Bandidos invadem Convento em São Cristovão

Convento é alvo de bandidos (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Marginais voltaram a atacar o Convento do Carmo, localizado na cidade histórica de São Cristovão, a 26 km da capital, Aracaju. Eles entraram pela parte dos fundos do convento na noite da segunda-feira, 27, roubaram três ovelhas e deixaram a comunidade em pânico em decorrência dos elevados índices de violência registrados na cidade.

Em menos de uma semana, este é o segundo ataque àquele convento mantido pela Igreja Católica, e o quinto nos últimos cinco anos, segundo informações do frei Messias de Oliveira. Na noite da sexta-feira da semana passada, 24, bandidos destruíram parte do muro do convento, entraram e roubaram apenas uma ovelha. “Na certa, voltaram para buscar os outros animais”, conjectura o auxiliar de serviços gerais Éverton José dos Santos, que foi despertado no final da noite para atender ao chamado de um dos freis que ali reside.

Os administradores do convento já fizeram os reparos da parte do muro destruída no primeiro ataque ocorrido na sexta-feira passada. E, neste último ataque, os freis ainda não sabem, ao certo, como os bandidos tiveram acesso à parte interna do convento. “Possivelmente pelo mesmo local”, observa o frei Messias. Os policiais estiveram no local, mas, segundo o frei, não tiveram interesse de vascular a parte interna, pelo quintal.

Frei Messias reclama da inércia dos policiais

O frei acredita que os bandidos permaneceram escondidos no quintal no momento em que os policiais chegaram ao local. “Eles [os policiais] não quiseram entrar no quintal e a gente ouviu o barulho de pessoas se movimentando depois que os policiais saíram”, conta o frei Messias.

PM

O tenente Nilton Madureira, comandante da 1ª  Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar, informou que a corporação vai investigar a ocorrência por considerar inadimissível a inércia da equipe em situação deste porte. "Se não tivesse condição, que a equipe pedisse reforço para encontrar a soução para o fato", considerou o tenente.

Diante das ações dos bandidos contra aquele patrimônio, os freis pretendem adotar medidas para reforçar a segurança, mas encontram dificuldades financeiras para instalar os equipamentos eletrônicos, segundo o frei Messias.

Sem policiamento

A comunidade reclama da falta de segurança. “Não tem policiamento nenhum na cidade, a gente fica com medo até de abrir a porta”, observa a moradora Laís Couto. “Para falar a verdade, São Cristovão está abandonada. Os noiados aprontam, a gente chama a polícia, mas quando os policiais chegam, eles já levaram o caminhão com tudo”, observa Éverton Santos. “Estamos todos reféns dos bandidos”, observa.

A comunidade reclama da ausência do posto policial que foi desativado devido à precariedade da estrutura física. Os moradores creditam o aumento da violência à desativação do posto policial. O tenente-coronel Paulo César Paiva, chefe da 5ª Seção da PM [setor responsável pela Comunicação Social da corporação], descarta esta possibilidade. “Só deixou de existir a referência física, mas o patrulhamento continua”, observou.

Por Cássia Santana

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