Uma prece para Antônio Conde Dias.

Simplisticamente, as relações humanas se fazem baseadas em três ações: gosta-se, ama-se e admira-se. Poder-se-á dizer que tal assertiva comete um erro, sobremodo descomunal; os homens também se odeiam, e talvez seja esta aversão o elemento essencial do progresso, porque enseja lutas, vitórias renhidas e derrotas jamais esquecidas.

Mas, os homens nunca deveriam se odiar, se matar, se arranhar em feridas nunca curadas nem cicatrizes de vestígio perdurável. Infelizmente a vida é feita destas marcas que calam profundamente o ser, nos seus questionamentos íntimos de frustrações e gozos, na contemplação perante a ambiência, no ensimesmar constante por circunstância.

Porque o homem, no dizer orteguiano, é ele próprio e sua circunstância, seu entorno, sua existência, enquanto ator e autor no teatro do existir; na interação possível, nem sempre querida, mas acontecida e acidental, no intercâmbio plausível, por admissão, querência e razoabilidade, e na incidência temporal, por ciência conjuntural, dos encontros amanhecidos a cada sol.

E a cada nascente, este sol luminoso afasta trevas e medos para que os homens se gostem, se amem e também possam se admirar.

Ora, se gostar é tarefa impossível, restrita apenas a poucos, ao entorno circular de nossa vizinhança, amar é recomendação divina; uma missão assaz impossível, afinal vale o grito inerme de Nietsche; “se houve um cristão, este morreu na cruz”.

Porque o amor tem que ser ilimitado e alcançar quem não nos agrada, tanto que, em termos mais recentes, instituições e agremiações têm lutado para que na impossibilidade de amar, que os homens, pelo menos, saibam se tolerar, se aceitar em seus sonhos, dramas e traumas.

Mas, a despeito do gostar, do amar e da estuarina tolerância em busca da fraterna igualdade, desejo falar de um homem que na vida foi querido, muito amado e sobremodo admirado, por sua passagem em voos plenos de águia, como cidadão, esposo, pai amoroso, saudade inesquecível dos netos e de muitos, como eu, que contemplei e aplaudi sua passagem altaneira e sobranceira, exemplificando-se, como ser e como se deve ser.

E esta admiração perpassa sobremodo por sua obra, jornalista que, desde a mocidade, em 1929, um recém-adolescente, tomou como missão, registrar em diversos jornais e revistas de sua ambiência os momentos importantes do seu cotidiano, seja na sua Itaporanga d’Ajuda, cidade quase jungida a São Cristóvão, a antiga Capital, depois a Aracaju, a moderna Capital; e outros órgãos da imprensa, fora de Sergipe, por citação e referência.

Uma contínua evocação tanto ao rio da infância, o Vaza-Barris, quanto ao da maturidade, O Sergipe-Cotinguiba, cantando a alma de Itaporanga e de Aracaju.

Itaporanga, ou Pedra Bonita, que no início fora chamada e restou esquecida como Irapiranga, porque assim era chamado pelos índios Surubis, o rio de corredeiras fortes em suas cheias perigosas, avariando barcaças e se caracterizando como perigoso Vaza-Barris. Rio vindo de longe, dos sertões de Canudos, de cheias perigosas em securas danosas, com águas escassas e difíceis, mais das vezes, resquício da calcinação da terra e da pele, daqueles sertanejos fortes, cantados por Euclides da Cunha, em fortaleza curtida no sol, sob a ira do sol, sob o fogo do sol, e pela fúria do sol, num cantar corajoso de sol a sol, sem o verde para resfriar e a clorofila para sobreviver.

E o rio Sergipe, o Cotinguiba-Sergipe, salobro ou salgado, quase todo, por dissolver o escudo cristalino de tantos sódios, magnésios e potássios sergipanos, salinizando a orla de Aracaju nos seus manguezais agredidos pelo homem, sempre insano e desumano, tudo o que Conde Dias lutou para evitar e bem conviver, no seu poetar de bem querer.

