A bomba foi lançada

Pronto, aconteceu! Primeiro, foi um longo, mais de uma hora, desabafo, para mostrar que se Sergipe já conheceu um governo empreendedor, este foi o seu. Depois do longo suspense, as tão propaladas “bombas” que iriam mudar radicalmente o rumo da política sergipana. Foi para isso, aliás, que o Governador Albano Franco convocou uma “entrevista coletiva” que superlotou o auditório do Palácio de Despachos. Foi preciso arranjar aparelhos de rádio e de televisão para os que ficaram de fora poderem acompanhar o que acontecia lá dentro. Nunca se viu tanto jornalista por metro quadrado, nem mesmo nas mais polêmicas assembléias da classe. Mas, eles dividiam o espaço com político de todos os quartéis – havia desde Secretários de Estado a Prefeitos do Interior, de deputados estaduais a vereadores e a pretendentes a cargos públicos.
A Bomba – E o que anunciou, afinal, o governador? Bom, que há “a possibilidade real, concreta” de cumprir o seu mandato até o final. Se for candidato a alguma coisa, disse que já se definiu. Foi uma decisão tomada solitariamente, mas dela não vai ser demovido por nada, nem mesmo por abaixo-assinados ou por pedidos partidários. Se tiver que deixar o Governo, será para ser candidato a Deputado Federal. Lembrou que outros governadores foram deputados federais, com sucesso, como Magalhães Pinto e Leonel Brizola. Não há, portanto, demérito nisso. Nada de ser Senador. Será Deputado Federal.
Respostas – O governador Albano Franco garantiu que sua mulher, Leonor Franco, e seu filho, Ricardo Franco, não serão candidatos a nada. O filho estava ao lado e concordou com a cabeça. Às várias acusações que tem sofrido, o governador procurou responder. Por exemplo: o cheque milionário da venda da Energipe, de mais de R$ 300 milhões. Resposta do governador: foi este dinheiro que viabilizou o Estado, até porque só de despesas feitas pelos dois últimos governos, ele, Albano, já pagou R$ 620 milhões. Sobre a crise energética, revelou que esteve em Brasília procurando o governo para evitar cortes na Petrobrás e na Companhia Vale do Rio Doce, para não prejudicar a economia do Estado.
Déda – Albano disse também que será, se o for, candidato a deputado para somar. “Sou um soldado do partido, estou à disposição deste mesmo partido”. Descartou a possibilidade de um acordo com o prefeito Marcelo Déda: “Não há a menor perspectiva de alinhamento político do governador com o prefeito Marcelo Déda. Estamos em partidos opostos”.
Sobre suas reais intenções, adiantou que pretende tirar dois dias por semana para fazer inaugurações na capital e no interior. E pretende conversar, conversar muito, com políticos, deputados federais e estaduais, prefeitos, etc. Destas conversas, decorrerão o desenrolar da vida política sergipana.
Possíveis nomes – O Governador Albano Franco enumerou 13 nomes de sergipanos ilustres que segundo ele estão em condições de assumir o governo do Estado. Entre outros foram citados: o deputado federal Jorge Alberto, o prefeito de Lagarto Jerônimo Reis, o empresário João Carlos Paes Mendonça, a enfermeira e Secretaria da Saúde, Marta Barreto, o Secretário da Fazenda, Fernando Mota, o advogado Wellington Mangueira (Ouvidor do Município), o deputado estadual Bosco Costa e o ex-Secretário da Casa Civil Francisco Rollemberg. Foi a este que o governador dirigiu as palavras mais carinhosas. Nada, porém, de apontar um nome de sua preferência.
Pode ser que as duas bombas de Albano Franco tenham efeito retardado. Mas não deixa de ser uma novidade. Tal como fez o ex-Prefeito João Gama, Albano pode até ficar no governo até o fim. Do contrário, vai ser apenas Deputado Federal. Apenas?

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