Naquele dia, um dia claro e cheio de sol, o Senhor Adamastor, montado no seu cavalo branco, que possuía belas manchas negras que combinavam com suas grandes e sedosas crinas, fora bastante generoso com seus serviçais. Dera folga aos mesmos, que entornavam jarras de vinho tinto e comiam na Taverna do Leão Azul, no Sul da Inglaterra.
O Senhor estava enfastiado de tantas lutas e guerras e das muitas mulheres que corriam para os seus possantes braços. Dentro do peito, em segredo, ele nunca esquecera Dulcídes, a de tranças negras.
De repente, um grito:”acorda, preguiçoso, vá prender o jumento na carroça!”Levantou-se assustado, temia perder o trabalho de catar papel velho e latinhas. Juntou os trapos em um canto da estrebaria e foi retirando as remelas dos olhos. O sonho fora movimentado e bonito, hoje não seria o mesmo homem.Acendeu uma ponta de cigarro amassado.
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