Caso Ana Flávia: Depoimentos apontam para crime de injúria racial

Uma das testemunhas relatou as humilhações sofridas pelo funcionário da Gol
Na manhã desta quinta-feira, 12, quatro testemunhas foram ouvidas no caso envolvendo a médica Ana Flávia Pinto e o supervisor da Gol, Diego Gonzaga. O fato ocorreu no mês passado quando a médica foi impedida de embarcar porque chegou atrasada no aeroporto Santa Maria em Aracaju.

O advogado do supervisor da Gol, Diogo Calasans disse que está tranquilo com o desenrolar do processo e que entrará com uma ação de danos morais contra a médica Ana Flávia.

“Todas as testemunhas que foram ouvidas até agora ratificaram o depoimento de Diego. Estou tranquilo com o andamento desse processo agora vamos aguardar o inquérito ir para o Ministério Público”, disse Diogo Calasans ressaltando que as testemunhas ouvidas não são colegas de trabalho de Diego Gonzaga.

O advogado Diogo Calasans
“As testemunhas que foram ouvidas até agora são dois funcionários de outra companhia aérea, um funcionário de uma agencia de viagem e outro de uma empresa terceirizada”, explica o advogado.

Uma das testemunhas do caso disse que é comum que quando um passageiro perca o vôo haja discussões, mas em nove anos trabalhando no aeroporto de Aracaju nunca presenciou uma humilhação tão grande a um funcionário, como o que aconteceu com Diego Gonzaga. “Como trabalho muito próximo ao balcão da outra companhia aérea, presenciei toda a humilhação sofria pelo funcionário, a médica chamava ele de cachorro, de nego e morto de fome, foi um show de humilhação”, destacou.

O depoimento do funcionário da Gol, Diego Gonzaga
A gerente de segurança civil, disse ainda que a médica chamou o supervisor da Infraero de boiola e que espera que haja justiça. “Quando o supervisor da Infraero foi tentar retirar a médica da área de segurança do aeroporto ela disse é você que vai me prender seu boiola. Senti indignação nesse caso, espero que haja justiça”, falou TLC.

Outro funcionário de uma empresa terceirizada que também foi ouvido disse que o funcionário não merecia sofrer tantos insultos. “A médica humilhou demais o rapaz, presenciei tudo. Ela chamou ele de nego, analfabeto, morto de fome e disse que se ele precisasse dela como médica poderia morrer”, destacou Givaldo Santos.              

Depoimento

Em depoimento prestado na Delegacia de Grupos Vulneráveis na última quarta-feira, 11,o supervisor da Gol, Diego José Gonzaga dos Santos falou toda a humilhação que sofreu pela médica Ana Flávia. “Você não é gente, Você está me causando um prejuízo de R$10 mil, seu imbecil safado, olhe eu sou médica, tomara que um dia você precise de mim porque no que depender de mim você morre”, relatou.

A delegada Georlize Oliveira
Ainda segundo Diego apesar da tentativa do marido da médica de tentar acalmar Ana Flávia, os insultos continuaram.  “Quem vai pagar? Esse cachorro? Esse bando de analfabeto, morto de fome, que não tem dinheiro nem pra comprar feijão para comer, esse nego morto de fome”, disse em depoimento.

Inquérito

A delegada Georlize Oliveira Costa Teles disse que espera concluir o processo até o dia 3 de dezembro. “Já ouvir o Diego e cerca de cinco testemunhas, o próximo passo agora é ouvir a médica Ana Flávia”, explica à delegada.

Georlize Oliveira diz ainda que os depoimentos prestados até o momento apontam para o crime de injúria racial. “Os depoimentos estão indo em uma linha uniforme de que houve a ofensa através do uso da cor do Diego”, esclarece.

Por Kátia Susanna

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