Governador homenageia presidente em exercício e critica juros altos

A cerimônia de entrega da “Gran Cruz da Ordem do Mérito Aperipê” ao presidente da República em exercício, José Alencar, foi cercada de uma série de cuidados e, como não poderia deixar de faltar, de gafes também. O hall Teatro Tobias Barreto foi tomado por autoridades, jornalistas e seguranças. O homenageado recebeu a medalha – comenda mais importante do Estado – das mãos do governador João Alves Filho que aproveitou o ensejo para clamar, em um longo discurso, por mudanças urgentes referentes à política econômica – principalmente relacionada aos juros – praticada pelo governo Federal.

 

Mesmo com muita gente considerando a ocasião imprópria para falar sobre o assunto, o governador não se furtou da oportunidade de reclamar dos juros altos enquanto elogiava, paralelamente, o presidente em exercício. “O pequeno Estado de Sergipe é cioso em escolher os personagens homenageados com sua comenda mais importante. Esta é a primeira vez que este governo concede a Medalha Aperipê a uma personalidade. E o fazemos por inúmeras razões, mas a maior delas é que o vice-presidente, apesar de ser uma figura recatada, é um dos líderes mais lúcidos e competentes da política brasileira. É, também, uma voz corajosa contra a maior chaga da economia brasileira: os juros alto”, ressaltou João Alves Filho.

 

Durante sua fala, o governador chegou a afirmar que os bancos no Brasil se transformaram em “gigolôs da dívida pública”. Mais comedido, Alencar – que ao cumprimentar os presentes referiu-se ao deputado federal Heleno Silva, líder do seu partido, PL, no Estado como ‘deputado Danilo’-, agradeceu a homenagem e, sobre o assunto juros altos, afirmou: “Nós não podemos, de forma alguma, pagar juros que são despropositais em relação ao mercado internacional. Hoje, a economia é globalizada e os custos de capital estabelecem uma diferença negativa em relação à produção nacional”, disse. Ele enfatizou também que no Brasil as taxas de juros são muito superiores aos demais países do mundo, principalmente se comparados aos países emergentes.

 

Segundo ele, no Brasil o juro da dívida externa é de cerca de 10% ao ano, enquanto os países emergentes pagam em média 2,3% ao ano. “Pela minha experiência de meio século de vida empresarial, sei que enquanto as atividades produtivas não puderem remunerar com vantagem os custos de capital, não poderá haver investimento na medida em que o Brasil precisa e pode em relação a seu potencial”, destacou. Com relação a homenagem, o presidente em exercício disse estar profundamente agradecido. “É excepcional a honra que me cabe ao receber uma medalha importantíssima como essa”, descreveu.

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