Dos homens e dos rios, Fernando Pessoa cantou sobremodo o rio da sua aldeia:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

E é, ao pé do rio de sua aldeia, seja este rio o Vaza-Barris, calmado ou raivoso de sua infância, ou o estuarino Sergipe, sempre pacífico, de ondas raras, onde passeiam as pirogas, agasalhadas pelos ventos e pela maré amortalhada, que vejo o retrato de Antônio Conde Dias, no balcão da sua casa, recebendo as bênçãos destas águas companheiras, de nascente a poente, vendo os carros velozes e indiferentes passarem pela sua e também de todos, Rua da Frente.

Rua que se refestelava na passagem todo dia da criançada risonha nas idas e vindas do Colégio do Salvador, sua vizinhança por décadas.

E foi, por causa deste colégio, no meu ir e vir aconchegando os meus filhos, que travamos conhecimento, aproximando as relações, que antes se restringiam a Marcos, Magali e Lúcio, os filhos que lhe deu Dona Natália, e que agora se ampliavam com os seus netos e os meus filhos se tornado colegas e se fazendo companheiros de folguedos e risos.

Interessante que os meus meninos falavam de Conde Dias, como se fora verdadeiramente um Conde, sendo Dona Natália Prado Dias, sua amorosa esposa, conhecida por nós todos como Dona Condessa, nobreza que bem lhes cabia, por casal harmonioso, em ternuras e carinhos recíprocos.

Reciprocidade de admiração que se constatou logo nas nossas primeiras entrevistas, sobretudo quando o meu filho Machado dirigia-se para a sua residência no final das aulas, por ligação com Lucinho, o seu neto, filho de Lúcio e Cristina e dos outros netos, vindos de Magali e Álvaro, colegas de mesma proximidade etária.

Reciprocidade, porque agora não era eu somente a lhe louvar os escritos. Era o jornalista vitorioso, o intelectual de boa inspiração e excelente conceituação, que comentava os meus textos toscos e claudicantes, contidos entre receios e temores de comparação indesejável, agora sendo bem referidos e estimulados, como só uma figura bondosa e desprovida de vaidades como Antônio Conde Dias podia fazê-lo.

Estímulo que me foi sobremodo importante, porque me ajudou a esquecer das missões e comparações mal jungidas e que só tem desvalor na essência do ser; todos somos indivíduos únicos, jamais repetidos, nem por cópia, e que, por quintessência e flatulência do parecer, toda clonagem é medíocre.

Vejo, portanto, Antônio Conde Dias, jornalista de boa pena, em suave missão de pregação dadivosa, inspirando-se no remanso das águas calmas margeando a Rua da Frente, onde muitas vezes conversávamos, e isto me era formidável, ensejando saudades inesquecíveis, lembradas agora como mais cor e firmeza, na data do centenário de seu nascimento.

De modo que é cercado de muita alegria que me somo às homenagens de sua família, dos periódicos sergipanos e da Associação Sergipana de Imprensa que o homenageia como um dos seus grandes componentes.

Revelo, inclusive, que no lançamento de sua coletânea “Quadros da Vida”, fiquei em dívida comigo próprio, afinal Antônio Conde Dias restou como um tema sucessivamente adiado, porque eu sempre o pensara com uma suavidade que me faltava para transcrever o substantivo com a adjetivação mais burilada e preciosa, de seu merecimento.

Porque suas lições eram assim, suaves e conciliadoras, mesmo quando munido das armas de cavaleiro templário defendia a sua fé, a doutrina e os ritos de sua vida católica, pregando uma lição norteada no Cristo e Sua Igreja, ajudando a fermentar o evangelho nos cenários onde a vida o inseriu.

Assim, eis o Jornalista imerso no ambiente piedoso ou agnóstico, sem nunca sucumbir a aquilo que ouvindo das memórias do Ex-Presidente José Sarney, bem vale repetir agora, com os erros e as imperfeições que todos possuímos em demasia, ele Sarney e nós também: “Sempre recusei os momentos de dúvida. Adotei a fórmula de ‘meglio obliare senza indagare’ (melhor esquecer, sem procurar saber). Um de meus maiores medos passou a ser a tentação do agnosticismo. Deus está em minha vida e não tenho porque expulsá-lo ou duvidar dele”.

