(A Nelson Rodrigues, in memoriam)
Era uma moça feliz. Do namoro ao casamento com aquele simpático rapaz, passara-se um ano e poucos meses. Durante esse tempo, contara com o apoio do irmâo, um verdadeiro amigo para todas as horas. Que se tornara também o melhor amigo do seu namorado, agora marido. Eram assim: “unha e carne”. Parece até que eles são irmâos, dizia a mãe. Quem sabe? Almas gêmeas, essas coisas…
Com o casamento, a convivência não diminuira, ao contrário, aumentara. O irmão almoçava e até dormia na casa da irmã e do cunhado. Nâo adiantava o ciúme da mãe. Tenho agora duas casas, orgulhava-se o irmâo.
A moça trabalhava, mas um dia entrou na casa pela tarde e quando abriu a porta do quarto, visualizou um outro casal: nus, o seu marido e o seu irmão se abraçavam na cama.