Fundação intensifica campanha para evitar acidentes com peixe-boi

Condutores de embarcações motorizadas que circulam pela região estão recebendo orientações e material informativo sobre o peixe-boi marinho (Foto: Saulo Brandão/ FMA)

O peixe-boi marinho “Astro” se deslocou do rio Real, que faz divisa entre as localidades de Mangue Seco (BA) e Praia do Saco (SE), para o estuário do rio Vaza Barris, nas proximidades de Aracaju. E parece que ele gostou mesmo do local, pois se encontra na região há mais de um mês. Atenta aos riscos que o animal está correndo na região, a Fundação Mamíferos Aquáticos está monitorando diariamente o animal, por meio das equipes do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental – e do Subprograma Regional de Monitoramento de Encalhes e Anormalidades.

Além das atividades técnicas do monitoramento, que dispõe do uso de tecnologia satelital, as equipes estão intensificando campanhas de sensibilização no local, orientando os condutores de embarcações motorizadas para reforçarem a atenção nas áreas onde “Astro” se encontra, reduzindo a velocidade da navegação e desligando o motor das embarcações quando o animal estiver com distância inferior a 10 metros. As equipes também estão sensibilizando os banhistas e turistas da região para que não ofereçam comida, bebida ou toquem no animal, pois isso pode prejudicar a saúde e comprometer a permanência do peixe-boi marinho em ambiente natural.

“Nesta região específica, há uma circulação intensa de embarcações motorizadas, principalmente durante o verão, e com isso os riscos de atropelamento aumentam. As colisões com embarcações motorizadas podem ferir e até matar o animal. Ao longo de 20 anos em que esteve utilizando o litoral de Sergipe e Bahia, ‘Astro’ já foi vítima de no mínimo 13 atropelamentos por embarcações motorizadas, que ocasionaram sérios ferimentos, com risco de vida. Felizmente, em todas as ocasiões, após o tratamento clínico realizado, a condição de saúde do animal foi restabelecida. Porém fica aqui o alerta”, ressalta o pesquisador e médico veterinário Prof. Dr. João Carlos Gomes Borges, coordenador do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho e diretor de pesquisa da Fundação Mamíferos Aquáticos

“Astro” têm um histórico de extrema importância para a conservação do peixe-boi marinho no Brasil. Foi o primeiro animal da espécie a ser reintroduzido no país. Em 1991, ele foi encontrado ainda filhote encalhado na praia de Aracati, no estado do Ceará, sendo em seguida encaminhado para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, em Itamaracá, onde recebeu atendimento adequado e permaneceu por três anos em processo de reabilitação. Em 1994, foi transferido para um cativeiro construído em ambiente natural, em Paripueira (AL), e, após readaptado às condições ambientais, foi solto nesta mesma região. Por volta do ano de 1998, “Astro” se deslocou para o litoral de Sergipe e, desde então, vem utilizando a área compreendida entre o rio Vaza-Barris (SE), o complexo estuarino rio Real até Mangue Seco, no litoral da Bahia.

Orientações

Aos turistas, banhistas e condutores de embarcações motorizadas (barcos, lanchas, jet skis e afins), a Fundação Mamíferos Aquáticos orienta:

– Antes de acionar o motor, olhe ao redor e verifique se tem peixe-boi marinho próximo. A hélice em movimento pode machucar e matar o animal. Só ligue o motor se tiver certeza que o animal não está por perto;

– Se estiver navegando e avistar o animal nas proximidades, reduza a velocidade ou desligue o motor para evitar colisões e atropelamentos;

– Ao se deparar com o peixe-boi marinho: não toque, não alimente, não forneça bebidas. Apenas admire de longe. Se ele estiver em perigo, machucado ou encalhado, entre em contato com o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho/ Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (whatsapp) / (79) 99130-0016.

– Peixes-boi marinhos reintroduzidos estão sendo monitorados via satélite no litoral nordestino. Ao encontrar um peixe-boi com um equipamento (semelhante a uma garrafa com uma antena) ou apenas o equipamento, entre em contato com a Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones acima.

Fonte: Fundação Mamíferos Aquáticos

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