Eis, portanto, Antônio Conde Dias, no seu múnus de escritor, relatando temas comoventes de simplicidade, cuja riqueza só é compartida quando os homens se embriagam de Deus.

Antônio Conde Dias, filho de Aurélio Rezende Dias e Carmelita Conde Dias, nasceu às margens do Rio Vaza-Barris, na cidade de Itaporanga d’Ajuda em 23 de outubro de 1911.

Em criança e adolescência, Conde Dias cresceu entre a cidade e o campo, mais precisamente na Fazenda Dira, uma das mais florescentes daquela região, propriedade que antes pertencera ao seu parente, Dr. Manoel Simões de Melo, médico capelense, filho de João de Melo Rezende e Maria de Jesus Rezende, fazenda que depois viria a ser de seu pai, Aurélio Resende Dias, de cuja sequência chegou ao político Silvio Sobral Garcez, tio, genro e mentor do Governador Arnaldo Rollemberg Garcez, e de tantos outros homens públicos de sobrenome Sobral Garcez, todos parentes e próximos, nessa endogamia cantonal de Itaporanga d’Ajuda.

Na sua ascendência ou em parentesco colateral há proximidade com Domingos Dias Coelho e Melo, Barão de Itaporanga e Antônio Dias Coelho e Melo, Barão de Estancia. E quem sabe, mais remotamente com Rubélio Dias, filho de Belchior Dias Moreia, este neto de Diogo Álvares Correia com uma índia, bem como de outra vertente do próprio Caramuru em casamento legítimo com Catarina Paraguassu, que lhe deu vários filhos e filhas, uma delas de nome Genebra Álvares que casou com Vicente Dias, pais de Diogo Dias, neto, portanto, de Caramuru, e que casou com Isabel d’Ávila, filha de Garcia d’Ávila, o Conde da casa da Torre, filho não explicitado de Tomé de Sousa, o primeiro governador Geral do Brasil, e assim por diante. Fatos a pesquisar.

Antônio Conde Dias cursou as primeiras letras na então Vila de Itaporanga com as Professoras Enedina César e Carlota Sales de Campos. Da última, o memorialista relata em “Quadros da Minha Vida”, crônica publicada na Revista da A.S.I. de dezembro de 1961: ”Professora Carlotinha, como geralmente a conheciam e simpaticamente a tratavam na Vila, era amiga das mais afeiçoadas da minha família que lhe consagrava sincera estima e sobremodo a admirava. Promovia quase sempre, festinhas cívico-sociais e representações teatrais, para tornar mais alegre e movimentada a vida viva dos itaporanguenses que se ressentiam da falta de distrações, sadias e amenas, à semelhança do que acontece em outras pequenas localidades do interior sergipano”.

Em 1925 seus pais o matriculam na Capital, no “Grêmio Escolar” do Dr. Evangelino de Faro, onde seria aluno das professoras Bezita e Leida Regis. O afastamento se deu com fortes preocupações e receios: “feitos os necessários e imprescindíveis preparativos e vencidas as fortes e naturais resistências do coração filial, em face da angustiante perspectiva da separação dos entes queridos, eis-me de viagem a Aracaju, a fim de ingressar nos pórticos gasalhosos da tradicional casa de ensino em cujo seio pude, a largos haustos, sorver conhecimento e haurir exemplos que benéficos me tem sido na vida cotidiana. Passei os primeiros dias, como é natural e desculpável aos calouros, tristonho e retraído, procurando fugir o mais possível ao convívio de mestres e colegas com vontade louca de voltar para casa, com o objetivo de me entregar, novamente, às estimadas e inesquecíveis brincadeiras de infância, mas, aos poucos, fui-me ambientando ao novo cenário que se me desenhava diante dos olhos de inexperiente menino do interior”.

