Combustível: MP diz que frentista recebia ‘agrado’ para ficar calada

Depoimento das acusadas encerra fase da instrução processual (Fotos: Portal Infonet)

O juízo da 3ª Vara Criminal concluiu nesta quinta-feira, 12, a fase de instrução processual da ação penal movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra duas frentistas de posto de combustível, acusadas de envolvimento em suposto esquema para desviar combustível que seria destinado para abastecer a frota da Polícia Militar de Sergipe. De acordo com informações do promotor de justiça Deijaniro Jonas, que atua no processo judicial, uma das frentistas, acusada de movimentar os cartões corporativos da Polícia Militar, negou a existência dessa fraude.

Deijaniro Jonas não tem dúvida que a frentista confessou o suposto crime (Fotos: Portal Infonet)

Mas a outra, conforme o promotor de justiça, que é subordinada na escala hierárquica da empresa, relatou que recebia dinheiro como espécie de “agrado”. Na ótica do promotor esse relato seria uma confissão da frentista e que o ‘agrado’ funcionava como uma espécie de ‘cala boca’ para impedir que ela revelasse algo relacionado ao suposto esquema.

Essa outra frentista, de acordo com o promotor, não deu detalhes como funcionava o suposto esquema, mas assegurou que a movimentação dos cartões corporativos da Polícia Militar utilizados para abastecer os carros era feita pela superiora hierárquica, que também é ré nesse processo judicial.

Aloísio Vasconcelos nega a ocorrência de confissão

Os depoimentos foram prestados na sede da 3ª Vara Criminal, mas o juiz não permitiu que jornalistas acompanhassem.

Sem confissão

Ao contrário da visão do promotor, a defesa não encontrou provas, nos depoimentos, que indicasse a confissão. “As frentistas disseram que não participaram de nenhum esquema de troca de moedas”, diz o advogado Aloísio Vasconcelos. De acordo com o advogado, as duas frentistas nada revelaram sobre o suposto esquema e uma delas informou que sequer conhecia o sargento Robertson Souza Silva, único PM apontado como responsável pelo suposto esquema fraudulento. Por ser policial militar, o sargento Robertson não é parte nesse processo que tramita na 3ª Vara Criminal.

O sargento Robertson é réu em uma outra ação judicial que trata da mesma questão. Ele responde a processo judicial que tramita na Auditoria Militar [6ª Vara Criminal]. O sargento prestou depoimento nesta quinta-feira, 12, na 3ª Vara Criminal, mas em outra condição. O policial militar foi ouvido como testemunha referida, uma vez que ele foi citado naquele processo e negou qualquer esquema para desviar o combustível, conforme explicou o advogado Aloísio Vasconcelos.

Na ótica do advogado, não há provas nos autos [nem nesse processo que tramita na 3ª Vara Criminal nem também naquele outro que permanece em tramitação na Auditoria Militar], que indiquem indícios de fraude. “Não há provas que possam mostrar a ligação do sargento Robertson com as frentistas”, diz Aloísio Vasconcelos. “Não há nenhuma prova concreta de desvio de combustível envolvimento o sargento Robertson nem qualquer outro policial militar”, assegura.

Encerrada a instrução, o processo da 3ª Vara Criminal entra na fase de diligências. O promotor de justiça Deijaniro Jones pediu o compartilhamento das provas que já foram colhidas no processo que tramita na 6ª Vara Criminal. Após as diligências, o juiz abrirá prazo para as alegações finais para então expedir a sentença pela absolvição ou condenação das acusadas.

por Cassia Santana

 

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