Crime começou a ser investigado em Sergipe (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
As investigações começaram em Sergipe a partir da denúncia de uma adolescente e, nesta segunda-feira, 27, o suspeito foi localizado e preso na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo. Ele é acusado de cometer variados crimes, inclusive pedofilia, por meio da rede mundial de computadores. De acordo com informações da Polícia Federal, o acusado é um garçom que trabalha em Campinas, tem 41 anos e seria responsável pela produção e disponibilização de imagens e vídeos de pornografia infantil.
As investigações da Polícia Federal indicam que o suspeito também praticou atos libidinosos via webcam com diferentes vítimas, todas adolescentes. Quando encontrava resistência para estes crimes, conforme a Polícia Federal, o acusado ameaçava e ofendia as vítimas.
As investigações foram iniciadas na Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal em Aracaju, capital sergipana, a partir das informações prestadas por uma adolescente, que reside em uma cidade do interior do Estado de Sergipe. A adolescente denunciou que o suspeito teria divulgado vídeo com conteúdo pornográfico, depois que ela se negou a continuar realizando poses em frente à webcam para satisfazer a lascívia do criminoso.
Prosseguindo com a investigação, a Polícia Federal identificou que, por computador conectado à internet na cidade de Campinas, em São Paulo, o acusado realizava contatos com várias vítimas, sempre se apresentando com perfis e nomes falsos em diferentes redes sociais pela internet.
O homem se utilizava da história cobertura (fake), dizendo ser um garoto de 15 anos, surfista e DJ residente no Estado de Santa Catarina. Para dar ares de veracidade a sua história, o acusado teria utilizado diferentes imagens de um adolescente com as características descritas, apresentando imagens em que praticava essas atividades, com o que conseguia atrair e ludibriar as garotas menores de idade que abordava pela internet.
O acusado pedia as garotas em namoro e enviava presentes como livros, tênis e aparelho celular, dando maior credibilidade para a “relação”. Após, o criminoso induzia as garotas a praticar atos libidinosos em frente à câmera conectada ao computador, chegando a ameaçá-las em caso de recusa. De acordo com a PF, as ameaças dependiam do estágio da “relação amorosa”, mas geralmente consistiam em informar que divulgaria imagens comprometedoras anteriormente produzidas, fato que iriam ferir a honra e decoro das vítimas.
Identificado o endereço em que se deu a conexão do computador à internet, a Polícia Federal representou pela expedição de mandado de busca e apreensão e pela prisão preventiva do investigado. Após manifestação favorável do Ministério Público Federal, a Justiça Federal em Campinas expediu as referidas ordens. A equipe de policiais federais compareceu à residência do preso e constatou que o mesmo era o único morador no endereço, apreendendo os materiais utilizados para a prática dos crimes.
O preso foi conduzido à Delegacia de Polícia Federal em Campinas, onde foi interrogado e indiciado pelos crimes de ameaça e estupro de vulnerável, considerados hediondo, com base nos artigos 147 e 217-A do Código Penal, pelos quais estão previstos, respectivamente, detenção que varia de um a seis meses ou multa e reclusão, de 8 a 15 anos. O acusado também foi indiciado pelos crimes relacionados ao aliciamento de menores e à produção, divulgação e posse de imagens com cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente, estes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, artigos 241-D (reclusão de um a três anos, e multa), 240 (reclusão de quatro a oito anos e multa), 241-A (reclusão de três a seis anos, e multa), 241-B (reclusão de um a quatro anos, e multa).
A Polícia Federal informou que a perícia a ser realizada no material apreendido possibilitará a individualização de cada um dos assédios, com o que será possível identificar em quais dos crimes acima cada uma das condutas se insere. Após ouvido, o preso será encaminhado para a Cadeia Pública do 2º Distrito Policial em Campinas, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
Com informações da assessoria de imprensa da PF de Campinas
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