Brasil cai duas posições nos indicadores sociais da Unicef

Situação Mundial da Infância 2007
Segundo o Relatório da Situação Mundial da Infância 2007, divulgado pela UNICEF, o Brasil está ocupando a posição 86, caindo duas posições pelo segundo ano consecutivo, com relação á mortalidade infantil abaixo de cinco anos. O relatório foi divulgado à imprensa essa manhã, em uma reunião promovida pela Ong Recriando e pelo Ministério Público. O oficial de projetos da Unicef, Salvador Sole, apresentou o relatório e dissertou sobre as conclusões.

De acordo com Salvador, o fato do Brasil ter caído duas posições na tabela não quer dizer que não tenha avançado. “Os indicadores cresceram, mas não tanto quanto o dos outros países. Isso explica a queda”, comentou Salvador. No entanto salienta que os números poderiam ser mais favoráveis ao Brasil se houvessem mais políticas públicas para acompanhamento pré-natal das mães.

Salvador Sole, oficial de projetos da Unicef
Além desse aspecto, durante a reunião foi ressaltada a necessidade de defesa dos direitos das mulheres e das crianças, de formas individuais e complementares. No caso das questões de gênero, os aspectos a serem analisados no país dizem respeito à violência contra a mulher, independência financeira e assalariamento indiferenciado, e participação política feminina.

Os dados acusam que somente 20% dos entrevistados na região Nordeste reconhecem que haja direitos iguais entre homens e mulheres. Somente 14% do Senado Federal é composto por mulheres, e somente cinco mulheres representam o gênero na Câmara dos Vereadores de Aracaju. Observando as relações de gênero no ambiente doméstico, o estudo concluiu que o número de meninas abusadas sexualmente é três vezes maior do que o de meninos.

Salvador Sole (à esq.), representante da Ong Recriando (ao centro), e a promotora Conceição Figueiredo 
“A visualização do problema é fundamental. Mas tenho certeza de que, embora os esforços sejam grandes, as políticas públicas não estão atendendo às necessidades, como vemos diariamente”, ponderou a promotora Conceição Figueiredo diretora do Núcleo de Apoio à Infância e Adolescência (NAIA).

A promotora se refere à não entrada de Sergipe nos estados contemplados pelo programa de Fortalecimento da Convivência Familiar, do Governo Federal. O anúncio dos estados foi feito esse final de semana no Rio de Janeiro, numa reunião nacional. “Precisamos de mais parceiros nessa questão da infância”, declarou a promotora.

As sugestões da Unicef para a melhoria desses indicadores sociais são:

  • garantir educação a todas as meninas e mulheres;
    assegurar recursos nos orçamentos governamentais para a redução da iniqüidade de gênero;
    abolir ou corrigir legislações discriminatórias;
    garantir cotas para mulheres no poder legislativo;
    ampliar a participação das mulheres na construção de políticas públicas;
    promover o envolvimento de homens e meninos na luta pela eqüidade;
    melhorar a qualidade das pesquisas e dados sobre a situação de mulheres e meninas.

 

Confira o Relatório da Situação Mundial da Infância 2007

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