Diretores elogiam o Curta-SE e falam sobre novos projetos

Descontraídos e animadíssimos em participar do Festival Luso-Brasileiro de Curtas-Metragens de Sergipe – Curta-SE 4 -, os diretores Hermanno Penna, Anna Azevedo e Eduardo Souza Lima concederam entrevista no final da manhã de hoje no Hotel Parque dos Coqueiros. Penna, que está sendo homenageado pelo evento, apresenta, na mostra especial, o filme “Sargento Getúlio”, rodado em 1983. O longa conta, no elenco, com a participação de diversos atores sergipanos, entre eles Orlando Vieira e Antônio Leite. Já Eduardo Lima e Anna Azevedo dirigem, juntamente com Renata Baldi, o documentário “Rio de Jano” – obra que será exibida amanhã, no espaço Curta-SE, no bairro Industrial. Na conversa com os jornalistas, os diretores falaram deram suas opiniões sobre a importância de um festival, como o Curta-SE. Por conta das participações que fizeram, e vêm fazendo, em vários festivais pelo país, os cineastas confirmaram a importância de iniciativas dessa natureza. Particularmente para Sergipe, o diretor Hermanno Penna avalia que o Curta-SE é uma via de reencontro entre o Estado e o cinema. “Sergipe sempre teve um movimento de cineclubismo, pequeno, mas teve. Pessoas fizeram, aqui, filme em Super 8, mas a coisa estava amortecida ultimamente. Agora acho que é um reencontro. É um evento de grande importância porque traz pessoas para conhecer a região, para conviver com as histórias, com o povo, acho tudo isso importante”, avalia. “Eu sei que desde o primeiro Curta-SE já apareceu gente querendo fazer curta-metragem, gente querendo fazer longa-metragem. A conseqüência é essa. E com o tempo as pessoas vão sentir quanta coisa um evento como esse traz”, garante. O jornalista Eduardo Lima também vê no festival a oportunidade para a descoberta de novos talentos. “Acabamos de vir do Festival de Recife e lá foi apresentado um filme de um rapaz, o Leonardo Lacca, também de Recife, que nunca tinha feito ou pensado em cinema. Ano passado ele assistiu ao festival e, nesta edição, inscreveu um filme intitulado Ventilador que chegou, inclusive, a ganhar o prêmio da ABD. Outra coisa positiva é que por conta do festival, o nosso filme, que não saberíamos quando seria exibido aqui, participa da mostra. Além disso, conversando com a Riofilme, eles garantiram que outros títulos devem ser exibidos na cidade”, informou Lima. A democratização do acesso a produção cinematográfica também é apontado como um benefício conseguido pelo festival. “Nós temos os grandes festivais, mas eles não dão conta de um país do tamanho do Brasil. O Festival do Rio, que é grande, não consegue, por exemplo, dar conta nem do Estado do Rio. E se um festival desse porte não consegue dar conta nas cidades mais próximas, imagine o resto do país, com dimensões continentais, com problemas de distribuição e transporte como o nosso? Se não fossem os festivais locais essa oportunidade de exibir tantos trabalhos não existiria. Além disso, é importante que os cineastas compareçam a essas mostras. Para conversar com o público e mostrar que cinema não é só Hollywood. Cinema é meter a mão na massa, e fazer com a cara e a coragem. Cinema é Brasil”, ensina Anna. PROJETOS – Sobre os novos projetos nos quais estão trabalhando, os diretores informaram que continuam na linha de combate do cinema. Eduardo Lima explicou que apesar do trabalho como jornalista de “O Globo”, mantém a veia cineasta pulsando. “Quero continuar fazendo cinema, apesar do meu ganha pão ser o jornalismo. Tenho alguns projetos, mas nada que posso dizer que vai sair este ano. Estou trabalhando em roteiros mais em nível especulativo. Quero realizar meu sonho de fazer ficção, que é muito mais caro. Fazer Jano, por exemplo, só foi possível por conta das novas tecnologias”, diz. A diretora Anna Azevedo, por sua vez, informou que acabou de apresentar seu último trabalho, intitulado “Batuque na Cozinha”, no Cine-PE. “Ele recebeu, inclusive, todos os prêmios como documentário e vai estar passando aqui amanhã, antes do ‘Rio de Jano’. É um curta de 18 minuto. Agora estou, também, continuando a filmar meu próximo filme que é um longa chamado ‘A Pedra do Reino’, documentário também, filmado em Pernambuco. É a história da Pedra do Reino, a mesma que gerou os livros de Ariano Suassuna, José Lins do Rêgo e a série de cordéis, além de uma série de manifestações culturais lindas e interessantes. Eu comecei a filmar isto há dois anos, parei porque não tinha dinheiro, e continuo sem dinheiro, mas volto a filmar agora, no final de maio”, explica Anna Azevedo. Hermanno Penna acabou de finalizar um telefilme, que fez em digital, intitulado “Vôo cego rumo ao Sul”, baseado no livro do autor gaúcho Sinval Medina. O diretor acredita que esta é uma linguagem que deve ser explorada. “É um produto que, no Brasil, deve ser pensado mais seriamente, as pessoas de cinema fazendo filmes para a televisão, não se enquadrando dentro dos sistemas televisivo” diz. Quantos aos novos projetos ele informa. “Estou indo para Bahia filmar um documentário sobre o recôncavo baiano. Fora isso ando escrevendo roteiro e continuo tentando, ferozmente, vir realizar um velho sonho em Sergipe. Há anos quero filmar uma história maravilhosa que ouvi em minhas andanças pelo sertão. É sobre um político sergipano, que viveu em Poço Redondo, que foi cangaceiro no bando de Lampião e faleceu indo para Brasília”, revela.

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