Os comerciantes da Central de Abastecimento de Aracaju (Ceasa) estão apreensivos com a possibilidade de uma nova administração para o local. Há 29 anos, a Associação dos Comerciantes da Ceasa Aracaju administra o espaço, mas recentemente foi retomada a possibilidade de o Governo administrar o local ou fazer uma licitação.
O presidente da Associação, Wilson Nunes, conta que existe um processo judicial desde 2013, que trata da regularização da administração da Ceasa, que estava parado há anos, mas que recentemente foi retomado. Uma audiência de conciliação aconteceu na semana passada, no dia 19.
“Participaram os representantes da Procuradoria do Estado (PGE), Ministério Público, advogados da Cohidro e advogados da Associação. Nessa audiência foi dito que ou o Estado retoma a administração do local ou uma licitação será feita. Nós pedimos vista do processo por 90 dias para que possamos ajustar nossa defesa, pois mudar a administração depois de 29 anos trará muitos prejuízos para os associados”, ressalta.
A Ceasa foi concedido pela Emdagro à Associação em 1992 e, desde então, vem sendo administrado por ela. Wilson explica que o Governo deveria ter feito uma lei na época passando a Ceasa para a Associação, mas isso não foi feito.
“Como se trata de uma concessão, nosso contrato venceu em 2002, mas desde então a Associação continuou administrando. O Estado nunca solicitou e anos depois é que o processo judicial foi instaurado para regulamentar. Vale lembrar que Associação nunca recebeu dinheiro público, administra o local com recursos dos próprios associados e hoje a Ceasa está todo estruturado e organizado”, diz.
Wilson conta que os comerciantes estão apreensivos com o que pode acontecer se uma empresa privada passar a administrar a Ceasa. “Os comerciantes estão preocupados. São 2 mil empregos gerados aqui na Ceasa, mais de 700 associados e 150 pessoas cadastradas que sobrevivem fazendo carregos. Todos estão temerosos com o que pode acontecer”, afirma.
O presidente da Associação conta ainda que chegou ao seu conhecimento que a Cohidro, hoje proprietária do prédio, se reuniu com representantes da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) e que existe a possibilidade de esse órgão assumir a gestão da Ceasa.
“Nós da Associação que estamos aqui há anos estamos ficando de fora das negociações. Essa é uma situação que tem trazido um desconforto grande para todos os associados. Temos ciência que a Ceasa não é nosso, mas queremos que as adequações sejam feitas paulatinamente e pensando nas centenas de pessoas que vivem da Ceasa”, finaliza.
Cohidro
De acordo com o presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a licitação é uma recomendação do Ministério Público. “O MP solicita que seja feito um processo licitatório ou que a Cohidro assuma a gestão da Ceasa. Desde 2019, quando assumimos a Cohidro, estamos em tratativas com o MP, a Procuradoria Geral do Estado e a própria Associação, que faz parte do processo e está acompanhando tudo de perto. Então a situação está sendo amplamente discutida, e assim continuará”, disse.
“Estamos buscando o melhor caminho e estudando as possibilidades existentes. Por enquanto, nenhuma delas ainda pode ser descartada, inclusive a da gestão pela Prefeitura de Aracaju, que também está sendo avaliada. Mas podemos garantir que o objetivo do Governo do Estado, através da Cohidro, é encontrar a melhor solução possível, a que seja menos danosa para aquelas pessoas que estão lá há vários anos, desempenhando suas funções e mantendo suas famílias”, finaliza.
Por Karla Pinheiro
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