Pela dedicação da família Evangelino, em carinho e assistência, o ‘Grêmio Escolar’ era considerado pelos seus alunos “um prolongamento dos próprios lares distantes de nossas vistas e sempre tão presentes ao culto de nossa grande saudade”. Bons tempos aqueles que não voltam!”

Aplicado, bom estudante e de comportamento dedicado, Conde Dias gozava do privilégio invejado por seus colegas de passar fora do colégio todos os domingos e feriados, geralmente na casa do Padre João Florêncio da Silva Cardoso, grande amigo da família, ou do tio materno Albertino Conde. Esta folga se traduzia pela manhã por assistir a Missa às nove horas, passeio pelos pontos pitorescos da cidade, visitas a parentes e amigos; à tarde comparência à retreta executada por bandas militares na Praça Fausto Cardoso, então ponto de atração e convergência da sociedade Aracajuana, à noite assistir uma sessão de cinema recomendável para meninos, e posterior retorno ao colégio.

Em 1929, aos dezoito anos, Conde Dias começa a trabalhar como Coletor Federal, tempo em que inicia sua carreira intelectual e jornalística.

Casou-se em 1943 com a Senhora Natália Prado Dias, filha de Valentim Vasconcelos Prado e Maria Boto Sobral, família oriunda de Japaratuba, com raízes no Engenho Paty, matrimônio do qual resultaram os filhos Marcos Aurélio, Magali e Lúcio Antônio, todos médicos, elementos participativos da sociedade sergipana.

Marcos Aurélio Prado Dias, desportista, cineasta amador, político, administrador público, homem criativo, inteligência versátil, multifacetada, casado com Ângela Monteiro de Almeida de quem teve duas filhas Fabíola e Luciana e um filho Marcus Aurélio.

Magali Dias Carvalho, minha colega e contemporânea do Atheneu, pediatra casada com Antônio Álvaro Carvalho de quem tem três filhos, Antônio Álvaro, Marcos Antônio e Fábio.

E Lúcio Antônio Prado Dias, intelectual e escritor, um agitador cultural, membro de brilho estelar da Academia de Medicina, responsável por vasta memória da ação esculápia em terras sergipanas, casado com Cristina Conde Garcia de quem tem os filhos Lucinho, Marcela e Bruno.

Sobre o pai, Aurélio Dias, o filho escrevera em necrológio: “Tinha de ser assim. A Divina Providência, nos imperscrutáveis desígnios de sua sabedoria, assim o determinara. A 30 de dezembro de 1939, quase no crepúsculo do ano, fechava os olhos à doce ilusão da vida objetiva para eternamente abri-los aos resplendores e às refulgências da bem aventurança, esse cidadão bondoso e digno que em vida se chamou Aurélio Dias. A morte encontrou-o preparado como bom cristão para ascender aos paramos iluminados da glória, onde reina a paz e onde se encontra a verdadeira felicidade, o supremo ideal que é Deus. Felizes os que se acham sempre em consciência tranquila em face da terra e dos céus. Bem-aventurados os limpos de coração – já dissera o Cristo- porque eles verão a Deus. Evocar a memória e o nome de Aurélio Dias, nesta comovida hora, de tristeza e saudade é relembrar uma existência inteiramente consagrada à prática do bem, da caridade, e das virtudes cristãs; é rememorar uma vida austera e honrada sempre dedicada às causas nobres e justas. São assim as coisas deste mundo… É realidade palpitante da palavra do Divino Mestre: ‘estai preparado. Uma hora em que menos o julgardes virá o Filho do Homem’. Quando o homem menos espera e mais seguro se julga, eis que Deus o chama para prestar as devidas contas do que aqui na terra praticou… Se todos meditassem um pouco na transitoriedade e no nada das coisas do mundo, e talvez não presenciássemos tanto pretendido orgulho, tantas descabidas ambições e vaidades. Resta-nos a consoladora certeza de que o saudoso Aurélio Dias, porque passou desta para uma melhor e mais pura com a consciência tranquila e o coração limpo, de certo mereceu a graça imensa de contemplar perenemente a visão beatífica; obteve a felicidade inigualável de alcançar o céu de nossas crenças e esperanças… Ao evocar esta página triste, evocadora da memória imperecível do pranteado morto, elevo aos céus uma prece ardente e sincera pela alma privilegiada do inolvidável. Aurélio Dias, cuja lembrança permanecerá sempre em nossos corações como um facho imenso de glória que se não apaga. Requiescat in pace”. Folha da Manhã, 1941.

