Combater o aquecimento global não custará muito caro, mas os governos têm cada vez menos tempo para evitar elevações significativas e prejudiciais nas temperaturas. A organização ambiental WWF afirma que governo e políticos têm apenas cinco anos para tomar atitudes e “salvar o planeta de uma catástrofe de mudança climática”. No texto, de mais de cem páginas, a entidade lista áreas cruciais em que medidas têm que ser tomadas com urgência. O Brasil é citado em uma delas, referente à perda de floresta. O desflorestamento é responsável não apenas por uma significativa perda de ecossistema e de espécies, mas, muito importante, por 20% das emissões globais de gases que causam o efeito estufa. Outras ações defendidas pela organização são melhorar a eficiência energética, desenvolver tecnologias que utilizem energia limpa (como solar, eólica e de biomassa, por exemplo) e instalar indústrias com equipamentos para capturar o gás carbônico. O aproveitamento do lixo para a geração de energia é um dos principais fatores para desenvolver projetos de cidades sustentáveis, disse o pesquisador Sergio Vieira Guerreiro Ribeiro. O sistema é viável e de grande importância para reduzir o acúmulo de resíduos nos aterros e lixões urbanos afirmou Ribeiro, que é pesquisador da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Segundo o diretor-geral da WWF, James Leape, o futuro depende de decisões que levem a uma economia de baixas, em uma escala de tempo consistente com a tarefa de planejar as dimensões sociais e econômicas dessa transição, para minimizar os impactos negativos dessa mudança urgente. De acordo com a ONU, do jeito que está o aquecimento deve fazer as temperaturas subirem mais que o patamar de 2 graus Celsius em relação aos tempos pré-industriais, considerado pela União Européia o limite para mudanças “perigosas” na natureza. As emissões de gases-estufa cresceram 70% entre 1970 e 2004. Em 2000, os países ricos correspondiam por 20% da população mundial e 46% das emissões. O mais triste e perverso desta situação é que, como sempre ocorre, os pobres serão os que mais sentirão os efeitos de aquecimento global. O americano Thomas Schelling, prêmio Nobel de economia em 2005, preconiza que a mudança climática será “devastadora” para grande parte dos países em desenvolvimento “e não tanto” para os países ricos. O prêmio Nobel advertiu, ainda, que o degelo do Ártico poderia subir em seis metros o nível do mar e ameaçaria cidades como Manila, Copenhague, Estocolmo, Londres, Los Angeles e outras. Os países ricos disporiam da tecnologia para a construção de diques de contenção e outras medidas, mas é possível que países inteiros, como Bangladesh, desapareceriam. O prêmio Nobel considerou que a única maneira de reduzir a redução do efeito estufa seria mediante a adoção de compromissos e de ações e não de resultados, como é o caso do Protocolo de Kyoto.
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