USA: Juízes corrompidos a serviço dos presídios privados.

Vem dos Estados Unidos a notícia colhida no Jornal Le Figaro em reportagem escrita por Julie Connan publicada no dia 17/02/2009 às 14h29min H, cuja tradução levo aos meus leitores para que conheçam algumas pragas de outras plagas.

 

USA: Juízes corrompidos a serviço dos presídios privados.

 

A história é de chocar: Dois juízes da Pensilvânia estão sendo acusados por terem enviado centenas de crianças e adolescentes à prisão entre 2000 e 2007, em troca do recebimento de 2,6 milhões de dólares mediante suborno, pago por duas empresas que administram centros prisionais.

Mark Ciavarella et Michael Cohahan. (AP)

Dois magistrados da Pensilvânia confessaram ter recebido dois e meio milhões de dólares para enviar menores delinqüente à prisão que não mereciam tal pena.

 

Os juízes Mark Ciavarella e Michael Cohahan, bem como duas empresas prisionais estão sendo processados civilmente por danos em seu proveito.

 

Na última quinta-feira, os dois juízes confessaram-se culpados e reconheceram ter “realizado um acordo para garantir o fornecimento de delinqüentes jovens” à empresa particular de exploração de prisões, PA Child Care (PA de Assistência à Infância) e a uma outra semelhante, Western PA Child Care (idem ocidental). Em reconhecendo a sua própria culpa, os dois juízes, que permanecem em liberdade mediante o pagamento de fiança no valor de um milhão de dólares, incorrem numa possível condenação de 7 a 25 anos de detenção. As duas sociedades estão igualmente sendo processadas.

 

“É verdade que eu desonrei a minha função de magistrado”, reconheceu Mark Ciavarella, em uma carta dirigida ao tribunal. “Por meus atos, eu destruí tudo o que tinha realizado no meu trabalho, e somente eu posso me culpar », acrescentou ele.

 

Um dos centros prisionais acusados de receber, mediante suborno, os delinqüentes juvenis é o PA Child Care, em Pittston, na Pensilvânia (AP). Seu sistema era bem eficiente: toda vez que um dos dois juízes enviava um jovem para este centro de detenção, a empresa que administra o estabelecimento recebia recursos financeiros pagos pelo município de Alfafa para cobrir as despesas com o encarceramento. Em outras palavras, quanto maior o número de crianças encarceradas, maior era a comissão e o suborno revertido aos juízes. No total, os dois juízes teriam permitido que a PA Child Care recebesse cerca de 58 milhões de dólares.

 

“Os jovens eram alvos fáceis”

 

Entre os casos testemunhados pelo Juvenile Law Center, o Centro de Lei Juvenil, uma organização para a defesa do jovem situada na Filadélfia, há o caso de um jovem encarcerado por nove meses à prisão por ter roubado um frasco de temperos no valor de quatro dólares, uma outra criança condenada há três meses para ter roubado uma moeda de um carro, e um garoto de13 anos enviado a um campo correcional por ter adentrado num edifício fechado.

 

Em sete anos, mais de 5.000 adolescentes entre 13 e 18 anos foram julgados culpados pelos dois homens que operavam numa antiga região de mineração de população pobre e maioria branca. Entre estes, mais de 2.000 foram enviados à detenção.

 

Segundo relatos de um responsável por esta associação; “Os jovens eram alvos fáceis. Muitos deles não tinham nem mesmo advogados que os representassem, e quando solicitavam um defensor de ofício, informavam-lhes que seria preciso esperá-lo por semanas na prisão», Enquanto isso o processo se alongava, pois o Juvenile Law Center deveria apreciar novas queixas de dezenas de famílias.

 

O objetivo agora destas famílias prejudicadas, freqüentemente desfavorecidas e pouco instruídas, é duplo: limpar a ficha de seus garotos na polícia e receber uma compensação financeira pelo dano sofrido.

 

Como o julgamento de Ciavarella e Cohahan não deveria intervir nos processos dos menores, senão após alguns meses, tempo em que os jovens infratores deveriam aguardar em reclusão, um juiz especial pertencente a um outro estado diferente da Pensilvânia foi nomeado para revisar todos os casos tratados por estes juízes corruptos.

 

Concluído o artigo do Le Figaro ficam agora as minhas explicaçõe para preencher este espaço hoje sem muita inspiração, seja para falar dos “escândalos” do PMDB, em fofocadas requentadas de políticos, seja pela ausência de importância do nosso noticiário já em prévia carnavalesca com muitos homens em trejeitos efeminados, gaiatamente fantasiados de mulher.

 

Assim a notícia americana destacada no jornal francês se torna importante só para notar que até num país onde as instituições jurídicas são respeitadas e o crime é coibido com severidade, é sempre bom periodicamente não só avaliar os julgadores como os remover, inclusive para evitar que a acomodação produza a desídia e até a morosidade que faz tardar a justiça.

 

No caso americano os dois juizes são criminosos e já começaram a ser punidos com seus nomes divulgados e estando em liberdade ainda, não porque têm endereço fixo e estão empregados, mas porque tiveram que pagar uma fiança onerosa de um milhão de dólares.

 

Se fosse por aqui, possivelmente os juizes estariam mantidos no exercício judicante por sucessivos recursos procrastinatórios e a pena seria de aposentadoria com proventos integrais; uma premiação e não uma educativa punição.

 

Cada povo tem as leis que julga necessárias para coibir o crime e delimitar o bom convívio entre os homens.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais