Covid-19: Infectologista orienta população sobre festas de fim de ano

O ideal é que as pessoas entendam que não estão impedidas de sair ou de comemorar, mas que o façam com todos os cuidados necessários (Foto: Marcelle Cristine

As festas de fim de ano estão se aproximando e, em 2020, elas virão acompanhadas de uma série de medidas de segurança, em virtude da pandemia do novo coronavírus. As recomendações, em virtude do aumento dos casos nos últimos dias, são ainda mais importantes nesse momento em que confraternização é palavra de ordem.

Infectologista da rede municipal de saúde de Aracaju, Fabrízia Tavares (Foto: André Moreira)

Infectologista da rede municipal de saúde de Aracaju, Fabrízia Tavares orienta que as festividades sejam comemoradas em seus próprios lares. “Façam as confraternizações em casa, realizem videochamadas, emanem pensamentos positivos, de amor, de querer bem, mas sem aglomerar”, sugere Fabrízia.

Para além disso, ela afirma que é preciso incorporar a ideia de mudança de comportamento. “A gente tem falado que existe a necessidade de as pessoas incorporarem essa mudança no comportamento cultural, para que as medidas de precaução sejam incorporadas no dia a dia e não como algo temporal, porque a vacina não vai trazer a resposta para tudo”, ressalta.

Isso porque, segundo Fabrízia, mesmo com a vacina, que atá agora ainda não tem data definida para ser aplicada em todo o país, os cuidados deverão ser mantidos. A infectologista destaca que a obrigatoriedade de manter essas medidas também se deve ao comportamento da população.

“Percebemos que há uma exaustão, em virtude de um longo período de confinamento, seguido de uma flexibilização, numa tentativa de que as pessoas voltassem paulatinamente às suas atividades, como feito em qualquer planejamento em gestão de crise em epidemias. Mas a gente viu que, somando a essa exaustão, as pessoas não atentaram para a permanência dos cuidados”, reitera.

“Muitos estão saindo sem máscara, frequentando lugares com aglomeração, não estão obedecendo o distanciamento social, então essa segunda onda já apresenta risco de saturação iminente dos leitos e das próprias unidades. Tudo isso é reflexo desse comportamento de algumas semanas, então, o temor maior é que com a chegada das confraternizações de final de ano, as pessoas relaxem muito mais”, completa Fabrízia.

Para Fabrízia, o ideal é que as pessoas entendam que não estão impedidas de sair ou de comemorar, mas que o façam com todos os cuidados necessários. “Com isso, a gente se preserva e preservar os entes queridos, e essa é a prova do que Jesus, nesse momento de nascimento nos ensinou: a fraternidade. A gente tem que fazer esse esforço”, reforça.

Cartilha

Nesse sentido, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma cartilha com orientações para as festividades de fim de ano. O documento reforça que nenhuma ação é capaz de impedir totalmente a transmissão do novo coronavírus. Entre as principais recomendações estão evitar apertos de mão e abraços, usar a máscara quando não estiver comendo ou bebendo – e levar uma extra caso seja necessário trocar -, e lavar as mãos com frequência.

A Fiocruz recomenda também que pessoas que façam parte dos grupos de risco mantenham o isolamento domiciliar, não façam visitas ou frequentem eventos. São eles: pessoas com sintomas relacionados à covid-19 ou que ainda estão no período de 14 dias desde os primeiros sintomas; quem está aguardando resultado de teste molecular para a covid-19; pessoas que tiveram contato com alguém que teve a doença nos últimos 14 dias.

Também se enquadra nesse grupo quem faz parte ou mora com alguém do grupo de risco para a doença: portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos;

Para quem vai receber familiares e amigos em casa, a recomendação é fazer pequenas adaptações ao ambiente. É indicado também levar em consideração o tamanho do espaço disponível na hora de montar a lista de convidados, para que seja possível manter a distância de dois metros entre eles.

Tradicionalmente, a ceia de Natal é posta em uma mesa para que cada um dos convidados se sirva. Neste ano, a recomendação é apostar em pratos individuais para evitar que várias pessoas toquem nos mesmos objetos.

Fonte: PMA

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