
O corpo da médica Daniele Barreto Oliveira, de 47 anos, está sendo velado desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 10, em um crematório, localizado em Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju. A cerimônia de despedida está prevista para às 15h, seguida do sepultamento, às 16h. Familiares e amigos mais próximos acompanham o último adeus à médica.
Daniele foi encontrada morta na tarde da terça-feira, 9, poucas horas após retornar ao Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro. Ela havia deixado uma clínica de repouso após audiência de custódia, que determinou sua volta ao presídio com acompanhamento psiquiátrico mantido.
Segundo a Secretaria de Justiça, Daniele estava sozinha na cela e foi encontrada desacordada. Uma equipe de saúde da unidade realizou os primeiros atendimentos, mas o óbito foi confirmado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) foram acionados para perícia e remoção do corpo.
Contexto do caso
Daniele Barreto era investigada como mandante do assassinato do marido, o advogado José Lael, ocorrido em outubro do ano passado. O caso ganhou novo desdobramento após o vazamento de fotos da médica e da cela onde ela estava custodiada. As imagens circularam nas redes sociais logo após a confirmação da morte. A Secretaria de Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc) informou que já abriu procedimentos para apurar a autoria do vazamento. Segundo a secretária Viviane Pessoa, a violação será tratada com rigor e os responsáveis serão punidos.
“A responsabilidade é de quem estava no local e de quem repassa esse tipo de conteúdo. Não compactuamos com esse tipo de prática e seremos firmes na apuração”, declarou.
Críticas do advogado de Daniele
O advogado de defesa de Danielle Barreto afirmou em entrevista que a cliente havia alertado as autoridades sobre os riscos à própria vida caso fosse levada de volta ao presídio. A médica estava internada em uma clínica de repouso e retornou à prisão após audiência de custódia.
“Eu nunca imaginei que fossem cumprir um mandado de prisão em uma pessoa em tratamento, tratamento esse por tempo indeterminado. Ela foi retirada do tratamento e colocada para a morte”, disse o advogado Fábio Trindade em entrevista à TV Atalaia.
Segundo ele, Danielle demonstrava sinais graves de sofrimento, como automutilação e pensamentos suicidas. Durante a audiência de custódia, ela já havia avisado que não resistiria ao retorno à prisão.
“A última palavra que Dani disse lá na audiência é que se viesse pra cá, ela iria fazer isso. Disse pra mim, pro irmão, pra cunhada, a todos que estavam ali presentes. Eu alertei de todas as formas, eu documentei, eu disse que ela não podia vir”, relatou Trindade.
por João Paulo Schneider