Famílias da ocupação João Mulungu temem ordem de despejo
Há mais de 40 dias ocupando um prédio na região central de Aracaju, as 200 famílias da ocupação João Mulungu estão apreensivas com a ordem de reintegração de posse do prédio, que pertence a uma empresa privada. De acordo com a organização do movimento, caso ocorra a desocupação, as famílias ficarão na rua por não terem para onde ir.
“Crianças, idosos e mulheres grávidas estão ameaçadas de voltarem para as ruas, mas o movimento vai resistir, não vamos recuar. Estamos acionando a justiça em nossa defesa e estamos articulando com a sociedade civil, sindicatos e movimentos para resistir a invasão policial”, explica Alana Nascimento, coordenadora nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB),
A coordenadora conta ainda que nesses mais de 40 dias de ocupação, o poder público não esteve no local, não estabeleceu nenhum tipo de diálogo com os ocupantes e não direcionou nenhum tipo de ajuda.
A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria de Assistência Social, já havia informado que o prédio ocupado é de responsabilidade Estado e que o município não possui gerência administrativa no local. O Governo de Sergipe, por sua vez, informou que o prédio não pertence ao Estado.
O Portal Infonet procurou novamente a Secretaria de Assistência Social de Aracaju para saber se o munícipio já entrou em contato com as famílias ou esteve no local, já que são muitas famílias ocupando um prédio no Centro de Aracaju, em situação de vulnerabilidade e prestes a serem retiradas de lá. Até a publicação da matéria não recebemos resposta da pasta. O Portal Infonet permanece à disposição da Secretaria através do e-mail jornalismo@infonet.com.br.
Entenda
Desde o dia 27 de novembro de 2020, cerca de 200 famílias da capital e região metropolitana ocupam um prédio na Avenida Ivo do Prado, em Aracaju, que está sem uso há alguns anos. De acordo com a coordenação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a ocupação é formada por famílias sem teto que estavam em situação de rua, morando de favor na casa de parentes, e que lutam por uma moradia digna.
Por Karla Pinheiro