Adolescente de 15 anos é assediada por suposto PM

Pai de adolescente, advogado e vítima chegam o DAGV para prestar depoimento (Foto: Portal Infonet)

Uma adolescente de 15 anos teria sido abusada e ameaçada de morte na madrugada desta sexta-feira, 15, pelo proprietário da lanchonete onde trabalhava. Segundo a jovem, o suposto autor do abuso seria um policial militar. Após registrar boletim de ocorrência na Delegacia Plantonista, a vítima se submeteu a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e se dirigiu ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) para prestar depoimento à delegada Mariana Diniz.

Em companhia do pai, Eduardo Antônio, e do advogado, Ricardo Mesquita, a adolescente descreve o caso. “Eu estava na lanchonete junto com ele, trabalhando das 20h às 4h. Quando terminou o expediente, a gente saiu para ir comer. Ele disse que tinha que passar na casa dele, no conjunto Costa e Silva, para pegar dinheiro. Quando chegamos lá, ele começou a me empurrar escada acima, e disse que eu teria que ficar com ele”, afirma.

“Ele começou a dizer que eu já não era mais criança, que eu tinha subido por que queria e que eu sabia que ele era a fim de mim. Depois começou a me alisar e tentar rasgar minha roupa. Eu me debati, e nisso a arma dele caiu no chão. Eu tentei descer, mas ele disse que se eu corresse iria me matar. Eu corri mesmo assim, fui até a portaria e comecei a ligar a para a polícia. Ele desceu atrás de mim, e começou a gritar. O porteiro disse que eu teria que sair, mas eu esperei até a polícia chegar”, completa.

Delegada Mariana Diniz ouviu depoimento de adolescente (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Ainda segundo a adolescente, o suposto agressor teria revelado ser um policial no momento da chegada da viatura. “Quando os policiais tentaram controlá-lo, ele disse que não tinha medo e que também era um PM”, conta. Após deixar o condomínio, os policiais teriam se oferecido para deixar a vítima no terminal de integração do Centro.

“Eu me neguei a ir para o terminal, e disse que só sairia daquele carro na frente da minha casa, na Barra dos Coqueiros, ou na delegacia. Como eu insisti, eles me deixaram na Plantonista, e disseram que eu teria que esperar algum responsável. Depois eles foram embora”, relata.

O acusado procurou a reportagem do Portal Infonet para dar sua versão dos fatos. De acordo com ele, esta foi a segunda vez que a menina trabalho no local. “Eu precisava de uma pessoa a mais para ajudar no atendimento aos clientes. Daí ela falou que tinha 18 anos e precisava trabalhar, então, eu chamei”, explica.

“Ela trabalhou até 3h da manhã e eu paguei o valor combinado. Chamei ela pra lanchar e aí fomos comer na praça da Imprensa. Ficamos flertando e em momento algum, ela colocou obstáculo. Depois a convidei para dormir em meu apartamento e prometi que pela manhã eu a levaria em casa. Fomos pra lá e quando eu acabei de tomar banho, ela já estava deitada em minha cama. Dei um beijo nela e comecei a alisá-la, mas depois ela desistiu e pediu que eu a levasse em casa”, descreve.

Segundo o comerciante, os dois começaram a discutir quando ele disse que só iria levá-la em casa pela manhã. “Eu disse que estava cansado e pedi pra ela esperar. Ela não gostou, começou a fazer escândalo e eu a empurrei, mandando ela sair de minha casa. Foi quando ela desceu e ficou lá embaixo ligando pra um e pra outro”, detalha.

O homem se defende das acusações. “Meu erro foi empurrá-la. Mas essa denúncia vai tramitar na justiça e o laudo vai mostrar que eu não fiz nada. As câmeras filmaram tudo, registraram quando ela subiu as escadas e a nossa conversa. Na verdade, ela está tentando obter vantagens na situação para receber uma indenização", acusa.

*A matéria foi alterada às 20:13 para acréscimo do depoimento do homem acusado.

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