o desconforto dos apoiadores do Presidente com a presença do Governador do Estado e do jovem Senador Delegado, que ali foram repelidos, evidenciando que o eleitorado já os esta rejeitando, muito cedo, sobremodo!

Uma confirmação de que estes dois políticos, e outros menos citados, já não são muito bem-vindos!

Mas afinal, eles não trabalham exaustivamente contra o Governo do Capitão ora ovacionado?

Ou não é assim, e tudo é de mentirinha?

Do Capitão Presidente, sabe-se que muito mais que as pesquisas de aprovação aferidas, somam-se em seu lavor os índices econômicos positivos, que revelam o acerto de suas políticas assumidas contra tudo e contra todos, da Câmara Baixa à Câmara Alta, de todo o Judiciário, passando por toda a imprensa, escrita, falada e comum bestificada, que juntos flertaram com o caos, apostando em mais um impeachment, este que lhes seria muito mais almejado, em bons abraços com o Covid.

Infelizmente, tudo passa e nada muda…

Imperdoável é o povo persistir enganado, sem esperança de melhor escultura.

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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