Poder-se-á pensar que o texto acima representa algo pedido no tempo e no sonho de uma era esquecida. Os homens já não pensam nos céus, muito menos em refrigérios e castigos. Perante a morte, porém, todos somos impotentes, e porque não a conseguimos imaginar de todo como algo definitivo, nada é mais cultuado em todas as tradições e raças que o culto aos mortos queridos. Eles são os nossos deuses-lares, o nosso conforto por excelência em cuidados e carinhos.

E é norteado neste carinho que Conde Dias se agasalhava em sua ação e pregação, homem de fé maiúscula, caminhante peregrino na louvação da comunhão eucarística, sua força, sua energia.

“Buscai o Reino de Deus e tudo o mais vos será dado por acréscimo”. Eis o seu mote, sua esperança. E Deus lhe deu uma vida plena de risos; desde a mulher desejada e querida, aos filhos e netos, e aos bisnetos não vistos, mas que caminham protegidos por seu olhar distante, sempre terno, muito atento e sorridente, com o mesmo sorriso que sempre fora seu; o sorriso dos plenos de Deus, daqueles de alma nobre, que em vendo a maldade do homem e do mundo, externam conceitos de doçura e concórdia; estímulo às boas ações, à boa conciliação norteada no perdão.

Este era o homem, Antônio Conde Dias na plenitude de seus oitenta anos como na sua mocidade. O mesmo homem. O mesmo escritor. O mesmo ideal. Desde o peregrino viajante de Aracaju a Recife, como missionário ao Congresso Eucarístico acontecido na Veneza Brasileira por estradas longínquas, poeirentas e desérticas, quando o asfalto era um sonho, os ônibus sergipanos se chamavam “marinetes” e os alagoanos “sopas”, isso no ano de 1939, à viagem comandada para o conhecimento da grande obra da Ponte de Pedra Branca, marco da engenharia pátria de 1933, hoje obsoleta, um mero condutor aqueduto, e tantas outras crônicas perdidas, mas semeadas nos cérebros férteis de seus leitores por décadas, às mancheias, como assim deve ser.

O Mundo Precisa de Paz. Reflexões Sobre a Família Cristã. Heróis de Fé em Terra Magiar. Os Católicos Devem Votar. Apoteoses de Fé em Terras de Serigi. Urge Evitar o Divórcio. Triunfos da Fé. Sem Cristo Não Há Salvação. Hino Oficial de N. S da Ajuda em composição com Genaro Plech. Elegias a Dom José Tomaz, Dom Avelar Brandão Vilela, Dom Adalberto Sobral, Dom Edvaldo do Amaral. E tantos outros textos, sempre com a mesma missão e pregação, sendo sal e fermento de boa vontade nos ambientes frequentados.

Hoje, passados cem anos, sua memória se faz maior por lembrança de seus familiares, amigos e companheiros. Soube-se fazer querido e por isso é bem lembrado.

E como lembrança melhor, talvez possamos retirar para si como fecho desta homenagem, a prece que um dia escrevera por ocasião da partida de seu pai, Aurélio Dias: Resta-nos a consoladora certeza de que o saudoso Antônio Conde Dias, porque passou desta para uma melhor e mais pura com a consciência tranquila e o coração limpo, de certo mereceu a graça imensa de contemplar perenemente a visão beatífica; obteve a felicidade inigualável de alcançar o céu de nossas crenças e esperanças… Ao evocar esta página triste, evocadora da memória imperecível do pranteado morto, elevemos aos céus uma prece ardente e sincera pela alma privilegiada do inolvidável Antônio Conde Dias, cuja lembrança permanecerá sempre em nossos corações como um facho imenso de glória que se não apaga.

Esta é a nossa prece.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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