Idosos ficam à espera de familiares no Natal

Idosos ficam à espera de familiares no período de Natal (Fotos: Portal Infonet)

Seu José Carlos fala que adora confraternizar com a família 

Dona Odette reclama de quem só aparece durante o final de ano

O padre Humberto comparece todos os anos ao Asilo Rio Branco 

As pessoas idosas, quando chegam a certa idade ou quando apresentam algumas limitações e exigem cuidados especiais, muitas vezes levam suas famílias a optarem pelos asilos como local de vivência. Para grande parte dos idosos, o período natalino é a época em que a família mais faz falta, fazendo com que aumentem as expectativas para a espera da chegada do Natal.

É o que acontece com José Carlos Brandi, de 70 anos. O senhor está há quatro anos internado na casa Asilo Rio Branco e fala que essa é uma época que traz muitas saudades. “Ah, é uma época muito boa. Traz muitas boas lembranças da família reunida, não tem coisa melhor”, conta seu José com um sorriso no rosto.

Sobre as perspectivas para a comemoração neste ano, seu José Carlos conta que a expectativa é grande. “Tenho três filhos, quatro netos. Eles moram em locais diferentes, mas eu pretendo ficar um pouquinho com cada um. Aproveitar todo mundo”, disse o senhor. “É um momento único de interação familiar. Fico o ano todo esperando por isso e esse ano não vai ser diferente. Eles vêm me visitar com frequência e é muito bom confraternizar com a família”, completou.

Mas parece que não são todos os idosos em asilos que tem a sorte de terem a família presente durante a época natalina. É uma das reclamações de Maria Odette Capucho, de 86 anos. A senhora, que vive no asilo há 11 anos, fala que, quando chega o Natal, praticamente nada muda para ela.

“Eu tenho só um filho, mas ele mora em São Paulo. Às vezes ele vem aqui, cada um faz o que pode, né? Mas muitas vezes ele não pode vir”, conta a senhora. “Recebemos algumas visitas de fora. Alguns corais se apresentam aqui durante essa época. Mas não é a mesma coisa”, completou.

Quando chega o final de ano, muitos desses asilos passam a receber visitas e doações. E dona Odette reclama das pessoas que aparecem para visitação apenas durante esse período. “Dá a impressão de que essas pessoas estão pensando mais em si mesmas do que em nós, que estamos recebendo a visita”, contou.

Apoio

Algumas medidas são tomadas para tentar espantar a tristeza e as más expectativas de alguns idosos. Uma delas vem do padre Humberto Leeb, do Centro Esperança de Deus, em Porto do Mato, localizado em Estância. O padre austríaco fala em vocação de mostrar o amor sem condenar ninguém. “Eu me sinto obrigado a fazer isso. Trazer palavras e a benção do Natal para essas pessoas”, disse.

A assistente social, Micheline Figueiredo, e a psicóloga do asilo, Ana Raquel Silva, falam que as doações crescem durante o período natalino. “O que mais recebemos de doação mesmo são fraldas geriátricas. E de certa forma aumenta quando se aproxima do Natal”, explicou a assistente social.

“Procuramos fazer programações com eles durante todo o mês de dezembro. Programações artísticas, com apresentações de corais, por exemplo”, disse a psicóloga.

Por Helena Sader

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